domingo, 27 de junho de 2010
Stella, a Trilha Sonora
Epílogo - Pour Quelqu'un Très Spécial, Stella
- A Rita cuidou bem de você, meu amor? A Rita cuidou? - Stella transferiu sua pulseira de ouro cravejada de diamantes para o pescoço da felina - aqui, esse presentinho, só porque eu esqueci de comprar algo pra você. - desceu a gata no chão. - tomara que essa safada não vá perder a minha pulseira...
- STELLA! - Rita surgiu no corredor, ligando os abajures feito um vulto, uma visagem de máscara facial e touca, surgida das trevas para assombrar a recém-chegada. - minha filha!Porque não avisou que viria, meu amor?! Cadê o Ítalo?
Stella calou a boca da sua "mãe" com um abraço.
- Rita, Rita! Porque tanto nervosismo?! Tá com homem no quarto é? Sua danada!
Rita deu uma risadinha e em seguida um tapa de leve nas costas de Stella.
- Me respeita, menina! - alertou - sabe que eu teria arrumado tudo isso aqui e preparado uma janta! A viagem é longa, o estresse é muito!
- Eu sei, Rita, to de zueira... - Stella pegou um porta-retrato de dentro de um armário de vidro e deu um beijinho de leve, devolveu para o lugar. Na foto, uma gata rajada. Mariella, a bela Mariella, gata matreira, esperta, falecida há um ano e meio, logo depois do seu quarto parto de seis grandes filhotes, dos quais Stella preferiu a única semi-siamesa, Baby. - Só coloca o almoço no micro-ondas e põe à mesa, to morta de fome!
Rita correu para a cozinha. Stella puxou uma poltrona branca, abriu uma garrafa de vinho da adega, encheu uma taça pela metade, abriu as cortinas da vidraça por completo e se largou diante da vista infinita e luminosa da cidade de Nova York. Os prédios e suas luzes piscavam para Stella, os carros ali embaixo comemoravam seu retorno, e os helicópteros, tão receptivos, passavam pra lá e pra cá, desviando das torres de sinalização no alto dos edifícios. Nova York, Nova York, o celeiro da vaca Stella, em alta definição, se estendendo de um lado a outro no seu cinema particular, que só exibia filmes da vida real. Tão íntima era aquela vista, tão íntimas aquelas vidraças gigantescas da fachada de vidro da cobertura no último andar. Sempre com uma garrafa de vinho, de um bom vinho.
Outra poltrona pediu espaço.
- Sua mãe ligou mais cedo, pediu pra que eu avisasse que o dinheiro acabou e ela não tem como voltar de Dubai. - Rita encheu sua taça de vinho também. Baby pulou no colo da dona subitamente.
- Vamos deixar a velha um pouco desesperada... - Stella riu, abriu os primeiros botões do seu cardigã para ventilar - vamos fingir que eu ainda não voltei de Paris e que eu não estou em nenhum dos meus telefones.
Rita gargalhou e brindou com a filha de criação.
- Haroldo tem visitado?
- Vai sonhando... Desde que se meteu com aquele macho dele... o tal Ed...
- NÃO! Não diga o nome completo dele, podemos ser processadas! - ironizou Stella, lembrando-se da ameaça que o namorado de Haroldo fez a ela se caso seu nome tão conceituado acabasse sujo por um incidente de tal tipo. - ele é famoso demais, famoso demais para ser gay.
Rita gargalhou, e as duas vararam a noite gargalhando.
- Vai assumir o relacionamento com o Ítalo de uma vez por todas, Stella, minha filha? - perguntou Rita, já bêbada - acho que está demorando demais, você está ficando velha e está mais do que na hora de se casar. Envelhecer solteira não é nada legal. Eu que o diga! Não dou uma rapidinha sequer desde que o Geraldo morreu!
- Não fale besteira, Rita! - Stella jogou uma almofada na mulher, que capotou pro lado de lá, rindo feito uma hiena. A queda de Rita acordou a gata dorminhoca que voou feito vento pra debaixo do armário, com medo. - pare de rir, sua tola, a Mariella até fugiu assustada! Eu não vou me casar com o Ítalo, ele é meu agente, meu empresário, e nas noites vagas, meu boneco inflável!
- A Mariella morreu, Stella! - disse Rita, se levantando - Você e o Ítalo são solteiros, desimpedidos e independentes, e aliás, bonecos infláveis furam, não duram pra sempre...
- Ai, não seja tão cruel! - Stella virou a poltrona pra parede.
- Mas é a verdade! O Ítalo não vai ficar aqui pra sempre e...
- NÃO, sua boba! Eu quis dizer com relação à Mariella! Eu sei que ela morreu! Eu sei eu sei eu sei!
Stella começou a chorar. Rita foi a seu encontro para consolar.
- Oh, meu anjo, desculpe... Vamos pra cama, vamos? Acho que já está tarde demais. Amanhã podemos ir ao MET de manhã cedo e depois passar na SAX para fazer umas compras, que tal?
Stella parou o choro e riu.
- Acho ótimo. Acho gay e ótimo! - ela se largou no chão, foi mais difícil assim para Rita levantá-la. - vamos chamar o Haroldo também.
- Tudo bem, tudo bem! Chamaremos o Haroldo então!
O relógio de pêndulo bateu as quatro da manhã. Stella estava no banheiro, fazendo xixi. As últimas lágrimas da noite caíram no piso do banheiro, junto à maquiagem e às suas unhas pintadas de vermelho. Ela tinha de retomar a vida. De uma maneira, ou de outra.
Batidas na porta.
A voz de Rita retumbava alguma coisa.
Voz negra, voz forte.
Voz afro.
- O que é Rita?! Eu to mijando!!
- Minha filha! Tem um Lucas no telefone! Já pensou? Uma hora dessas? É hora de ligar?! Pelo amor da Virgem Santíssima!
O coração de Stella praticamente explodiu dentro do peito. Ela levantou a calcinha e cambaleou até a porta do banheiro, correu até a sala, pegou o telefone e, tremendo dos pés à cabeça, colocou no ouvido.
- Alô? - fez Stella.
- Olá? Stella? Meu anjo, você me escuta? Me escuta?
Naquele momento, não se sabe exatamente o por quê, Stella lembrou-se exatamente do que havia escrito quando assinara o caderninho daquela frenética adolescente, há um dia apenas, em uma loja de conveniências qualquer de Paris. Talvez porque a cara que ela estava fazendo ao telefone era exatamente a mesma cara que a amiga tímida e descrente da jovem fazia naquele momento. Há controvérsias, sim há. Mas o fato foi que ela lembrou-se do aparelho saltado da boca do balconista, e talvez porque estivesse bêbada ou talvez grávida, vomitou no carpete. A remoção da mancha ia custar caro.
Havia apenas uma certeza em tudo isso: as surpresas de Stella só estavam começando. Daqui há uma semana, ela vai descobrir o que carrega no ventre. Daqui há uma semana, Ítalo vai morrer de overdose. Daqui há uma semana, Wanda vai se casar com uma fazendeira. Daqui há uma semana, Rita vai voltar pro Brasil.
Daqui há uma semana, seu amado Lucas vai bater à sua porta.
E ao que me cabe contar à vocês já foi contado, pois modelos tão famosas assim como Stella não autorizam a se aprofundar tanto assim em suas vidas particulares, são cheias de estória, cheias de não-me-toques, cheias de frescura, com seus advogados, seus agentes e seus Dolce&Gabbana. Quem te viu, quem te vê, Stella. Uma vadia das boates mais sujas de Nova York, às vezes brinquedinho das ricaças do Upper East Side, nas sextas e nos sábados. Eu tenho uma puta inveja de Stella, confesso a vocês pela segunda vez. Uma criatura tão simplória e sem profundidade alguma, sem ambição nenhuma, acaba assim, por um acaso, rica e famosa. Cheia de complicações, mas ainda assim, rica e famosa.
Ah, Stella, Stella...
Clique para conferir a OST deste conto.
sábado, 26 de junho de 2010
Stella, a Fortaleza Humana
Fez-se silêncio.
- Ínfimos, perdi as contas. Elas me disseram que num belo dia o ricaço não estava mais na cama com ele, tinha partido e o deixado pra trás. Viveu nas ruas por uns tempos, foi adotado por um cafetão que o fez de brinquedinho por um ano inteiro, que depois que enjoou dele, botou o cara pra trabalhar... Lucas estava economizando para voltar para os Estados Unidos e ficou três meses sem prestar contas... Acabou como acabou.
Ela contava a história trágica de Lucas sem nenhum tipo de remorso ou mágoa. Stella era uma fortaleza humana, que tinha seus momentos de fraqueza. Ela prometeu não chorar mais.
- Está pronta pra voltar pra Nova York agora? - perguntou Ítalo, tímido.
- Estou. Tenho que deixar essa cidade pra trás. A visão daquela torre me dá nos nervos, me faz querer chorar - ela apontou para o monumento do outro lado da janela.
- Então vamos...
- Está despedida Stella, é impossível trabalhar nesse lugar tendo você como garota do caixa. - foi isso o que Mr. Side disse para ela, poucos meses depois de ter sido admitida como funcionária da cafeteria Side's. Ela simplesmente lotava o estabelecimento todo dia, e as pessoas estavam indo pra lá só para vê-la, não consumiam porcaria nenhuma. - pode continuar frequentando as nossas mesas como você faz desde os 15 anos de idade.
- Quem diria, hein! Stella! Uma verdadeira top model a nível de mundo! - gargalhava Wanda - você tem que me apresentar algumas amiguinhas suas, Stella, eu ando solteira e solitária...
- Não seja tão lésbica, Wanda! - gargalhou Stella de volta, brindando o uísque no copo da sapatão.
- E não me deixa de fora dessa, Stella, eu sei que 90% dos modelos do mundo são gays - fez Haroldo, capotando por cima do novo pufe dourado que agora enfeitava a sala de Stella.
- Vai dormir, viado, tu tá capotando! - foi a vez dela de capotar. Tropeçou em Mariella. Só Wanda continuou de pé, rindo sozinha até perceber que todo mundo estava dormindo.
- Stella! Stella, minha filha! - era a querida mamãe. - estou indo para Nova York essa semana! Eu sei que o seu namoradinho tirou um apartamento novo pra você bem no meio de Manhattan! Nós vamos sair da porcaria do Brooklyn de uma vez por todas!
- Mas, mamãe, e o seu marido? E o filho dele?
- Aqueles dois são uns trastes! Eles que fiquem nessa droga de fazenda! A minha filha agora é rica! Que se dane!
- Você precisa de responsabilidade mocinha, responsabilidade e disciplina! - foi a primeira frase das aulas de etiqueta com a garçonete Rita. - você agora é uma profissional de nível elevado a celebridade mundial e tem de comportar como tal!
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Stella Visita Ítalo
A exclamação seguiu-se de sons pesados e apressados de pasos furiosos descendo as escadas laterais. O portãozinho estava trancado, mas a porta estava aberta. Stella foi rapidamente surpreendida pelo franzino Ítalo e sua voz de locutor de rádio.
- Eu estou bem! Eu estou bem! Fique longe!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Pequena Fábula: A Morangueira e o Pé de Capim
Pequena Crítica a Respeito de Alejandro, o Vídeo. - Por Antonio Fernandes
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Stella e Bob, O Palhaço
Madrugada alta, a sede é tanta, ela não vai aguentar ficar na cama por muito tempo, vai ter de se levantar e vai ser agora. Essa é uma noite rara em que este espécieme em extinção dos becos e bares de Nova York resolve passar a noite em casa, de preferência, dormindo, o que é absurdamente incrível tratando-se de Stella, uma porraloca qualquer num apartamento qualquer, no derradeiro horário de quatro da manhã.
Ela praticamente galopou até a cozinha, abriu a porta da geladeira quase vazia e puxou uma garrafa de água bem gelada, lá do fundo. Desenroscou a tampa e sequer procurou por um copo, bebeu ali no gargalo mesmo. Soltou uma expressão de alívio quando já estava satisfeita, feito um animal que percorreu o deserto há dias, fechou a porta da geladeira e deu de cara com quem ela menos esperava, olhando para ela, ali no escuro, fixamente, com seus estranhos olhos em cruz, sua boca pintada e seu cabelo ruivo, chapeuzinho verde e macacão de bolinhas amarelas.
- Olá Stella!
- Ah não, você de novo não! Eu precisei de três anos de terapia pra te esquecer da primeira vez, e não vou te aturar de novo! Não vou!
Stella tapou os ouvidos e começou a cantarolar uma cantiga tirada de "A Noviça Rebelde" enquanto o palhaço chegava mais perto.
- Ora, Stella! Vamos! Onde está toda a sua animação, menina?! Sorria! Vamos! Sorria! Deixa a tristeza de lado, vamos curtir a vida! Vamos sair e ver o mundo! Vamos dançar e cantar!
- Dóóó é pena de alguéééém, Rééé eu ando para trááás...
- É assim que eu gosto de ver! Mais animação nessa música! Vamos!
Aquela estranha criatura vestida para animar uma festa infantil estava realmente pulando de um lado para o outro na cozinha enquanto Stella cantava! Era aterrorizante! Ela então fechou os olhos e começou a cantar mais alto, tentando ignorar as gargalhadas do palhaço que subira na mesa para dançar folkstrot com um cabo de vassoura. Sua canção estava virando um quase chorar. E então ele desapareceu, e tudo se calou.
- Isso é bom, muito bom - suspirou, aliviada, relaxando os ombros. - eu não sou louca, repita comigo Stella, eu não sou louca... - caminhou vagarosa e pausadamente para o quarto, certificando-se de que não ia mais encontrar o medonho ser colorido pulando no escuro ali do lado, repetindo a mesma frase talvez umas trinta vezes, ela deitou-se na cama tremendo de medo, e começou a rezar. Talvez a mãe dela estivesse certa quando disse, há alguns anos atrás, que com relação a esta alucinação do palhaço, ela poderia estar sendo perseguida por espíritos malignos.
Então sua boca cansou e seus olhos também cansaram e foram fechando aos poucos.
- Steeeeeeeeeeeeeeeeeellaaaaaaaaaaaaaaaaaa... - sussurrou a voz.
- Steeeeeeeeeeeeeeeeeellaaaaaaaaaaaaaaaaaa... - sussurrou a voz outra vez.
- Estou dormindo, estou dormindo, estou dormindo - grunhiu a jovem, virando para o lado de lá.
- Steeeeeeeeeeeeeeeeeellaaaaaaaaaaaaaaaaa... - sussurrou a voz, de novo.
Stella abriu os olhos. Aquele rosto estava encarando-a próximo demais. Rolou assustada para fora da cama, bateu de cabeça no piso e se escondeu feito uma rata embaixo da cama.
- Tem certeza de que não quer conversar sobre o assunto, Stella? - ali estava o palhaço, embaixo da cama, com todas as suas bexigas coloridas, bem do seu ladinho.
Stella tapou os ouvidos.
- Olha Bob, você está cortado da minha lista de amizades, excluído da minha vida, apagado de todas as minhas lembranças, e quero que continue assim, tudo bem?! Estávamos indo muito bem sem você, estávamos sim! - esbravejou ela.
- Não seja tão grossa assim, Stella, minha melhor amiga! Somos Best Friends Forever, se lembra?!
- Não me venha com essa agora! Está tarde, você ERA, repito: ERA meu amigo imaginário, agora eu já sou uma mulher adulta e não preciso dividar as minhas frustrações com um cara de boné verde usando maquiagem!
- Poxa, assim você me magoa! - Bob fez um bico. Stella ficou com um peso enorme na consciência, afinal de contas, Bob pode ter perturbado bastante a paciência dela depois da morte do seu pai, e demorou um tempo considerável para que ele parasse de aparecer de madrugada no seu quarto cantando canções de programas infantis e oferecendo bexigas de animais para ela, mas ele realmente fora seu amigo num tempo remoto. A abraçara, a empurrara no balancinho, a ajudara a subir na árvore, ensinara a pequena Stella a andar de bicicleta, contara para a pequena Stella história e cantara canções animadíssimas que lhe tiravam todas as frustrações das brigas que aconteciam em casa naqueles tempos difíceis no interior, quando seus pais ainda eram juntos.
- Mas o psiquiatra me disse que você é apenas uma alucinação paranóica causada por grandes traumas, como as brigas em casa nos tempos de fazenda e a morte de papai por causa do tabaco!
- E por acaso o psiquiatra é especialista em amizades, Stella?!
A jovem rastejou para fora do esconderijo, o palhaço fez o mesmo.
- Então tudo bem, vamos pra cozinha que eu te faço um chá.
As luzes do apartamento foram acesas e a tigelinha de Mariella chei até o topo de ração. Bob sentou-se à mesa, Stella ofereceu-lhe a xícara, pegou a garrafa de chá gelado de dentro da geladeira e sentou-se para fazer companhia ao seu velho amigo.
- Você disse que ia ser chá, chá pra mim só serve se for quente!
- Não seja exigente Bob, você me acordou bem no meio de uma das minhas raras noites boas de sono. Tirei o dia hoje pra descansar e prometi não sair pra lugar nenhum, O QUE JÁ É BEM ESTRANHO, e aí você me aparece, ACHO QUE ESTOU REALMENTE FICANDO LOUCA.
Fez-se silêncio, o palhaço bebeu um gole.
- A propósito - fez Bob - não gostei do penteado novo.
- Ninguém pediu a sua opinião - retrucou Stella, tomando um gole de chá.
- Está grossa demais, Stella, onde estão os bons modos que nós ensaiamos?
- Enfiei no...
- POR DEUS! QUE BOCA SUJA! - Bob levantou-se da mesa com a mão na boca, uma das suas bexigas estourou.
- Está satisfeito? Acho que já conversamos o bastante, agora é hora de ir embora, Bob - fez Stella, levantando-se da mesa também e guardando a garrafa de chá.
- Ah, não mesmo! - o palhaço sentou-se de novo - não vou sair daqui enquanto não falarmos sobre o Ítalo!
- OH, MAS QUE... O QUE... COMO VOCÊ SABE SOBRE O ÍTALO? - berrou ela, assustada. Havia um palhaço espionando sua vida! - ah, esquece, você é uma alucinação minha, tem que saber tudo sobre mim mesmo... - deu de ombros e sentou-se - o que quer saber sobre ele? VAMOS, eu respondo! Estou disposta a encarar essa loucura toda! - deu um tapa na mesa.
- Você vai ou não, aceitar o pedido dele?
- Eu o conheci esta tarde, não posso revelar muita coisa a respeito disso - ela cruzou as perninhas.
- Mas a proposta que ele fez é irrecusável! Stella! É a sua chance final de mudar de vida para sempre!
- Eu não quero um homem me regulando
- Ele não vai lhe regular, ele só vai lhe mostrar as possibilidades de...
- Não, não me venha com essa, sou ativista feminista de carteirinha, não quero saber de homem!
- Então entra pro time da Wanda! - Bob deu um tapa na mesa.
- EU NÂO, DEUS ME LIVRE
- Então desencalhe!
- Também não quero, gosto de ser solteira e poder transar com um homem diferente toda noite sem compromisso. Sou totalmente independente!
- Você é uma pessoa carente, Stella, e aliás, ele não quer nada demais, ele só quer que você seja modelo por um dia, só isso, faça as fotos pro cara!
- Não, não e não! Eu sei muito bem o que ele vai querer depois!
- Vou te confessar uma coisa... - Bob se debruçou sobre a mesa e colocou a mão na frente da boca, olhou para um lado e para o outro antes de fazer sua declaração - eu acho que ele é gay!
- Não seja idiota, ele ficou de olho nos meus peitos! É só isso o que ele quer! Eu até posso dar, mas depois, é tchau e bença...
- Stella, não seja tão cabeça dura!
Stella pegou um garfo e estourou uma por uma das bexigas de Bob.
- Tem certeza que é isso o que você quer mesmo?
- Tenho sim, você bem sabe como eu sou!
E assim, Bob virou fumaça. Stella voltou correndo para a cama, um pouco assustada, rindo de si mesma, e pensando se realmente esta era a sua decisão, e sendo assim, rezou um pouco, caindo no sono logo em seguida.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
The Fatcat House de Cara Nova
próximo tema; galáxias e planetas *-*