Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

The Big Machine 3 - Apocalipse 8


- Relaxem, meninas! A esta altura, a cidade está sendo tomada pelo exército de macacos-robôs, e em breve vocês três serão as grandes imperatrizes deste mundo! – Robert virou um copo inteiro de cerveja goela abaixo. Velma fez uma careta, aquele homem era nojento. Já Úrsula estava muito, muitíssimo entretida com os braços fortes de seu “homem do futuro”. Os dois não pararam de se esfregar um segundo desde que ele havia exposto a elas o plano, o motivo de toda aquela destruição. – demorei dez anos para construir um carro semelhante ao do filme “De Volta Para o Futuro”, mas consegui! Parecia impossível, mas com a ajuda da tempestade de raios do deserto, consegui voltar no tempo e chegar à velha Macapá em Janeiro desse ano, foi tempo o suficiente para montar meu laboratório nos altos deste prédio abandonado. Meu plano foi perfeito! Sem nenhuma falha! Consegui me disfarçar de vendedor numa das lojas da cidade e vender a boneca para a mãe da Velma. Rápido, prático, fácil...
- Mas se demorou tanto tempo, não foi tão rápido assim, gostosão... – gemeu Úrsula, com desejo na voz, apertando o braço musculoso de seu novo favorito. Era um homem e tanto, forte, alto, másculo e atraente, barba mal feita, estilo bad boy, do jeito que ela gostava. – o que importa agora é que em poucas horas estaremos no controle dessa cidade!
Uma risadinha eletrônica soou no quarto escuro, e das sombras a figura sombria da boneca perfeita, DeeDee, surgiu, carregando em seu interior a alma vingativa da Alberta Veronese do futuro.
- Você foi bom demais para mim, Robert, para todas nós, executou o plano com paciência e destreza! – ela aproximou-se de sua dona e esticou os bracinhos infantis. Velma a pegou no colo, ainda estava um pouco assustada com aquilo tudo, mas se sua amiga Betty achava aquilo bom, com toda a certeza era bom pra ela também. – fique tranquila, meu anjo, vai ficar tudo bem! Saiba desde já que todo esse sofrimento é necessário, os seus amigos também me fizeram muito mal um dia, mas agora que a escola desabou sobre eles, vamos todos ser muito felizes.
- É, isso mesmo! Vamos sim! – Velma abraçou sua boneca favorita. – vamos tocar o plano adiante, Betty, vai dar tudo certo... Embora essa história me pareça sem pé nem cabeça...
- Tudo vai fazer sentido em breve, Velma, você verá – gorgolejou Robert, virando outro copo de cerveja garganta abaixo.
- E eu espero mesmo que faça! – esbravejou uma revoltada Alberta adolescente, entrando pela porta do laboratório disfarçado de apartamento, batendo-a atrás de si. – isso é completamente sem noção! Tem um robô enorme lá fora destruindo tudo e macacos de metal virando carros do exército! Isso é loucura demais!
A boneca riu alto e desceu do colo da sua dona.
- Bem como eu me lembrava! Geniosa, calculista, realista, violenta! Essa é Alberta Veronese que eu conheço! – ela aproximou-se da jovem. – só lhe falta a ambição e a visão que os anos no deserto me deram... Você é perfeita! Com o Estado isolado do resto do país, sem linha telefônica ou internet e o aeroporto em ruínas, ninguém pode entrar nem sair dessa pocilga! Em breve, quando o nosso exército de gorilas de metal acabar com o trabalho sujo de limpar as ruas dessas tropas, poderemos recrutar os jovens que farão parte do exército da nossa nova República! E adivinha quem vai ser a presidente?!
Uma gargalhada cortou o ar do crepúsculo. A noite chegara rápido naquele dia de caos, o último esquadrão da infantaria do exército fora derrotado assim que o sol se pôs. A cidade estava então entregue às mãos de Alberta Veronese e seu plano maligno, enfim. Esta seria a realidade se não houvesse uma conspiração agindo bem embaixo de seus pés.
- Não temos mais como ir até o futuro, ele foi alterado, de modo que não podemos recuperar o nosso arsenal! – Gabrielle estava muito nervosa. A noite trouxera novos temores – nós estamos em número maior, mas em breve é de certeza que Alberta irá usar de poder bélico para coagir a população e fazê-la juntar-se ao seu exército, e aí seremos uma resistência de meia dúzia! Ineficiente!
- Nós podemos sair dessa sim, Gabi, só precisamos parar pra pensar um pouco! – resmungou Miguel. Tinha a avó, pequenina e jovial em seus braços, dormindo tranquila. Havia desmaiado de sono após todo aquele falatório. – Resolver as coisas na pressão não dá em nada...
- Eu tenho uma ideia, mas acho que é praticamente impossível... – Christopher levantou-se e caminhou em direção à entrada de ar da cave, colocou seus olhos por entre as frestas da grade e imaginou quantos escravos presos ali, nas mesmas condições que ele, no subsolo da Fortaleza de São José de Macapá, não fizeram o mesmo. Para espiar o clarão da lua, branca, ávida de calmaria e paz. Macapá estava sombria naquela noite. Quieta como há décadas não ficava.
- Qualquer ideia é bem-vinda agora, Chris, acho que depois do que vimos hoje em dia, nada é impossível – Augusta segurou firme a mão do amigo. Estivera sentadinha, calada no escuro este tempo todo. Estava muito atordoada para confraternizar com toda aquela gente. Ela passou praticamente o dia inteiro se perguntando por que seu neto não estava ali.
- A vovó tem razão, vovô. Nada é impossível para nós – fez Maxine, aproximando-se do rapaz e colocando sua mão sobre seu ombro tenso. Guta e Chris se entreolharam assustados e depois voltaram seus rostos pálidos pela luz do luar em direção à Maxine, olharam suas mãos dadas. Maxine começou a rir. – não! Seus bobos! Não sejam tolos! Meu pai, Dominick, é filho do vovô, e minha mãe, Stéphanie, é filha da vovó, entenderam?! Vocês não se casaram não, seus tontos!
Os três começaram a rir juntos, e em poucos minutos, a cave inteira foi tomada por uma risada contagiante. Era engraçado imaginar aqueles dois casados. Seria uma situação um tanto estranha, bem estranha para falar a verdade, sendo quem são e tendo suas preferências peculiares. Seria uma realidade alternativa a ser estudada com afinco, pensou Ray Ann.
- Nós poderíamos ir para essa vertente do tempo onde Maurice e Carminha comandam, eles são nossos amigos, vão nos ajudar! – sugeriu Chris, enfim.
- Não, tio Chris, o senhor não entendeu. – interrompeu Tifa, ainda abraçada com a sua avó. Era estranha a situação, a velha havia morrido há alguns meses lá no futuro, e ali estava ela agora, novinha em folha, mais nova do que o esperado para falar a verdade. – lá naquele mundo, eles são os vilões e vocês fazem parte de uma legião de resistentes à ditadura da Grande Máquina, estamos em lados diferentes. Se alguém pode ir lá pedir ajuda de Maurice e Carminha, esse alguém é Alberta!
- Mas aqui nesse mundo nós somos amigos! A Carminha também odeia a Gorda-mór, aquela tal de Úrsula, e não vai muito com a cara nem da Velma e nem da Alberta-homem, embora ela tenha sido amiga da última há algum tempo atrás... – disse Ray, introspectiva momentaneamente, vasculhando o passado. – e se não podemos pedir ajuda a eles, porque não pedir ajuda para nós mesmos?! Tenho certeza que a resistência à ditadura daquele mundo estaria do nosso lado! Nossas versões mais velhas vão nos ajudar!
Imediatamente, Pietro, Fábia e Augusta levantaram-se, esperançosos.
- A Ray tem razão! – exclamou Fábia, radiante. – como vamos para essa outra dimensão?!
- Esse é o grande problema... – resmungou Fernando, o mais calado de todos até agora. – não temos tecnologia o suficiente para fazer isso, íamos precisar da própria máquina do tempo e de muitos, muitos volts para sairmos dessa dimensão... Abrir um vortex não é brincadeira! Gasta muita energia.
- ESPERA UM MINUTO! ESPERA! – Gabrielle poderia ter gritado um “eureka” se a palavra não lhe tivesse fugido repentinamente. Ela tinha todos os trejeitos do avô, a semelhança entre eles era incrível. Ali, ela mais parecia a irmã mais velha de Pietro ou a própria mãe dele. – JÁ SEI! O Robert veio para essa dimensão de algum modo, não foi?! O que temos de fazer é descobrir!
- Mas não sabemos onde ele está escondido! – interrompeu Fernando – e aliás seria suicídio ir até lá... Não temos armas poderosas o suficiente para combater aqueles macacos robôs enormes que estão lá fora, e que com certeza estão protegendo o esconderijo dele! Se tivéssemos ficado um pouco mais de tempo no futuro e estudado a história do que aconteceu aqui realmente... Saberíamos onde ele estaria escondido!
- Há um modo de descobrir... – Maxine puxou a arma biônica da cintura e ativou-a, um brilho azul espectral dominou a cave.



Fim do Apocalipse Oito!











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Espero que tenham curtido esse Apocalipse surpresa,
ele é a representação viva de que eu estou desesperado porque escrevi demais.
De qualquer modo, preparem-se, a história só está começando

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