Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pumpkin, a Gata que Salvou o Natal!

Boa noite, pessoal! Esta semana, finalmente chega o Natal! Não é mágico? Com certeza, é a época do ano mais esperada por todos nós. Eu simplesmente adoro o Natal desde que me entendo por gente. Toda aquela luz, aquele brilho, as pessoas todas juntas, o aconchego, família reunida, a árvore, as luzes, os enfeites. O meu Natal pra ficar completo só falta a neve, mas como aqui em Macapá NÃO tem neve, eu me contento com aquele calorzinho interno que me deixa tão feliz nessa época do ano.
Eu não me deixarei abater pela falta de neve, um dia, quem sabe... ;-; meus sonhos se tornem realidade...
Mas, OI, estou aqui pra falar do especial de Natal que está logo aí abaixo e contar um pouquinho sobre ele. Se chama Pumpkin, a Gata que Salvou o Natal, e é na verdade, como dizem hoje em dia, um capítulo "em OFF" da minha série de livros As Dellabóboras. Quem quiser saber da sinopse, é só clicar nas imagens aí do lado. Eu me sinto falando sozinho aqui nesse blog, mas tudo bem ^^. Continuando, o especial de Natal é grande, não vou mentir, tem exatamente catorze páginas, mas vale a pena, porque é uma história bem engraçada e cheia de artifícios, eu adorei escrevê-la, e foi meio que de última hora mesmo. Tudo começou no Natal do ano passado, eu me acordei bem cedo na véspera e fiquei pensando "po, eu não tenho nenhum material especial de Natal de As Dellabóboras", e então eu fui pra frente do computador e mandei ver isso aí que vocês vão ler, espero que gostem. Terminei de escrever ele 7 da noite, quando eu já estava prontinho pra ir pra ceia na casa da minha avó ^^. Enfim, é um especial maravilhoso, cômico, cheio de personagens cativantes e muita magia, já que é de As Dellabóboras. Pena que só vai ler quem tiver paciência ;-;
Tive de diminuir bastante a letra pra não ficar mais absurdo do que já tá, então, deem um zoom aí, ok?
FELIZ NATAL!
;*

The FatCat House! Especial de Natal!


Assim se passou a história que vou lhes contar, e sinto em ter de cortar a cabeça de quem disser que é mentira.
Havia uma gata, mas não uma gata qualquer, uma gata preta e gorda chamada Pumpkin, que nas noites de lua cheia pode mudar de forma e se transformar numa formosa moça de pele branca e aveludada, olhos verdes como esmeraldas e cabelos encaracolados e negros como a ônix, e aqui eu lhes conto a história de como essa gata preguiçosa e peluda salvou o natal.
“A quem você está chamando de preguiçosa e gorda?!”
Ah, você estava aí...
“Estava não! Estou!”
E que tal fortinha e Entediada?
“Mas nem pensar!”
Ora, cale-se Pumpkin! Estou tentando contar para as pessoas sobre como você livrou o traseiro do bom velinho de uma confusão daquelas.
- Yo-ho-ho! Feliz Natal!
“Papai Noel?!”
Papai Noel?!
- Não! É o coelhinho da Páscoa!
Ora, Papai Noel! Estou tentando contar para as crianças como Pumpkin salvou o seu traseiro de uma confusão daquelas, mas parece que vocês dois não vão colaborar com isto não é?
- Só vim lhes mostrar a jaqueta da Gucci que acabei de comprar! Acabou de sair nas lojas!
É pessoal, ao contrário do que vocês pensam, Papai Noel não é um velhinho simples, gordinho e desajeitado vestido de vermelho, e sim um velhinho cheio de estilo, gordinho e vestido em qualquer roupa de marca que você possa imaginar. Há muitos anos ele não era assim, pode crer, mas foi só ele eleger a nova Mamãe Noel lá pelas bandas dos anos 50 que ele inventou de andar na moda... Eu particularmente preferia vê-lo naqueles trajes encantadores dos quais me lembro nos filmes e nas histórias de Natal...
- Yo-ho-ho! Mas nem pensar! Eu nunca usei vermelho em toda a minha vida, quem me vestiu de vermelho foi a Coca-cola sabiam crianças?
“Pelo amor de Deus, olha o marketing não remunerado hein?!”
Sabia que Coca-cola com Aspirina causa buraco no estômago?
- Olhem para o rumo que esta conversa tomou! E não culpe a pobre Marriet pela minha mudança de estilo! Fui eu que percebi que aquela minha roupa estava muito passada...
“Quem é Marriet?”
É a Mamãe Noel! Você a conheceu nesta história que estou tentando contar!
“Então o que você está esperando homem de Deus? Começa logo!”
Pois bem, que assim seja. Sem mais interrupções, Pumpkin como uma legítima gata de bruxa, mora numa mansão mágica com as Primas Dellabóboras, quatro bruxas e sua tutora que vivem aventuras estranhas em uma vila distante chamada Vila de Mônica. Era véspera de natal, e toda a casa estava em silêncio, nenhum camundongo fazia “peep”, nenhuma porta rangia e o fogo da lareira muito menos pipocava. Pumpkin, a gata, dormia de barriga para cima, esquentando seu traseiro gordo no fogo aconchegante da lareira da Mansão Dellabóbora...
“Como é que é?! Traseiro Gordo?!”
Calada! Ao contrário do que tradicionalmente acontece, lá fora não nevava, mas o chão estava coberto por uma manta branca de neve que caíra pela parte da tarde, dando assim um clima aconchegante de Natal com o céu estrelado e cravejado de lindas estrelas brancas e azuis. Já era o meio da madrugada quando Pumpkin se acordou e foi espiar a árvore de Natal, lindamente enfeitada com abóboras e vassouras e varinhas e chapéus cônicos. E achou muito estranho que lá ainda não houvessem presentes. Muito intrigada com tudo aquilo, a gata resolveu postar-se no parapeito da janela para investigar o céu lá fora. E ela não gostou nenhum pouquinho do que viu, nada de trenós, nem de rendas de velhinho barrigudo nem nada de nada.
Pumpkin foi para sala, atravessou sua pequena portinhola e por pouco não ficou entalada, então ela pensou que seria uma boa idéia fazer um regime.
“Porque VOCÊ não faz um regime?!”
Ao irromper pela sua portinhola instalada nas portas do hall da mansão, Pumpkin caminhou pela maravilhosa terra de inverno da noite de natal, escapando pela varanda da mansão e pulando por entre os montes de neve e as abóboras gigantescas, maduras e agora cobertas de gelo. Lá, na colina onde se encontra a Mansão Dellabóbora, as abóboras crescem o ano inteiro! Dizem que foi um feitiço posto pelas primeiras moradoras da casa depois que Briselda, a Matriarca foi morta.
Sendo assim, Pumpkin brincando na neve, feito um gatinha que acabara de abrir os olhos, esbarrou em algo duro e gelado, que não eram abóboras nem montes de neve se você quer saber, e muito menos bonecos de neve. Finalmente a gata se deu conta de o quão longe fora brincando na neve, a mansão agora parecia um casebre de dar medo mais ao longe, e ao virar-se para analisar no que ela havia dado de costas, eis que ela enxergou o trenó mais lindo e iluminado que já vira em toda a vida, enfeitado com bordas de ouro e guizos pendurados. Porém, o belo trenó onde se lia “Sonho de Natal” estava partido em dois, e das rachaduras lhes saíam faíscas de mágica natalina, as luzes verdes, azuis e vermelhas cintilavam refletidas na neve intocada e perfeita manta invernal.
- Por Deus, Mas o que houve por aqui? E como eu não ouvi essa coisa enorme se chocar contra o nosso quintal? – questionou-se Pumpkin, a gata. Agora ela se dava conta de que estava à beira da floresta tenebrosa que ficava nos fundos da mansão, ao pé da colina. Foi então que a gata escutou o resmungar de algo que parecia estar sendo esmagado por outro algo bem pesado, e não muito longe dali.
Eis que Pumpkin avistou uma rena, sim uma rena! E a pobre da rena estava sendo esmagada por uma vaca amarela, o que Pumpkin achou bizarro, bem mais bizarro do que as aventuras de suas donas, as Primas Dellabóboras. O que uma vaca amarela estaria fazendo às beiras da Selva das Macieiras – tão perigosa que é – esmagando a pobre da rena? E ainda mais na noite de natal?
- Tem algo ali... – a gata chapinhou pela grossa camada de neve já com muita dificuldade seguindo um brilho vermelho falho, quase apagado, e viu que aquele brilho vinha do nariz da robusta e lustrosa rena resmungante.
- Claus... Claus... – resmungava a rena.
- Quem é Claus? – perguntou a gata.
- MUUUU! – mugiu a vaca – é ninguém menos que Papai Noel!
- Vaca, você deveria estar em um celeiro não deveria? – questionou Pumpkin.
- Deveria, afinal trabalho o ano todo rendendo o leite para o biscoito junto com as minhas centenas de irmãs, então deveria estar descansando na noite de natal, mas nããão – mugiu a vaca muito revoltada, colocando os cascos na cintura e sacudindo a cabeça pra lá e pra cá, fazendo balançar seu sino dourado. – Essa rena maluca me convenceu de que precisávamos salvar o natal das milhares de criancinhas do mundo e olhe para nós, estatelamos o último trenó da fábrica em uma plantação de abóboras sendo que abóboras JAMAIS deveriam crescer no inverno!
- É que aqui as coisas são diferentes, dona vaca... – explicou Pumpkin agora um pouco irritada com a pose que a vaca tomara para si.
- Saia de cima de mim, Resmungona! – exclamou a rena jogando a vaca amarela longe. – Bom Dia, já passa da meia noite então já é dia. Meu nome é Rodolfo, e sou a rena do nariz vermelho.
- Sei, conheço essa história... – Pumpkin rodeava a rena como um leão pronto para atacar a presa, mas na verdade, ela analisava cada detalhe da rena, o pêlo grosso e demasiado, preparado para a neve, a galhada lustrosa que parecia uma coroa de ouro no alto da cabeça, pelo visto ela era uma autêntica Rena do Papai Noel – mas, me diga seu Rodolfo, o que o fez se chocar com o meu quintal na noite de natal?
- Você mora na mansão? – questionou a rena erguendo a cabeça para observar a figura tenebrosa dos fundos da mansão, lá no alto da colina.
- Moro eu e minhas cinco bruxas, mais uma trupe de monstros peludos e ratos de porão... Típica casa de bruxa!
- Sim, sei... O que fez com que meu trenó se chocasse com o seu quintal foi o seguinte fato:
Há meio mês que Papai Noel, ou como eu os seus leais amigos costumamos chamar, o Senhor Claus estava agindo de modo estranho, parou de comprar roupas até! E comprar roupas é o passatempo favorito dele e de Dona Marriet, a atual Mamãe Noel... Eis então que ele passou a invadir a fábrica à noite e destruir todos os brinquedos que os elegantes elfos construíam arduamente todo dia, e nós não entendíamos nada do que estava acontecendo até então, sendo que ele dizia não lembrar de nada na manhã seguinte. Marriet estava muito preocupada e chamou o médico, que é um elfo muito inteligente e fiel se quer saber, para fazer a consulta, mas – veja só você – Claus abriu uma boca de tubarão com milhares de fileiras de dentes e engoliu o médico! Sim, engoliu o médico!
- Ora, mas isto é terrível! Papai Noel enlouqueceu de vez ou será que está possuído por algum demônio da neve?! – Espantou-se Pumpkin estarrecida com tal situação.
- E aí chega à parte pior... Ele então trancou todos os elfos nas celas e os forçou a construir brinquedos possuídos por pequenos demônios que estão saindo de um portal que ele mesmo abriu com seu mágico Cajado Doce... – a rena suspirou – Não sei o que ele pretende com isso, mas estamos atrás da Família Noel para resolverem o problema... Íamos para a Alemanha atrás de Nourie Hadig, a amável Filha Noel, mas o trenó bateu em alguma coisa e caiu! Nourie Hadig é a única que sabe o Amargo Segredo cantando na canção da Boneca Profeta, a primeira boneca construída por Papai Noel em seu primeiro Natal...
- Esta história está um tanto absurda não acha? – questionou Pumpkin, a gata outra vez.
- Eu concordo, mas você tem de acreditar em mim, a única que me ouviu foi a Vaca Amarela Resmungona, mas como você viu, ela não ajuda muito...
- Tá legal, vou te dar essa chance de que isso seja verdade... – começou Pumpkin – mas se caso não for, vou fazer uma lanterna de brinquedo com o seu nariz está certo?
- Combinado!
Sendo assim, Pumpkin montou nas costas da rena falante e os dois alçaram vôo para a noite natalina estrelada, sendo seguidos de perto pela vaca que por incrível que pareça também voava graças ao Pó Mágico de Natal que é o que faz as renas do trenó voarem se você quer saber. Com a gata nas costas e a vaca de encosto, a rena sobrevoou as capitais mais importantes da Europa!
Sobrevoou Veneza:
- Olhem as gônadas! Que românticas elas são! – exclamou a gata fazendo tremelicar seus bigodinhos brancos como a neve.
- Você está indo pro lado errado, Veado! – exclamou a Vaca Amarela Resmungona de encosto.
- Não sou um Veado, sou uma rena! - respondeu a rena mudando no mesmo momento de direção, ela estava indo para o sul ao invés do norte.
Sobrevoou Roma e o Vaticano:
- Vamos ver se conseguimos enxergar o papa daqui de cima? – propôs Pumpkin, a gata procurando pela figura regente da igreja.
- Mamma Mia! - mugiu a vaca.
Sobrevoou Mônaco e Paris:
- Vai um pão francês? – ofereceu Pumpkin aos seus companheiros de viagem.
- Eu quero um croissant! - exclamou a vaca.
- Omelete du Formage! - pediu a rena.
Sobrevoou Londres:
- À sua direita, o Big Ben! – disse a rena direcionando seu focinho luminoso em direção ao grande relógio.
- OOOOH! – exclamaram a gata e a vaca.
E Amsterdã:
- Você está indo na direção errada de novo! – mugiu a vaca.
E por fim o vasto mar os esperava mais adiante, e por fim, uma floresta encantadora e toda coberta de neve que ficava na Alemanha, e dentro de um pequeno e aconchegante chalé vivia Nourie Hadig, ou em português, Pedacinho de Romã. E assim se deu o fato de que a rena pousou no telhado da casa de Nourie Hadig, e como não havia nenhum homem na casa, Nourie Hadig nunca consertava o telhado, e por isso as telhas se partiram e a rena, a vaca e a gata amorteceram seus traseiros gordos na macia e quentinha cama de Nourie Hadig.
- Oh, por Deus! Uma vaca amarela, uma rena do nariz brilhante e uma gata preta e gorda! – exclamou a doce Nourie Hadig de pele branca como a neve e de maçãs do rosto vermelhas como a semente da romã.
- Doce Filha Noel, aqui viemos, eu, uma vaca e uma gata pedir-lhe sua mais humilde ajuda pois seu pai não passa bem! – baliu a rena, se é que as renas podem balir, porque quem bale é a ovelha, mas foi assim que me contaram a história e assim lhes conto. Se rena não bale, isso não é problema meu!
Assim, Pumpkin, já muito impaciente com toda aquela situação desconfortável tomou a frente e miou toda a história para a Doce Filha Noel, que ficou estarrecida com tal situação e por pouco não chorou.
- Monte na vaca, Neta Noel ou seja lá o que você for! Eu estou montada na rena e assim partiremos para o Pólo Norte!
Pumpkin, a gata, decidida por salvar o Natal e envolvida por um estranho espírito natalino que não é de sua natureza, tomou as rédeas da rena e partiram à toda velocidade para o deserto gelado que era o Pólo Norte. Mas ao invés de irem pelo mar, preferiram cortar caminho pela Rússia à toda velocidade, assim a lua surgiu no céu, transformando Pumpkin numa bela e formosa donzela, a que descrevi no começo da história com cachos negros como a ônix e olhos verdes como a esmeralda com rabo e orelhas de gato, fazendo todos levarem um grande susto por essa repentina transformação, e assim Pumpkin explicou que um acidente de alquimia a tornara uma gata encantada que poderia se transformar em mulher na noite de lua cheia.
Eis que a trupe de animais e donzelas chegou ao deserto gelado, acenando para os esquimós, sereias e ursos polares. Estava muito frio lá, mas como Pumpkin era uma gata realmente muito gorda, pouco se importou com o frio.
“Ora, seu...”
E assim a rena e a vaca pousaram num grande campo aberto, cercado por montanhas de todos os lados, e lá murmurou estranhas palavras mágicas, estas que fizeram o chão abrir-se sobre seus pés e patas levando-os para uma câmara escura e assustadora toda feita de vidro, paredes e piso, o único brilho que iluminava aquele lugar era o brilho azulado vindo do gelo dos icebergs ao redor, e então Pumpkin lembrou-se da aventura que vivera em Janeiro com suas donas, da vez que aventurou-se dentro da nave abandonada por extraterrestres e que agora servia de fábrica para Papai Noel e os elfos, ali, naqueles mesmos corredores abaixo do nível do mar onde peixes coloridos nadavam ao redor, como se eles estivessem em um grande aquário como daqueles que vemos em filmes.
Só que ela não lembrava de tudo ser tão escuro e bagunçado. Depois de muito andar pelos corredores escuros de luz fraca e azulada, a trupe de criaturas chegou a ouvir o lamento dos pobres elfos presos em várias celas, e ao virar em mais uma esquina dos corredores intermináveis cheios de portas e salas secretas, eles deram de cara com uma grande prisão onde belos rapazes e moças de orelhas pontiagudas lamentavam sua desgraça. Mas ao contrário do que vocês podem pensar, esta tal prisão não era como outra qualquer. Os pobres elfos estavam presos em gigantescas bolhas de sabão em grupos de três, bolhas estas que flutuavam em um grande salão branco e redondo como um ovo.
- Elfos, Elfos! – clamou Rodolfo, a rena do nariz vermelho – digam à Nobre Gata Pumpkin que se dispôs a nos ajudar e à Doce Filha Noel que veio em socorro do pai o que nos aflige desde que o natal se aproximou!
E aí todos os elfos começaram a falar ao mesmo tempo, dando uma forte dor de cabeça em todos, já que as exclamações ecoavam de modo que batiam nas paredes brancas e retornavam aos ouvidos dos que estavam fora das bolhas de sabão.
- EPA-EPA-EPA! – berrou Pumpkin – vamo acabar com a patifaria! Falem um de cada vez, pelo amor de Deus! Será que a mãe de vocês não lhes deu educação?!
- Pumpkin! A gata de estimação de Kerbina Dellabóbora, prima de Cordélia Dellabóbora! – disse o elfo Nathaniel que participou da aventura passada no Pólo Norte quando Kerbina foi seqüestrada por Macacos-do-Ártico até Nabaztag.
- Nathaniel! Que bom vê-lo! Agora, já que foi o primeiro que falou, diga-me o que lhe aporrinha! - miou Pumpkin.
- O fato foi que um segredo de mil anos foi revelado, e agora a desgraça caiu sobre todos aqueles que serviram o Nobre Noel em todos os seus anos de bondade e compaixão! – clamou o elfo, fazendo com que a multidão de elfos recomeçasse a euforia.
- CALADOS! – rugiu a gata, assustando-se com o próprio rugido que ecoou nas paredes – prossiga Nathaniel...
- Nobre Marriet nos disse que a única criatura capaz de impedir que a terra gelada caia em desgraça é Nourie Hadig, a Filha Noel! – concluiu o elfo.
- Sim, e o que isso tem haver com Papai Noel ter ficado doido da cabeça? – perguntou Pumpkin agora já muito irritada, tinha sido tirada de seu sossego para ouvir estórias e elfos malucos! – e quem é Marriet?
- O fato que se consumiu foi o seguinte: um segredo do qual não fazemos idéia do que seja foi revelado, e dizem este segredo ter mais de mil anos, e a revelação deste segredo fez com que Papai Noel sofresse as conseqüências, e as conseqüências foram estas: Papai Noel enlouqueceu e tornou-se um homem maldoso e avarento que também não fazemos idéia do que ele pode querer... Mamãe Noel sumiu, e ele está prestes a lançar a nave aos ares para entregar brinquedos enfeitiçados para todas as crianças do mundo!
- Mas que história porreta! – exclamou a Vaca Amarela Resmungona de Encosto.
- Concordo com a vaca, devemos fazer alguma coisa e já! – rosnou Pumpkin dando um soco na palma da mão – vaca, rena, vocês vão estourar essas bolhas de sabão, reuniremos um exército de elfos bonitões e acabaremos com os planos malignos desse Papai Noel maluco!
- Não! Vocês não podem! – expôs-se Nourie Hadig – enquanto ele estiver com Cajado Mágico dele, nada poderemos fazer!
- E o que você sugere? – perguntou a gata cruzando os braços.
- Eu sugiro – começou a donzela Nourie Hadig – sugiro que usemos o meu Cajado Mágico Amargo, o contrário do Cajado Mágico Doce de meu pai! Esta é a única forma de desarmá-lo e pensarmos em fazer alguma coisa!
- E onde está o seu Cajado Mágico Amargo? – questionou a vaca.
Nourie Hadig puxou uma linda boneca de pano vestida de rainha do gelo, jogou-a para o alto e esta virou uma esfera e explodiu em um brilho de mil cores, tornando-se o Cajado Mágico Amargo que flutuou até a mão de sua verdadeira dona, a donzela Nourie Hadig.
- Então esta é a lendária Boneca Profeta! – exclamou a rena Rodolfo, surpresa com tal fato.
- Nunca pude imaginar que ela era o Cajado Amargo! – surpreendeu-se Nathaniel. Então, Nourie Hadig direcionou seu cajado preto-e-branco para as bolhas de sabão e estourou-as apenas com um leve balançar dele, cheio de mágica. Assim, os elfos choveram aos montes, parecia mais uma chuva de colírios, pois os elfos eram uma raça de seres altos e esbeltos, de pele macia e olhos azuis, orelhas pontiagudas e feições sedutoras, e Pumpkin não perdeu a chance de se jogar no meio deles!
- Ah, as meninas não vão acreditar quando eu lhes contar! – miou Pumpkin feliz da vida boiando no meio dos elfos bonitões.
Assim, o exército guiado por Pumpkin, a Gata e coordenado por Nourie Hadig, a Doce Filha Noel seguiram para a cabine central da nave espacial, que era uma pequena torre que se erguia do corpo traseiro da nave cuja ponta era uma esfera redonda.
- Escutem, caso os brinquedos enfeitiçados apareçam, destruam-nos sem dó nem piedade! – ordenou Pumpkin – eu e Nourie Hadig subiremos à esfera brilhante e renderemos o Papai Noel!
Assim as duas encantadoras moças subiram pelo elevador de vidro e adentraram na esfera brilhante que agora não imitava mais um lugar quentinho, natalino e aconchegante e sim uma cabine de nave espacial, pelo visto ele restaurara a verdadeira aparência do lugar como quando ele o encontrou. As duas arrastaram-se furtivamente pelos objetos estranhos e pelas máquinas e pelos computadores até acharem um lugar bom que servisse de esconderijo, e não puderam conter o espanto ao verem o bom velhinho vestido em um casaco de peles preto, os cabelos brancos penteados pra trás, óculos escuros na cara e coturnos, nem de longe era o bom velhinho, e nem sinal de gorro.
- Mas o que houve com meu querido pai? – perguntou Nourie Hadig assustada.
- Não sei, nem quero saber! Mas sei que é melhor você fazer algo agora mesmo, pois ele está ligando os motores!
Então Nourie Hadig surpreendeu seu pai lançando um raio amargo em sua direção, desarmando-o no exato momento em que o raio preto-e-branco atingiu sua mão. Papai Noel apenas sorriu para a filha e disse:
- Ora! Minha estimada filha! Veio ver o papai dominar o mundo? Veio ajudar? – perguntou o bom velhinho estendendo os braços para a filha.
- Papai, o que aconteceu com você? Porque está agindo dessa maneira? Logo você que tanto adorou o natal, que estimou tanto as criancinhas!
- O Natal... O que é o Natal? É apenas mais uma desculpa para os grandes empresários do mundo todo ganharem mais dinheiro! E as crianças remelentas e birrentas mesmo sendo mal-criadas são mimadas pelos pais incondicionalmente! Está mais do que na hora de dar um fim à esta data comercial dos infernos!
Ao ouvir isso, Pumpkin surgiu de seu esconderijo e rosnou:
- Eu não acredito! Papai Noel? O que houve com o bom velhinho que eu conheci?! Onde está a sua esperança? Onde está o seu amor e a sua compaixão? Este não é o Papai Noel que conheci! Lembra-se de mim? Pumpkin, a gata d’As Dellabóboras?
- Claro que lembro! Sabe o que houve com Papai Noel? Ele morreu! Morreu! Este que vocês estão vendo não é Papai Noel, e sim o irmão gêmeo dele, Leon Claus! – e assim disse, soltou uma gargalhada mortífera que fez tremer toda a esfera de vidro.
- O que você fez com Papai Noel?! – rugiu Pumpkin.
- Você não entende! – respondeu Nourie Hadig – assim reza a lenda da Boneca Profeta: “Dentro do doce velhinho, um amargo senhor vive, irmão gêmeo, trancado por anos, assim ele viveu, e quando a personalidade destrutiva de Leon Claus acordar, ao Natal daremos tchau!” E esse é um dos versos da canção do Amargo Segredo, guardado por mim dentro da Boneca Profeta... E se Leon Claus retornou, apenas uma pessoa foi capaz de trazê-lo de volta! Minha 15ª mãe, Dona Marriet!
E assim ela surgiu, inundando os olhos de Pumpkin com toda sua beleza. Mamãe Noel na verdade não era uma velhinha enrugada e gentil, e sim uma mulher esbelta de cachos loiros na cabeça trajando uma roupa vermelha de dar medo, ela tinha um olhar maligno e as bordas de seu vestido vermelho voejavam violentamente sem nem haver vento algum soprando. Ela flutuava sobre as cabeças de Pumpkin, Nourie Hadig e Papai Noel, que na verdade era Leon Claus, um maligno irmão gêmeo que viveu anos aprisionado dentro do bom velhinho.
- Por Deus! Nunca imaginei que a Mamãe Noel fosse tão bonita! - miou Pumpkin muito admirada, Mamãe Noel era quase tão bonita quanto Pumpkin.
“Ah, agora eu gostei! Finalmente um elogio!”
Psst! Não me interrompa! Chegamos ao ápice de nossa história quando voltamos ao distante passado de mil anos atrás, quando Papai Noel nasceu...
Papai Noel nasceu nos distantes e gelados montes da Lapônia, concebido por dois camponeses pobres, ele cresceu entre os animais encantados da floresta gelada e aprendeu a ter amor e compaixão para com o próximo, mas o que ninguém fazia idéia era de que dentro do nobre menino Claus havia um menino malvado e cheio de rancor, proveniente de uma encarnação de alma mal-entendida. Foram mandadas duas almas para um mesmo corpo, porém, o lado bom foi o que dominou aquele corpo até que um dia, brincando em cima de um pinheiro, o Menino Claus desequilibrou-se e caiu de cabeça em cima de uma pedra. Quando acordou já não era mais o mesmo, e sim uma criatura destrutiva e maligna, assim, os pais assustados lhes deram o nome de Leon Claus, já que o menino tinha a fúria de um leão.
Depois de uma semana de muito choro e coisas sendo destruídas e atiradas no ar, os pais de Claus rogaram à uma fada da neve que lhes desse um meio de mandar aquele espírito ruim para um lugar de onde ele jamais pudesse sair, então, a fada lhes deu um alfinete de cabeça vermelha e ordenou que espetassem o alfinete no topo da cabeça do garoto, e não mais tirassem, assim, aquela personalidade maléfica jamais voltaria. Então, quando o menino maligno finalmente dormiu depois de ter balado 5 passarinhos, dado nós em todos os gatos da vila e capturado 10 esquilos, a mãe de Claus alfinetou a cabeça do filho. E pela manhã, quando o menino se acordou, era novamente um garotinho amável e educado como sempre.
Assim o irmão mal ficou aprisionado para sempre na cabeça do alfinete, e para que os outros não notassem a presença de um alfinete na cabeça da criança, deram-lhe um gorro verde com uma bola de lã na ponta, e o resto da história – acredito eu – vocês já sabem! Ah, o gorro ficou vermelho por causa da Coca-Cola, acho que já disse isso...
- Agora eu entendo – disse Pumpkin ao ouvir a canção da Boneca Profeta – se Leon Claus voltou, quer dizer que alguém tirou o alfinete da cabeça de seu pai!
- Sim, e essa pessoa foi Marriet! – revelou Nourie Hadig apontando para Mamãe Noel.
- Isso mesmo! EU arranquei o alfinete! – confessou Mamãe Noel com um largo sorriso no rosto – ele já havia me contado sobre esse segredo, e disse a mim que nunca tirasse o alfinete, mas eu não sou uma garota boazinha se vocês querem saber.
No mesmo momento, Pumpkin percebeu que na verdade, não era a bela Mamãe Noel quem tinha causado toda essa confusão, e seus olhos experientes de gata de bruxa notaram um pequeno detalhe que ninguém havia percebido, mas antes que a experta gata preta pudesse falar alguma coisa, Mamãe Noel estendeu seu comprido braço branco e chamou pelo exército de brinquedos possuídos. E eles vieram de todas as partes, do chão, do teto, das paredes, dos móveis, eles estavam escondidos em toda a parte, prontos para o ataque final! Mamãe Noel soltou uma gargalhada de rasgar a espinha de tão tenebrosa que foi, e tomando o Cajado Mágico Amargo das mãos de Nourie Hadig, os brinquedos amarram-nas, ela e Pumpkin, com cordas fortíssimas feitas pelos elfos.
- Vocês não impedirão nossos planos com sua magia contrária! – gargalhou Leon Claus, abraçado à Mamãe Maligna Noel.
- Porque faz isso, Marriet? Por quê? – questionou Nourie Hadig achando que tudo já estava perdido. Pumpkin iria dizer naquele mesmo momento o porquê de ela estar fazendo tudo aquilo, mas novamente, antes que ela pudesse abrir a boca, algo aconteceu: o exército de elfos irrompeu pelo elevador e pelas entradas de ar, acompanhado da vaca e rena. A vaca deu-lhe uma dolorosa chifrada no traseiro de Dona Marriet, e a rena Rodolfo deu um coice daqueles no traseiro de Leon Claus, deixando os dois desnorteados por alguns minutos, o bastante para que os elfos desamarrassem Pumpkin e Nourie Hadig e desarmassem o casal Noel.
A nave agora já sobrevoava Londres de tão rápida que ela era, mas assim que o casal Noel foi rendido, ela parou, bem em cima do Big Ben.
- Agora diga-nos, Marriet! Porque arrancou o alfinete da cabeça de Papai Noel? – perguntou Nourie Hadig.
- Porque ela está possuída por um demônio! – rugiu Pumpkin apontando para Mamãe Noel, esta soltou um grito digno de uma mortalha voadora, seja lá o que isso for, mas com certeza é algo bem assustador.
- Entregue-nos o alfinete da fada se não eu direi o seu nome! – ameaçou a gata. Se você quer saber, os demônios não podem ouvir o nome deles enquanto eles estiverem possuindo um corpo, quanto mais chamarem-no pelo nome da pessoa possuída, mais ele ficará grudado ao corpo, mas se chamarem-no pelo seu nome original ele irá embora para sempre.
- Jamais! – rosnou Marriet.
- Ah é assim é, sua vaca?!
- Ei! – mugiu a vaca.
- Desculpe, dona Resmungona Amarela! – sendo assim, Pumpkin, a Gata apontou para o rosto de Marriet e disse:
- Seu nome é Lilith!
Mamãe Noel contorceu-se milhares de vezes, inchou, desinchou, mudou de cor e por fim cuspiu uma mariposa branca, e assim que a mariposa alçou voou para fora da boca de Mamãe Noel, ela evaporou no ar e Mamãe Noel voltou a ser uma velhinha gorducha e gentil, arrancando exclamações e sussurros de surpresa de todos.
- Ainda bem que ela voltou à sua forma original, pensei que nunca mais fosse ver minha mãe! – disse Nourie Hadig abraçando Mamãe Noel, esta que sorria aliviada e cansada.
- Não sei como posso lhe agradecer por isso! – disse a Mamãe Noel às Pumpkin colocando de volta o alfinete no topo da cabeça do Papai Noel. A cabeça do alfinete tremeu e dela saiu um brilho empoeirado muito semelhante ao da Aurora Boreal, brilho esse que soltava faíscas como as que saem do bico do maçarico usado para soldar o metal, e este brilho envolveu o corpo rechonchudo do bom velhinho em uma espiral que percorreu-o todo e retornou para a cabeça do alfinete. Assim que Papai Noel acordou, de um sobressalto olhou-se no espelho e repudiou suas roupas vermelhas originais, dando um susto em todo mundo novamente porque achavam que ele ainda era Leon Claus, e então ele disse:
- Marriet! Marriet! Temos de ir comprar roupas novas UR-GEN-TE-MEN-TE!
- Mas nem pensar, querido! Milhares de criancinhas estão esperando seus presentes! Já passa da meia noite!
- Não me diga uma coisa dessas! – exclamou o bom velhinho – vamos! Elfos queridos meus! Ao trabalho! Temos de entregar todos os brinquedos e ainda encontrar tempo para comprar roupas novas!
- Tem certeza que esse alfinete não é um presentinho particular da Coca-Cola? – brincou a gata.
“Desculpem pelo marketing não-remunerado!”
Sim, nós a desculpamos! Assim, Papai Noel fez uma mágica com seu Cajado Doce, e com um toque da ajuda do Cajado Amargo, todos os brinquedos voltaram ao normal, e na passagem de volta, deixaram Pumpkin, a gata preta, gorda e preguiçosa, no mesmo lugar em que encontraram-na e em seguida sumiram zunindo pelas estrelas. O coração de Pumpkin ficou apertado, ela fez muitos amigos nesta doce viagem natalina, e ela sabia que quando acordasse tudo não passaria de sonho distante...
E foi assim que Pumpkin salvou o Natal das criancinhas do mundo todo! E ai de quem disser que é mentira!
“Na verdade, não foi bem assim... Onde estão os robôs gigantes que eu enfrentei? E o sapo de um olho só?”
Não havia nada disso no que Nourie Hadig me contou! Sabe que não existem sapos no Pólo Norte!
“Aquela Branca de Neve falsificada!”
Não fale assim da Doce Filha Noel!
- Quem está falando mal da minha filha? Fui ao banheiro um minuto e já falam mal da minha família!
Foi a Pumpkin, essa gata gorda e preguiçosa!
“Só mentira!”
Alguém me passe uma foice! Vamos ter gato assado hoje, e é carne gorda, vejam só!
- Bom crianças, enquanto os dois brigam, gostaria de desejar um Feliz Natal para vocês e para todas as famílias do mundo nesta noite especial, tão linda que une de forma tão adorável os amigos e os inimigos... Não acham que há um toque de mágica nessa noite? Pois eu acho! Aproveitem para se desculpar com alguém que foi magoado ou fazer as pazes com alguém com quem você nunca foi com a cara... Enfim, aproveitem o Natal, é só uma vez por ano viu?
Feliz Natal!

Antonio Fernandes
24 de Dezembro de 2008.

Mais Frases Aleatórias...

Simples coisas que vem na minha cabeça, do vento mesmo :D

____________________________________

o que aconteceu minha pequena?
pisaram no teu jasmim?
tacaram fogo no teu jardim?
arranharam teu marfim?
E arrancaram tuas asas de serafim?


____________________________________

E então, neste momento tortuoso que se seguiu,
Meu coração virou pedra,
Petrificou-se dentro do meu peito,
Desprendeu-se da minha carne
E assim o atirei
No fundo de um lago escuro como a noite
Tenebroso como o abismo
E gelado como as profundezas
Repleto de criaturas hediondas
Que devorarão a qualquer um
Que tentar resgatá-lo
___________________________________

Chuva, lágrimas do céu
Chuva, pingos de dor e felicidade
Lava minh'alma
Arrasta as minhas mágoas
Para dentro do lago
Onde encerrei meu coração
Enche esse lago com a tua água
Chuva,
Protege meu coração

sábado, 19 de dezembro de 2009

THE BIG MACHINE - PARTE 12!




- Mesmo com a escola demolida e o reinado de terror da magrela Carmen Parafuso findado, a Grande Máquina continua ali, sugando a liberdade do mundo e oprimindo o futuro de milhares de pessoas...
- E você acha que essa invasão de última hora irá resolver alguma coisa, Christopher? Podemos voltar mortos de lá! Convertidos se tivermos sorte!
- Não vejo alternativa, Ray, essa é a nossa última saída... Eu sinto, aqui dentro do meu peito – ele tocou o coração e olhou para o horizonte através da gigantesca janela redonda frontal do dirigível prateado que mais parecia um submarino, voando em direção à cidade. – que assim que chegarmos ao cérebro da Máquina, ao centro de comando, descobriremos tudo, tudo estará resolvido, e este caos chegará ao fim.
- Mas e quanto a nós? – ela se referia às suas versões mais novas. – o que será dessas crianças?
- Elas não podem voltar para o passado, principalmente a garota, você bem sabe o porquê.
- E então vamos metê-las assim, de cara nessa missão? E se algo acontecer a elas? A nós? Vamos deixar de existir se algo acontecer!
- Eu sei, mas esta é a nossa última saída, nossa última esperança... Todas as nossas missões falharam, em apenas um mês, mandamos agentes milhares de milhares de vezes ao passado, impedir que a faxineira Carmen entrasse na máquina do tempo, mas uma espécie de barreira sempre impedia quem fosse de chegar a tempo. A escola foi demolida por ela própria, e ela sequer teve medo de arruinar o seu futuro como imperatriz, isso quer dizer que ela já sabia antes de nós que nada poderia pará-la.
- Explica muita coisa o fato de que foi Maurice quem construiu a máquina do tempo. Talvez ele a tenha programado para impedir quem fosse de ir até o momento fatídico e arruinar os planos de Carmen.
- Eles estiveram juntos nisso o tempo todo, por isso nossas invasões e tentativas de libertar prisioneiros nunca deram certo. Os robôs sempre sabiam dos nossos pontos fracos, sempre sabiam cada passo nosso. Aonde nós íamos, as Células sempre estavam lá. Enfim descobrimos que Maurice era o mecânico, o cientista, o mentor de cada máquina construída ali.
Em pouco tempo, ali estavam eles outra vez, nos arredores da cidade. Por toda parte havia sucata, por toda parte havia pobreza, e por toda parte havia fome e desgraça. Pessoas que foram expulsas da cidade por não terem poder aquisitivo suficiente para se manterem entre a tecnologia. Ali eles passariam despercebidos, mas só por enquanto. The Big Machine era agora um gigante, um demônio enorme e escuro, maldito, olhando para eles fixamente com seu único olho de esmeralda.
- Por onde vamos entrar? – perguntou Suzannah.
- Não é muito longe daqui – respondeu o Christopher do passado. – de acordo com o mapa, há uma entrada de esgoto na próxima ruela, virando à esquerda. Vamos ter um bom tempo de caminhada debaixo da terra...
- E quem disse? – retrucou o Christopher do futuro – temos Planárias a nossa disposição no subterrâneo, sempre tivemos para situações como essas.
O outro Christopher deu de ombros. Todos estavam bem equipados debaixo daqueles mantos sujos e carcomidos, usando o uniforme de borracha de sempre, mas com um colete complementar com todo o tipo de armas e comunicadores que eles poderiam precisar. O grande grupo era formado pelos dois “Christophers”, pelas duas “Ray Anns”, Suzannah, Fábia e mais quatro soldados de alto nível para apoio. Lá estavam eles, descendo as escadas enferrujadas de um bueiro para o subterrâneo, para o fundo, para o que um dia fora Macapá. Os esgotos nada mais eram do que a antiga Macapá, boa parte dela na verdade, pois alguns pontos ainda são originais, apesar de estarem um nível abaixo dos grandes prédios reluzentes de metal. Voando baixo, sob as planárias, o odor era podre, vindo de baixo, das ruas alagadas, a água às vezes respingava em seus rostos, água suja.
Uma planária para dois, estavam divididos em pares, tudo passava muito depressa, o mundo parecia estar correndo. Christopher reconheceu alguns pontos, algumas esquinas, casas antigas, da sua época, ocultas na penumbra da escuridão, fadadas a ficarem escondidas para sempre embaixo de metros e metros de fiação, cabos, encanamentos, sistemas de metrô, e sucata, muita sucata. A velha Macapá estava ali, alagada. Aos poucos, The Big Machine foi começando a ficar mais próxima. Seus cabos de sustentação tinham quilômetros de extensão e pareciam intermináveis, assim como na superfície, eram serpentes escuras anelares, vermes gigantescos, sanguessugas envolvendo os prédios em abraços mortais, perfurando-os.
Ora, vejam só, era a praça Floriano Peixoto, as pobres árvores estavam todas mortas, e os lagos centenários, onde os moradores mais antigos da cidade brincaram de pique e pula-corda, já nem eram mais visíveis. Supermercados, lojas, avenidas, escolas, esquinas, postes, tudo inteiro, intocável, banhado pelo esgoto. Era assustador, era apavorante, era triste acima de tudo. As Planárias davam guinadas, desviavam de casas, sobrevoavam antigos quintais, e em poucos segundos ali estavam eles numa área onde não havia água, uma área alta e irreconhecível, onde os cabos infernais da fiação estavam tão enroscados e embolados uns nos outros que mais pareciam formar um grande ninho de cobras coloridas. Com certeza ali fora a rua que constava no endereço do já extinto Centro de Ensino Cyclone. Ora, se não fora! Ali estava o tronco do velho jambeiro que ficava diante do portão! E a alguns metros dali, o outro jambeiro também estava morto.
Ainda havia algo dos antigos canteiros onde os alunos se sentavam para conversar, e os três mastros de ferro onde se hasteavam as bandeiras do país, do estado e da escola ainda estavam de pé. A escuridão ali era total, a não ser por aberturas no “teto” daquele lugar tenebroso, que traziam um pouco de luz solar, luz fraca mas suficiente para enxergar o que havia ao redor. Acima das suas cabeças, a grande torre maldita se erguia, e diante dos seus olhos, o subterrâneo dela se abria. O portão estava obstruído pelos cabos, nada que os soldados e Christopher não dessem um jeito. Enquanto isso, os outros observavam assustados ao estranho mundo que os rodeava.
- Nossa, isso é muito bizarro! E é gigantesco! – exclamou a Ray Ann andróide.
- Nem acredito que passava por aqui todos os dias para vir pra aula! – exclamou a Ray Ann do passado.
- E nem eu... – riu a andróide erguendo a sobrancelha.
- A rua está tomada, o asfalto é praticamente invisível, estamos cercados por morros de fiação elétrica! – disse Suzannah, analisando a estrutura de um enorme cabo de aço que vinha do leste e em seguida erguia-se, sumindo para dentro do “teto”. Logo, os portões da extinta escola foram desobstruídos e arrebentados, foi poeira para todo o lado, e o barulho foi alto, o que deixou todos bastante alarmados, mas a voz de Don Hills, vinda do comunicador no pulso de Ray Ann afirmou que eles estavam seguros, ali nada funcionava, nem câmeras, nem sensores e nem alarmes. Eles estavam completamente seguros. Havia há algum tempo, mas tudo foi danificado pelos ratos.
Christopher Umbrella, Saturno Revenge, foi o primeiro a entrar na câmara de despejo da Máquina, pra onde iam as cinzas e o metal compresso, pra onde ia o lixo cuspido por The Big Machine. É claro que o teto estava mais alto, pois não havia mais segundo nem terceiro andar, mas o piso, o chão, era o mesmo. Ali naquela área não havia muito lixo ainda, em resumo, a entrada da escola estava intacta. Ao lado, a vidraça da secretaria, do outro lado, os banheiros, mais à frente a lanchonete, e então as escadas para o segundo andar inexistente, ela terminava numa parede de ferro agora. Era apavorante ver tudo aquilo, e doloroso demais. Aos poucos, um por um deles foi entrando, e em pouco tempo todos estavam explorando a câmara circular. Era apavorante, realmente.
- Vejam! Vejam! – alertou um dos soldados – são as entradas!
- As saídas, para falar a verdade – corrigiu Suzannah dando de ombros e se aproximando da parede. Ela não estava se deixando abalar por aquilo como os outros. Estava sendo muito forte. Foi ela quem puxou de um dos bolsos do colete um estranho bastão, o qual lançou ao chão com força, e automaticamente uma escada surgiu presa à parede com segurança. Ela não perdeu tempo, foi a primeira a subir, e seu berro assustado repentino surpreendeu a todos. Suzannah caíra da escada auxiliar. O motivo? A saída de lixo metálico acabara de cuspir um cubo de ferro compresso para longe, cubo esse que por pouco não atingiu Fábia. Todos riram, descontraídos.
- Tá vendo? – riu o Christopher do passado estendendo a mão para a amiga – O que dá ser apressadinha?
A escada foi reposicionada para a saída de cinzas, e agora, sem interrupções e sem sustos, eles subiram para a tubulação, um atrás do outro, como ratinhos, arrastando-se dentro daqueles túneis, lutando contra a gravidade para não escorregar e levar os seus companheiros que vinham logo atrás junto consigo
- Nossa! Esse túnel é apertado demais, desse jeito eu vou virar claustrofóbica! – exclamou Fábia Paola.
- Aguenta mais um pouco! De acordo com o mapa, estamos quase chegando à câmara do incinerador! – declarou o Christopher do futuro, olhando no mapa digital acessível a partir do relógio em seu pulso.
- E eu realmente espero que esteja desligado... – resmungou Ray Ann. Após muitas curvas, subidas e descidas, ali estavam eles, na famosa câmara do incinerador, onde o túnel se alargava cada vez mais. Eles estavam sujos e loucos por um ar mais limpo, porém, isto seria raro dali por diante. Àquela altura, a maioria deles já havia dado gritos de susto, repulsa e pavor por ter encontrado algo peculiar durante o período em que rastejaram pelo caminho. Por ali era possível encontrar restos de crânios, arcadas dentárias, fêmures e ossos em geral, chamuscados, de costelas e de braços, quebrados em vários pedaços que poderiam até cortar, restos mortais de indivíduos que tiveram a sorte de parte de seus corpos sobreviverem ao triturado e ao incinerador, cobertos por cinza. Foi alívio chegar ao incinerador finalmente.
Após ele havia uma esteira rolante, por onde eles passariam tranquilos, mas muito rápido, ali não havia robôs nem segurança também, porém só por enquanto. E após isso, o caminho se segue por uma tubulação, outra vez, um respiradouro. O grupo já se encontrava na antecâmara do superventilador. Ray Ann deu o primeiro passo para dentro do incinerador, passando por entre duas palhetas gigantescas.
O incinerador funcionava da seguinte forma: uma plataforma plana de titânio era superaquecida por jatos de fogo até que tudo queimasse por completo, e em seguida, braços mecânicos faziam a raspagem levando os detritos para uma esteira no centro da plataforma. Esta esteira entra em movimento após a sessão e lança as cinzas para a tubulação, onde o superventilador sopra tudo o que há pelo caminho até a saída de cerâmica, pra falar a verdade, aquilo era quase uma hélice, uma super hélice de navio. Deveria pesar toneladas. Logo o grupo caminhava sobre a esteira. Tudo estava limpo e impecável ali dentro.
- Após isto há uma longa esteira no meio de um grande vão ocupado por engrenagens e mecanismos enormes, e é por onde faremos o esforço de nos locomover. – avisou Christopher Umbrella antecipadamente. O Christopher do passado logo imaginou como aquilo deveria ser. Exatamente como o interior de um grande relógio, isso com toda certeza seria mais do que emocionante! Quase como nas últimas cenas de ação de Hellboy 2, na luta contra o exército dourado no meio de todas aquelas engrenagens. Um frio dançava dentro de seu estômago como se ele tivesse engolido uma sardinha viva. – só quero que não me façam o favor de caírem no fundo desse fosso, vou logo avisando que é morte certa. Só tínhamos dois propulsores a jato sobrando, os outros estavam danificados, por isso eles estão em poder dos dois viajantes do tempo, que precisam de muita segurança.
O que os estaria esperando do lado de lá?

Fim da Parte Doze!


EU NÃO AGUENTO MAIS!!!!


domingo, 13 de dezembro de 2009

The Big Machine!


A saga dos robôs que usam melissinhas está chegando ao fim! Preparem-se!

THE BIG MACHINE - PARTE 11!

Algumas coisas estavam começando a ficar muito claras agora. Muito mais claras. Era como se um novo raiar do dia estivesse surgindo no horizonte de prédios de bronze e titânio. Num mundo de robôs de alta-tecnologia, corações de metal, sentimentos confusos e entrelaçados como cabos de eletricidade, computadores travados, vírus eletrônicos e códigos binários. Não há tempo para sentimentos, não há tempo para pensar. Era hora de agir.
E então Augusta Montgomery, seu marido Pietro Heinrich e seu melhor amigo Maurice Angels haviam se voltado contra Christopher Umbrella naquele futuro doentio e distorcido. E o motivo estava claro, estampado, explícito para quem quisesse ver. Os três simplesmente não aguentaram toda aquela pressão, não aguentaram a falta de consideração e todas aquelas grosserias que partiam de um sádico Christopher, não admitiram aqueles maus-tratos sem motivo aparente, e resolveram ir para o lado do “mal”. Mas as coisas eram muito mais complicadas do que a mente atrasada de Chris podia calcular e lembrar, os fatos iam muito além disso, o ponto exato, e todos sabiam, na era estes. Christopher Umbrella, ou Saturno Revenge, tinha os seus motivos para tudo aquilo, tinha motivos para agir daquela forma.
Motivos que o Christopher de apenas 16 anos desconhecia. Mas que estava prestes a conhecer. E então, caros amigos, chegamos a um ponto crucial da história onde o centro da trama já não é mais o grande império cruel de robôs que mantém o planeta sob um regime a, literalmente falando, punho de ferro e a solução para libertar a humanidade da escravidão. Mas sim o que levou a todo aquele conflito, a aquela inimizade inesperada, a aquela separação de amigos de longa data. A poeira finalmente baixou, e assim Christopher pôde perceber que a multidão que estava atrás deles tinha armamento pesado, e estava esperando o sinal esse tempo todo para o ataque final. Porém, Saturno Revenge não o fizera, o que havia deixado a todos muito confusos. As armas já estavam abaixadas àquela altura.
- Porque os deixou fugir? – questionou a andróide tirando os restos de concreto dos cabelos e partindo para cima de seu amigo – nós tínhamos condições de mantê-los presos aqui! Você poderia ativar o escudo magnético com um movimento da sua mão! Porque não fez isso?!
- Eu estava farto de ficar olhando para a cara daqueles sonsos todo dia, cansado de falar com eles. Cansado de engolir a frieza deles, cansado de vê-los agindo como se nada aconteceu! – desabafou Christopher em um único momento de fraqueza. A liga metálica proveniente da fantástica manopla recolheu-se para a luva, e a pedra avermelhada voltou a ser alaranjada.
- Não precisa nem dizer que você está agindo feito uma criança! – escandalizou Ray Ann – ora! Eles estavam nos ajudando, eles estavam do nosso lado! E estavam sim, agindo como se a briga de colégio de vinte anos atrás não tivesse acontecido porque queriam ajudar, queriam que a convivência se tornasse mais fácil, mas você foi burro o bastante para continuar agindo como um imbecil e jogá-los direto nos braços da Carmen!
Christopher e Ray Ann, atuais viajantes do tempo, se entreolharam confusos. De que briga ela estava falando? O que aquilo queria dizer? Seria a chave para todo o rancor?
- Chris, o que aconteceu com você? – ela tocou o rosto marcado pela angústia com sua mãozinha delicada. Não havia crescido nada desde os tempos de escola. – cadê aquele cara de antes? Cadê aquele cara que sabia o que era perdão? Aquele cara que sabia esquecer o passado como ninguém e colocar a bola pra frente? – ela tinha o rosto choroso, como se tivesse pena da figura que se dispunha diante dela naquele momento. O canto da boca retorcido, as sobrancelhas unidas, a cabeça balançando de leve em negação.
- Christopher Umbrella morreu. – disse ele, friamente, afastando a mão da amiga. – contatem Fábia Paola! – ele se dirigia aos oficiais – reunião urgente! O restante dos soldados, dispersar e aguardar futuras posições! Preparem-se!
Cinco homens irreconhecíveis vestidos nos uniformes comuns usando as braçadeiras vermelhas seguiram-no, Suzannah também fez o mesmo.
- O que vai fazer agora, Chris? – perguntou ela, nervosa, apressando o passo para acompanhá-lo.
- Vamos invadir a Máquina! – e pela primeira vez, ele esboçou um pouco do verdadeiro sorriso de entusiasmo, há muito não visto.
- MAS O QUÊ? – Suzannah estancou – você ficou maluco?! Teremos sorte se eles substituírem nossos cérebros por CPUs e nos colocarem para trabalhar no comércio legalizado! Isso se não virarmos picadinho! É suicídio!
- Não se tivermos um plano – ele virou-se para trás, para a andróide Ray Ann decepcionada e seus dois acompanhantes temporários – o que vocês estão esperando?! Venham logo! Não temos o dia todo!
De volta à sala branca. Tudo estava exatamente como era antes do ataque das joaninhas. Com exceção de uma coisa. Uma grande coisa. Bem GRANDE, na outra extremidade daquela grande sala, após a enorme mesa redonda fluorescente em azul, oculto pelo grande holograma que era novamente a moça de sorriso encantador e grandes olhos castanhos havia uma tela, uma grande tela LCD de dois metros de altura. Cabos elétricos enormes desprendiam-se dela como serpentes multicolores perfurando o teto vorazmente. Sentado diante da enorme tela estava um homem. Um homem magro, mas relativamente forte. Seus ombros eram largos e ele tinha uma expressão frequantemente concentrada, como se nada pudesse abalar a parede que havia entre ele e o mundo, uma parede que o mantinha íntimo às máquinas, íntimo ao seu brilhante computador.
Único no planeta, perdendo somente para The Big Machine, operava naquele prédio e em mais três espalhados pelo mundo afora. Don Hills era o mentor, o criador, o pai daquela supermáquina, criada especialmente por ele, programa por programa, peça por peça, 10 anos de trabalho. Sua única exigência era operar através daquele monitor de LCD gigantesco, não era lá muito chegado a hologramas, tinha raiva do que não podia tocar.
- Oh, meu, Deus! – exclamou Ray Ann – mas é o Don! O Don! Como ele está diferente! – um sorriso enorme tomou conta do seu rosto moreno. Era um alívio vê-lo vivo ali, depois da visão terrível da destruição parcial da casa das suas tias, poucos segundos antes de vir para o futuro. Ela não pode se conter! Nem poderia! Ela empurrou todos, tirou todos do seu caminho e saltou sobre o homem sentado naquele verdadeiro trono diante do monitor.
- Mas o que significa isso?! – espantou-se Don, levantando-se da cadeira nervoso, tentando ver de quem se tratava seu salteador. E espantou-se mais ainda ao ver que era uma versão mais nova e menos metálica de sua prima Ray Ann. – Por Deus! Mas... Oh... – ele desviava o olhar da garota para a mulher andróide, mais rápido do que podia. – eu não acredito que você a trouxe!
- Nossa casa foi destruída! E temo que algo de muito grave tenha acontecido... – ela não estava nenhum pouco feliz, era a única dali que não estava nervosa ou empolgada, estava chateada, irritada. Com exceção de Christopher que estava completamente perdido naquela situação. Em poucos minutos, todos estavam amontoados ao redor da grande tela, esperando os esclarecimentos de Don Hills. Aberto em fullscreen na grande tela estava um programa, uma imagem.
- Muito bem – ele se pôs de pé – temos aqui o plano completo em 3 dimensões do interior e exterior da torre... – conforme ele falava, a grande reprodução mudava de ângulo e posição, mostrando engrenagens, cabos enormes, salas, compartimentos, entradas e saída de lixo e de sucata, linhas de produção metalúrgica e queima de combustíveis. Era incrível. A sincronia perfeita entre a mecânica arcaica e a tecnologia futurista. Sala da caldeira, centro de operações de sistemas com placas enormes, drivers e afins, cabos de aço enormes, engrenagens intermináveis, como num grande relógio. Havia também partes colossais que lembravam peças de motores de carros, turbinas giratórias de avião e sistemas hidráulicos, um verdadeiro carnaval de ferro, titânio, aço e bronze.
- Após um mês de estudos, eu consegui verificar uma única falha no sistema de segurança da Máquina – disse Don Hills, curvando-se para a tela e tocando no LCD com seu dedo fino com muito cuidado. Rapidamente, uma enorme imagem abriu-se. Todos deram vários passos a frente – o descarte do triturador!
Todos deram passos nervosos e aglomerados para trás.
- Acalmem os ânimos, pessoas! – disse ele, divertido, ajeitando-se no seu uniforme preto de borracha – o triturador não só tritura... humanos... como tritura também restos metálicos inutilizáveis e com defeito, que seguem caminhos diferentes para incineradores diferentes. Em resumo, existem duas saídas, a saída de cinzas e a saída de cubos de metal compresso!
A tela abriu-se mais ainda, mostrando uma grande câmara subterrânea cujo chão era repleto de cinzas e ferro retorcido.
- Aqui está! Esta é a câmara do depósito! Aquelas duas saídas de cerâmica no topo da câmara serão suas entradas! – ele apontou para duas grandes saídas circulares a mais ou menos 5 metros do chão da câmara. – os horários de julgamento são cumpridos todas as sextas sete horas da manhã, e como amanhã será sábado, somente a saída de metal compresso estará ocupada despejando lixo, por isso, cuidado com acidentes! A limpeza dessa câmara é feita somente aos sábados às seis da tarde por robôs serviçais e humanos convertidos, com cérebros biônicos, por isso vocês estarão livres para entrar de manhã bem cedo! – ele deu uma pausa e tocou a foto para mostrá-la de outro ângulo, agora, a grande tela mostrava uma entrada de esgoto obstruída, quase invisível aos olhos desatentos, bem no canto da imagem.
- Esta é a entrada da câmara para pessoal não-autorizado – gracejou Don aproximando cada vez mais a imagem 3D – um grande portão de ferro maciço fica oposto à esta entrada, e é por onde os “faxineiros” entram. Ele fica trancado o restante do dia inteiro, e não há câmeras do lado de dentro, por isso vocês estarão em segurança para executarem o que seja sem serem detectados... – ele deu uma pausa, dando as costas para a tela LCD e voltando-se para a comissão de oficiais de preto que, atentos, observavam e anotavam cada detalhe – esta passagem obstruída fica exatamente no lugar onde ficava o portão da nossa escola, já que a Máquina foi construída em cima dos escombros...
Um aperto flagelou feito chicote quente aos corações de todos ali presentes.
- O subterrâneo de The Big Machine é praticamente o térreo da escola, por isso não se espantem se encontrarem coisas muito antigas por lá... Há um acesso a este subterrâneo pelo esgoto em um beco pouco vigiado ali próximo. Ninguém vai lá porque está muito escondido. Um mapa está sendo entregue a cada um de vocês – os mapas foram entregues por Ray Ann, a andróide – é uma missão muito perigosa, meus caros, e espero que não achem que isto será fácil como parece, com certeza vocês encontrarão muitas adversidades pelo caminho, adversidades que eu não pude prever porque o que tenho em mãos é somente a planta básica da Máquina.
“Uma vez que se encontrarem dentro da Máquina, jamais optem pelas esteiras rolantes ou pelos corredores principais, locomovam-se por entre as paredes, por entre as engrenagens, sob os cabos, sob o sistema, entre a tubulação e etc. Assim estarão seguros, mas não completamente. Saturno tem consigo um mapa completo da Máquina que os levará diretamente para a sala principal, para o Cérebro, para o Olho do Mundo, e quem sabe lá vocês finalmente descubram o que houve realmente com Carmen Parafuso.”
- E qual o objetivo dessa invasão imprudente? – questionou Ray Ann lançando um olhar felino sobre Christopher, que a ignorou completamente.
- O objetivo é desligar o sistema de segurança da Máquina, o sistema de segurança do mundo inteiro – Don fez questão de explicar isso, antes que Christopher falasse alguma coisa – e assim que o caminho estiver desimpedido, eu apertarei este botão...
Um botão virtual enorme surgiu na tela, no formato da tecla de “enter” dos teclados da nossa época.
- E tudo estará acabado! – ele parecia muito ansioso, cheio de expectativa com aquilo, quase pulava de alegria. E apesar de todos esses anos e dos novos “músculos”, ele ainda parecia um avatar do The Sims. – um vírus eletrônico nunca antes visto na face da terra irá apagar todos os arquivos e registros do sistema da Máquina. O sistema irá reiniciar e não haverá mais programa algum a executar, de modo que o mundo irá literalmente parar!
- E então será hora de quebrar tudo – resmungou Fábia amassando uma latinha de refrigerante com uma só mão. Que estranho! Seu cabelo estava ruivo agora! O corte chanel de antes já era, agora ela usava apenas uma franja ondulada, e nada mais, o resto estava bem batidinho, curtinho, um corte perfeitamente inovador. Era hora de agir. O tempo rugia, uma forte tempestade vinha por aí, e ainda faltavam muitos mistérios a serem desvendados.

Fim da Parte Onze!


Ta aí, gostei...


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Momento de Tensão...

ENQUANTO ISSO, NO MSN...

۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*asuiushauishasuihasuiahs
*pára de assaltar o comércio do teu pai
*SUA MONSTRA!
*AUISJAOIS


('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*POKASPOKAPSOKAOK
*pow, faço um roubo todo dia u.u'


۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*asuiashaiusauishuiasiuahsi eu vou praí no ano novo só pra assaltar o comércio do teu pai
('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*POASKPOAKSPOKASPOKASPOKASPOAOPK
*pow veem
**-*

۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*eu vou mesmo
*só to esperando o pai me ligar
*pra dizer que agent vai
*no dia 26
*e volta no dia 2 ou 5 -q

('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*pow,
*mas tu vai passar o ano na casa dele,
*ou vai sair por aqui?


۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*eu n sei, sinceramente n sei
*a mamãe tava até dizendo que ele ia levar agent pra Salinas! eu quase morri, mas acho que é só especulação aleatória!


('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*vishi'
*se tu vier mesmo, vê se ele te leva pro terminal
*esse ano não vai ter tiroteio, creio

۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*AUHSAUISHAUISHAUIS TEVE TIROTEIO NO ANO PASSADO???
*HEBE
*\pei\pei\pei
*É TIRO!


('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*teve pow, mão sabia
*morreu um cara do meu lado

۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*CARALHO!!!! EU N VOU MAIS AGORA!!! MEDO

('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*g.g
**bão
*POAKSPOKASPOKAPSOKAPOSKAPOSKPOASKPOAKSPAOKSPOAKSPOKASPOKASPOKAPSOKAS

۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*CARA QUE MEDO
*MORREU UM CARA DO TEU LADO?
*TENSO AMIGA!


('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*morreu
*atiraram na peito dele
*pow, tava à uns 2 metros de distancia

۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*MELDELS DU CEL BRENDA!!!!
*PÁRA DE GRAÇA!!!!


('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*aí chegou o Bope, mandou todo mundo sair ... e acabou a putaria
*sério,....
*tow dizendo, ano passado aqui morreram uns 10 nessa bagaçeira

۞ FTLOUIE ۞_______eu.gostava.d.vce_______ diz:
*GENTE, MELDELS, E TU FALA DISSO COM A MAIOR NORMALIDADE!!!!
*MELDELS
*TEEENSO AMIGA!!!!
*PO, EU NEM VOU SAIR DE CASA ENTÃO, QUE HOOOORROOOR

('.') ๖ۣۣۜۜBeêCαmpos !! xD diz:
*POAKSPOAKSPOAK
*relasha amr



TEEEENSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO'
G.G~

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

THE BIG MACHINE - PARTE 10!



Uma porta abriu-se para o corredor branco já tão conhecido de Christopher, da escuridão à luz intensa, ali estavam eles. Dentro da Fortaleza Tecnológica Asgard, a morada dos deuses Nórdicos. A vista ainda estava muito embaçada e sua cabeça girava, de modo que era impossível manter-se de pé ou de olhos abertos, o ambiente rodava e rodava sem parar. Ray Ann vomitou dentro de um balde, ela ainda não havia vindo à tona da escuridão, ela ficara dentro do que parecia um armário de vassouras. A andróide agia normalmente, como se já estivesse acostumada àquilo.
- O que aconteceu?! – balbuciou Ray Ann abrindo e fechando os olhos enquanto tentava se manter de pé, acabou derrubando todas as vassouras do armário.

- Isto se chama Travessia Temporal... É melhor ir se acostumando porque vocês terão de voltar, mais cedo ou mais tarde.

E então foi como se a garota tivesse levado um choque.

- E a minha tia?! O que aconteceu com a minha casa?! – ela gritava, lembrando-se do rolo compressor gigantesco destruindo parte de tudo.

- Não se preocupe, ela vai ficar bem – disse a Ray Ann do futuro ajudando-a a sair do armário de vassouras – o tempo estava parado quando aconteceu, então ao se acordar, sua tia estará estática. Nada pode ferir alguém enquanto o tempo está parado.

- EU SABIA QUE VOCÊ ESTAVA POR TRÁS DISSO! AUGUSTA MONTGOMERY! – aquilo ribombou feito uma explosão pelas paredes brancas reluzentes do corredor. Um enorme vulcão parecia entrar em erupção naquele momento, um vulcão de vibrações sonoras apavorantes. Os tímpanos vibraram retraindo-se contra aquele rosnado selvagem revoltado. O mundo pareceu tremer diante de toda aquela fúria. Dois guardas usando o uniforme completo de borracha, cinto metálico e óculos vermelhos arrastavam a força uma mulher magra de cabelos longos e escuros que iam até a altura do colo. Ela tinha uma expressão odiosa no rosto, como uma felina, uma criatura esguia e rápida, feroz, um leopardo vestido de preto. Os dois homens apertavam seus bracinhos com toda força enquanto ela lutava para se libertar.

Atrás daqueles irreconhecíveis e inexpressivos guardas vinha ele, Saturno Revenge, o apavorante e amargo Christopher Umbrella do Futuro, com as mãos para trás, passos largos e duros, decididos, enquanto ele gritava triunfante pelos corredores. Atrás dele, uma verdadeira multidão vinha seguindo em rebuliço constante, como se fossem feijões postos dentro de uma panela com água fervente. O andróide Ray Ann pôs-se a frente dos dois adolescentes que acabaram de chegar do passado. O coração de Chris era uma bomba relógio, palpitava nervoso, ele sentia a si mesmo prestes a entrar em convulsão. O confuso Ray Ann segurou forte em sua mão, e os dois ficaram bem escondidos atrás do corpo metálico. É claro que eles estavam visíveis, mas fora da linha de fogo.

A mulher era Augusta, Augusta Montgomery, amiga de Christopher há anos, os dois estudavam juntos desde a terceira série, praticamente cresceram juntos, dividindo segredos e momentos sempre. E agora aquilo. Um escorraço em público para aquela que era quase sua irmã. Porque aquilo? O que estava acontecendo?

- É CLARO QUE VOCÊ ERA A ESPIÃ! EU SEMPRE SOUBE! EU SOUBE DESDE O COMEÇO! SOUBE DESDE QUE VI O SEU ROSTO SONSO AQUI PELA PRIMEIRA VEZ HÁ UM MÊS ATRÁS! – um trovão ou uma voz? – COMO EU PUDE ACHAR QUE VOCÊ ESTAVA DO NOSSO LADO? COMO EU PUDE SER BURRO DE NOVO DEPOIS DE TER QUEBRADO TANTO A CARA COM VOCÊ?

- HORA, CALE A BOCA! – gritou ela em resposta, tentando morder o guarda da direita – VOCÊ BEM SABE QUE O MAIS HIPÓCRITA DE TODOS AQUI NÃO SOU EU, MAS SIM VOCÊ MESMO! O ÚNICO INCAPAZ DE ADMITIR OS SEUS ERROS, O ÚNICO AQUI QUE NÃO MOSTRA QUEM REALMENTE É, QUE SE ESCONDE ATRÁS DE UMA MÁSCARA, CÍNICO COMO HÁ VINTE ANOS ATRÁS.

Ele gargalhou, estava adorando tudo aquilo, estava adorando toda aquela confusão.

- FAÇA-ME O FAVOR! VOCÊ NÃO TEM MORAL ALGUMA PARA DIZER O QUE EU SOU O QUE DEIXO DE SER! OLHE PARA SUA FIGURA DEPRIMENTE – os guardas estancaram e viraram ela de frente para Saturno, de modo que ele pode avalia-la dos pés à cabeça, com um olhar de desdém vitorioso, como se ele estivesse esperando por aquele momento triunfante há muitos e muitos anos. Era o seu momento, aquela era a hora da vingança, da bela vingança. – Você não vale nada, Augusta, nunca valeu nada, sempre se escondeu atrás do papel de garota inocente injustiçada, sempre se escondeu atrás da imagem de garota boba, mas por trás disso você passava longas horas planejando a queda das pessoas que estavam ao seu lado, das pessoas que te consideravam uma amiga. Quando você queria uma coisa, ficava bem caladinha, quietinha no seu canto, tramando feito uma serpente velha. Você foi a discórdia da amizade de Reneé e Lorena na oitava série, sempre metida entre as duas, tentando separá-las, fazendo intriga, fazendo com que Reneé supusesse que Lorena a estava substituindo por mim e por Giuseph!

- AHAHAHAHA! – ela gargalhou, fazendo pouco, desdenhando daquilo, como se fosse algo impossível, fonte da imaginação de Christopher – é claro que eu fiz isso sim, é claro! Eu sempre armei para separar todo mundo, sempre fiz isso, é o que eu faço de melhor, afinal, eu sempre fui a vagabunda da história – ela desmontou o personagem em meio segundo – ORA, FAÇA-ME O FAVOR! NÃO SEJA IDIOTA! NÃO TENTE COLOCAR A CARAPUÇA EM MIM! ELA NÃO SAIRÁ DA SUA CABEÇA PORQUE ESTÁ PRESA!

- E não vou ser, minha cara Augusta, não mais – sorriu ele, dando dois passos para frente, ficando mais próximo de Augusta para que pudesse olhá-la de cima, do canto do olho, como sempre quisera fazer, amargo e ressentido que era – agora deixaremos que o nosso povo decida o que será de você! – ele agachou-se, segurando o rosto dela com força. Ela lutou para libertar-se, mas não conseguiu – Você é uma garota fria, uma garota vazia, oca, incapaz de amar alguém, incapaz de sentir remorso ou dor ou qualquer outro sentimento, você nunca valeu nada. Você não ama nem a sua mãe!

Ela cuspiu no rosto dele. Aquilo era demais. Christopher saiu de trás de sua proteção de metal e correu para o epicentro da tempestade, ficando exatamente entre sua versão mais velha e a versão mais velha de Augusta.

- Agora já chega! – disse ele, de frente para o seu estranho Eu distorcido – pare de tratar a Augusta desse jeito. Você sabe que ela não merece. – suas pernas tremiam, mas aquela era a única saída. Sabe-se lá o que seria da mulher após ele mandar que os guardas a levassem. O homem uniu as sobrancelhas e depois levou um susto ao dar-se conta de quem estava parado ali a frente, e em seguida ficou vermelho feito um tomate.

- QUEM TROUXE ELE PARA CÁ?! – seus olhos vagaram por todo o ambiente, batendo exatamente sobre uma Ray Ann metálica de peito estufado, pronto para qualquer coisa que viesse. Ela era praticamente imortal agora. Só água salgada poderia arruinar seus circuitos internos, então Saturno Revenge jamais poderia fazer nada contra ela. Antes que ele explodisse em revolta, outra coisa expldiu, e foram as paredes. Logo tudo estava abaixo, e as pessoas estavam jogadas pelo chão, protegendo as cabeças. A poeira era densa, e entrava ferindo a laringe e a faringe. Houve gritaria generalizada e mais explosões. Alguém puxou uma arma daquelas que Pietro mostrara no começo daquela aventura perturbadora. Um braço de prata puxou Ray Ann para dentro do armário às suas costas, e quanto à Christopher Umbrella? Ficou cara a cara com o seu futuro eu antes de ser empurrado para o lado e jogado ao chão. No pulso do Christopher do futuro, um estranho brilho perolado vermelho surgiu. Era verdade que ele usava uma luva de metal desde o começo, porém o pressuposto seria que fosse somente para proteção em batalhas ou reparos de máquinas, mas era muito estranho o fato de ele usá-la somente de um lado, no braço direito.

Onde estaria o outro par? Mas não, reparando melhor agora que Saturno Revenge estava sem o costumeiro manto roxo de sempre, aquilo nem era uma luva, era uma manopla de metal. Mas, metal se mexia? Metal criava tentáculos e envolvia o braço e o corpo como uma espécie de tecido vivo? Metal tinha consciência própria? Metal reluzia em vermelho cor de fogo? Aquela pedra vermelha no pulso da manopla flamejava como um segundo sol, um rubi que lembrava um olho, provocando medo nos corações, medo do desconhecido. Em poucos segundos, Christopher Umbrella usava uma estranha armadura, uma armadura com ombreiras e joelheiras que o protegia dos pés à cabeça, fazendo o exato contorno do seu rosto e envolvendo a sua face em pequenos arabescos como patas de aranha. Aquilo só poderia ser efeito de uma única coisa. Aquela liga metálica viva versátil que se contorcia e depois fixava-se no exato contorno do corpo, transformando-se numa poderosa armadura só poderia ser efeito dela... É claro que seria impossível, até porque ela é fruto da imaginação, um objeto mítico das histórias em quadrinho. Mais loucura do que aquilo, impossível.

- Witchblade?

A poeira baixou, e no outro extremo do corredor surgiram Pietro e, ora vejam só, pela primeira vez desde que tudo começara, Maurice. Continuava o mesmo de sempre. A única diferença era que havia uma barba em seu rosto, uma barba rala e escura. Era bem estranho, quase cômico. Porém, fora ele quem construíra e projetara boa parte dos robôs e dos andróides do exército da Resistência, da Rebelião, era o segundo melhor técnico em robótica do mundo. O melhor de todos era o misterioso cientista que trabalhava para a Imperatriz Carmen, que ninguém nunca vira ou ouvira falar. Pietro e Maurice estavam sem os óculos vermelhos, carregavam armamento pesado nos braços, e avançavam em direção ao Christopher do Futuro com uma expressão dura e séria.

- Eu já devia imaginar que os dois teleguiados estavam metidos nisso também – riu ele, abrindo a palma da mão direita e gerando uma poderosa chama vermelha que torrou o teto branco acima de sua cabeça. Sua armadura estava envolvida numa áurea de chama e de revolta, aquilo estava em harmonia total com o seu corpo, unido a ele como uma segunda pele numa simbiose completa. Era ameaçador e reluzente.

Augusta Montgomery havia se libertado dos guardas e caminhado lentamente até os seus dois salvadores. Estava disposta entre Pietro e Maurice como a verdadeira imperatriz, investindo sem medo, escoltada pelos seus soldados, protegida pelos seus "capangas". Ela parou, e eles também. Os dois apontaram as enormes bazucas prateadas futurísticas e aerodinâmicas para o grupo. Augusta tirou as luvas de borracha com muita calma, estalou os dedos e disse, muito sorridente:

- Suponho que você não vá fazer nada contra isso, não é?

- Ora, supôs errado, cara Augusta...

Em milésimos de segundo, as duas enormes armas estavam erguidas no ar por dois tentáculos dentados de metal, e em seguida as duas foram trituradas com um movimento rápido e preciso da liga metálica versátil que saíra da palma da mão de Christopher. Augusta gargalhou. Maurice puxou algo do pulso e apertou, e logo eles não estavam mais lá, e foi como se os três nunca tivessem existido. De algum modo, Augusta, Maurice e Pietro haviam traído a Resistência e se enveredado para o lado da ditadura. Mas por quê? Por qual motivo eles fariam aquilo? Christopher Umbrella, o confuso viajante do tempo tinha as suas suposições...



Fim da Parte Dez!



TAHBOMPAREY! .-.


domingo, 6 de dezembro de 2009

THE BIG MACHINE - PARTE 9!



Chris esteve em um estado de torpor durante todo esse tempo. Esteve sobre efeito de forte anestesiante, um anestésico produzido pelo próprio cérebro e que nos faz pairar acima da realidade. A visão de um futuro caótico e sem esperanças era este anestésico. Fora difícil explicar como ele sobrevivera a explosão da parte superior do prédio, fora difícil explicar onde ele estivera aquele tempo todo para os seus pais. Como ele havia sumido e como ele simplesmente havia ressurgido às oito da noite na porta de casa. E era um mistério para ele próprio como ele havia chegado até a porta de casa sem nenhum centavo no bolso. Mas havia mais mistério ainda em tudo aquilo que estava acontecendo. Como explicar? Como acreditar sem enlouquecer? Como evitar o estado de torpor que viria após o choque de realidades? Como manter-se vivo naquele mar de loucura?
- Tudo bem, tudo bem! Agora já chega! – Ray se revoltou de repente – alguém vai ter de me explicar o que está acontecendo aqui!
- Não é lá muito fácil, entende... – a andróide deu de ombros.
- Olha Ray, eu vou fazer uma versão bem resumida de tudo isso, OK? – Christopher não queria deixar transparecer, mas estava estampado em seu rosto: ele estava transbordando de alegria, aliviado em saber que sua melhor amiga estava viva! E respirava (tudo bem, só de certo modo), tanto no presente quanto no futuro! Era terrível a idéia de que a adorável (e gótica) Ray Ann fosse morrer daquele jeito tão frio e cruel. Mas não, ela continuaria viva graças à tecnologia da qual o mundo virou escravo. Isso era meio contraditório, mas era tão, tão reconfortante! Seu coração era uma explosão só.
- A Carmen Parafuso do futuro voltou no tempo e alterou a história da vida dela, de modo que na nossa realidade ela se tornou a garota mais popular da escola, mas o pedido excedeu o esperado, pois na realidade em que as nossas versões adultas vivem, ela se tornou a imperatriz do mundo num sistema ditatorial baseado no conceito de que “Deus fala através das máquinas”, em especial através de uma, chamada The Big Machine, construída por ela e que funciona como a CPU do mundo!
Após isto, Christopher ficou quase sem voz, havia dito tudo numa velocidade absurda. As duas Ray Anns quase tiveram metade do cérebro queimado por toda aquela montanha de informação cuspida para fora por uma língua louca.
- Tudo bem, eu vou acabar me acostumando com isso... – disse ela, um pouco atordoada, voltando-se para sua versão andróide. – e você? Porque você está aqui? – ela colocava a cabeça para fora da janela a todo tempo, verificando e tentando acreditar mesmo que o tempo havia parado.
- Bem, um mês se passou desde que Christopher e Pietro foram mandados de volta! – começou ela, mas foi bruscamente interrompida por um Christopher desesperado por boas notícias.
- O que aconteceu depois que viemos embora?! O exército de robôs-joaninhas foi destruído?
- Parte dele foi, tivemos de usar o protótipo cujo software as meninas ainda trabalhavam – ela se referia ao robô-armadura gigante – e foram mandadas de volta apenas 5 joaninhas inutilizadas. Pegamos uma dezena delas para conversão, vamos atualizar o software e usá-los em invasões à cidade... Bom, mas como eu ia dizendo, um mês se passou e agora meu novo corpo está em estado de experimento e...
- Era exatamente isso o que eu ia perguntar! – explodiu Ray Ann de repente, assustando à todos – por que eu sou um ROBÔ??????
- É uma longa história, e parem de me interromper! – ela olhou de um rosto para outro, esperando que os dois adolescentes se acalmassem para que ela continuasse, e vendo que não teria futuro, era melhor ir direto ao ponto – percebemos que, mesmo com a fama de opressora que Carmen tinha na escola... ou tem, nesse caso, era impossível ela ter se tornado uma grande imperatriz, ela não tem nem jamais teve ambição alguma em dominar o mundo! Há algo mais escondido por trás disso tudo, algo que está fugindo dos nossos pentes-finos, e estamos entrando em desespero porque ela expande cada vez mais o seu reino! Há planos para construção de grandes metrópoles na lua. Coisa que ela jamais conseguiria formular mesmo em anos, porque ela sempre teve a mente muito pequena e limitada...
- É claro, a Carmen é uma mula, gente! – disse Ray Ann, subindo na cama em um acesso de adrenalina – por isso achei e continuo achando uma grande loucura esse negócio todo de imperatriz mundial Carminha Parafuso!
- E outra coisa que me deixou muito revoltado e até perturbado foi esse negócio de “Deus fala através das máquinas”. Ela jamais chegaria a esse ponto, porque como vocês bem sabem, ela é uma pessoa EXTREMAMENTE religiosa, nunca em sua vida pensaria em contradizer a Bíblia ou a religião dela, que é o Protestantismo. Tanto que os próprios protestantes do futuro foram os primeiros a reagirem revoltados contra esse novo modo de crer. – ele parou para refletir um pouco – sem contar que isso é heresia PURA! Uma verdadeira ofensa! Ela não seria capaz disso...
- Nem em anos!
- Por isso eles me mandaram até vocês para pedir que abortem a missão de torná-la impopular. Ela só era popular na escola, e como a escola foi destruída, ela não é mais popular em lugar nenhum, é só uma garota que veste roupa de marca. – expôs a andróide Ray Ann do futuro, puxando uma cadeira e sentando-se, arredando o velho ventilador que dava choque para o lado. O momento era de tensão.
- Mas se o pai dela é nesta realidade o dono da Universal então...
- Não, isso é só uma lenda de escola – disse a Ray Ann do presente.
- Como é? – aquilo era uma grande novidade para Christopher, e já aliviava um pouco as possibilidades terríveis daquele futuro de pânico.
- É, isso foi coisa que o pessoal do Amido inventou... – a Ray Ann andróide deu de ombros.
- Isso é bom, de certo modo... Mas e então, o que faremos?
- Haverá uma investigação mais aprofundada, para sabermos o QUÊ realmente aconteceu, pois até para nós está tudo muito confuso...
- Então quer dizer que no final das contas, a Carminha voltou no tempo só pra ser popular! – revoltou-se Chris – mas que grande porcaria! É uma mula mesmo... Mas então porque os robôs do exército têm a cara dela? Porque ela está comandando? Porque foi ela e não outra pessoa que se tornou “dono” do mundo?
- Nós não fazemos idéia! Há uma enorme ponta solta. Até porque, desde que a The Big Machine foi construída, ela nunca mais foi vista, sem contar, é claro, as videoconferências e afins. Mas, quanto ao resto, em carne e osso ela nunca mais foi vista... – a Ray Ann do futuro aparentava estar muito aflita com tudo aquilo, buscando soluções desesperadamente para aquele grande problema. – eu tenho certeza de que, se descobrirmos quem projetou a torre de The Big Machine, descobriremos quem realmente está por trás de tudo isso. É impossível que isso tudo tenha vindo da cabeça dela.
- Eu acho até que a estamos subestimando, de certo modo – argumentou Chris – quem nos diria que ela não seria realmente capaz de chegar a esse ponto?
De repente, o chão vibrou de modo estranho, como se uma grande escavadeira estivesse descendo a rua em alta velocidade, destruindo tudo pelo caminho. O tremor não era forte, mas era potente o bastante para fazer as paredes vibrarem como se houvesses telefones celulares embutidos em cada tijolo. Os três se entreolharam assustados, e em um curto espaço de tempo quase invisível, Christopher e Ray Ann se viram do lado de fora da casa, lançados pela janela. Foi tudo muito rápido e assustador. A andróide havia pegado um em cada braço e pulado para fora feito um jato. Em poucos instantes, metade da casa fora destruída, Ray Ann soltou um grito agudo e doloroso, chamando pela tia.
Agora, metade da casa estava abaixo, destruída por uma grande máquina, uma máquina medonha composta de uma única roda, uma espécie de rolo compressor dentado vivo e mortal. Sem cabine de controle e nem nada, apenas um rolo, uma roda, uma máquina letal e maldita, sem coração, guiada apenas por um programa, um software de caos e destruição. Rugia feito uma serra elétrica, e tremia feito um motor de barco. Suas engrenagens eram visíveis do lado de fora, não havia proteção alguma. O estrago que ela havia feito na rua era sem precedentes. Um caos de barro, asfalto, concreto e canos, arrebentavam-se agonizante numa vala gigantesca que descia a Cora de Carvalho.
Era do tamanho de um prédio de três andares e rosnava como um buldogue velho. E aconteceu de novo. A escuridão. Aquilo era alguma espécie de Deja Vu? Macapá logo estava abaixo dos seus pés. As coisas estavam passando em uma velocidade inacreditável. Logo veio as estrelas, o espaço e a noite, houve o grande repuxão no estômago e mais uma vez Christopher Umbrella havia atravessado a linha do possível, atravessado a linha do raciocínio lógico humano. E de novo eles estavam no futuro.

Fim da Parte Nove!




TENSO’


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Frases-Relâmpago!

Coisas que vem na minha cabeça enquanto eu viajo ouvindo música e conversando no msn...

E a Princesa Maldita apaixonou-se pelas sombras,
Mas as sombras não existiam,
Porque eram só sombras e nada mais do que isso...

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Você foi o meu Vislumbre de Final de Semana
Mas agora a manhã fria da segunda feira
Já beijou os nossos rostos, e sei que você
Já não está a me esperar...

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And my eyes are open
For the new moment that shines
I'd jump out of the bed
And I stay awake awake awake
So i'm stay awake for the Beauty Revenge

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Antonio Fernandes ^^

Momento de Reflexão...


Bem, eu andei pensando em muitas coisas nestes últimos dias fatídicos de minha breve vida, e refleti bastante sobre muitas coisas...
Eu sei que o que eu vou falar agora não tem nada a ver com o momento, mas, depois que uma certa pessoa, que já não era minha amiga antes e agora muito menos, me disse várias vezes que eu era gordo, enorme, feio, horroroso, que tinha caspa e que não adiantava ser cantor porque cantor não é só voz, é corpo também, e após analisar muitos pensamentos e tal e ver um pouco da atitude de cada cantor contemporâneo, pude deduzir uma coisa graças à Beth Ditto.
Sexy não se trata de beleza, de corpo, de aparência, de... de cara, de semblante. Acredito que sexy se trata de personalidade, de ter atitude, de ser você mesmo, de saber cativar e atrair as pessoas para perto de você, entende? Beleza não é nada, ser sexy é o que é importante. Sexy é saber cativar, saber se expressar, passar para o próximo o que você sente e quem você é. Pra mim ser sexy é isso, porque tem muita gente que é bonita, que segue os padrões de beleza atuais da sociedade, mas não sabe ser sexy, não sabe cativar. O exemplo disso são as meninas lindas do Garota Fantástica, que voltam pra casa mesmo sendo o quão bonita forem, se não têm atitude, tchaubjsmeligabein. Acho que o mundo mudou muito, e acho também que está mais do que na hora de aceitar as diferenças e pronto acabou-se. Beth Ditto é um ícone da futura geração, do futuro padrão de beleza. Beleza tem de ser interna, na verdade, a verdadeira beleza está dentro, lá na alma, o que é MARAVILHOSO é o conteúdo, e não a capa.
Então, em resumo, ser sexy é saber cativar, é ser você mesmo, entende?
Uma pessoa me virou a cara essa semana quando eu disse isso porque me achou superficial.
Mas tudo bem, o importante é que eu tenho um conteúdo
Um conteúdo que poucos são capazes de admirar
Um Grande Beijo!
;D

Antonio Fernandes.