
Eu danço
É com esta declaração que Robyn Miriam Carlsson, a mais nova sensação dos iTunes dá início ao trabalho intitulado “Body Talk”, um projeto que se dividiu em três partes ao longo de 2010 e conquistou uma legião de admiradores, como eu, revolucionando o mundo da música eletrônica e muito mais: provando para a indústria musical que é possível sim, fazer música sintética de forma orgânica! Como? Falando sobre o sentimento com relação à pista de dança e não sobre o ambiente dela!
Body Talk, Pt. 1 foi lançado em 14 de Junho de 2010 na Europa e em 15 de Junho nos Estados Unidos, precedido pelo single “Dancing On My Own”, lançado em 1 de Junho, alcançando a posição de número 8 nos UK Singles Charts e número 3 na Billboard Dance/Club Play Songs.
Robyn começou a trabalhar no álbum em julho de 2009 em Estocolmo, com o produtor sueco Klas Åhlund, que também atua como produtor executivo do álbum.
Em entrevista à Pitchfork, Robyn falou sobre o tema lírico do álbum: "O álbum todo é sobre ser realmente solitário, mas eu acho que é interessante colocar a idéia em um clube onde muitas pessoas estão amontoados em uma pequena sala" Ela particularmente escreveu a música "Dancing on My Own" com isso em mente, e continuou: "Eu tenho viajado muito nos últimos três anos e passei muito tempo nos clubes apenas observando as pessoas, e tornou-se impossível não usá-las na letra - "dançando sozinha." - porque é um retrato tão bonito".
Robyn disse à Billboard que a parte 1 de Body Talk é "um registro sobre a pista de dança", e explica: "É um lugar muito importante para a minha geração, é a nova igreja, é onde as pessoas vão experimentar algo maior que elas mesmas". Um certo número de canções do disco foram inspiradas por Robyn estado "juvenil" de mente e de sua perspectiva exterior. Ela disse: "Eu sempre vou estar escrevendo sobre essas questões, é pelo que sou fascinada, mas eu também acho que há algo sobre o estado de espírito em que você se encontra quando é jovem, e você só quer sair para algum lugar. Você só quer fazer alguma coisa. Sentir coisas!". Ela continuou que, apesar de sua idade: "Sempre vou sentir essa pessoa do lado de fora olhando para dentro". Outro tema predominante no álbum é "tecnologia versus a humanidade", como vemos em Fembot (particularmente uma das minhas favoritas!).
Robyn colaborou com o duo norueguês de música eletrônica Röyksopp em seu estúdio em Oslo, na canção "None Of Dem". O Produtor americano Diplo produziu a canção "Dancehall Queen" com Åhlund, os quais se reuniram durante uma discussão de Ace of Base: "Nós estávamos apenas nos divertindo com esse tipo de gênero musical. E a idéia de fazer essa música saiu dessa discussão. Foi muito divertido. Nós realmente estávamos conectados, onde a música se torna algo que você pode colocar em uma caixa e virar algo muito maior, dependendo de como você a ouve". Sobre a decisão de gravar uma música inspirada em dancehall, apesar da nacionalidade, Robyn, ela disse: "No meu mundo, há pessoas que já ultrapassaram os limites [de cruzar estilos] avancei o suficiente para me sentir à vontade fazendo uma música como "Dancehall Queen", por isso não é um grande negócio para mim".
A última canção do álbum "Jag vet en dejlig Rosa" é a gravação de uma canção folclórica sueca famosa registrada por Monica Zetterlund, cantora de jazz. Robyn disse: "Eu sempre escutei, e ela fez o álbum de jazz clássico dos anos 60 com Bill Evans, que era uma coisa muito espetacular na Suécia naquele momento."Jag Vet en Dejlig Rosa" foi um das músicas que fez, e quando Klas Åhlund e eu estávamos no estúdio, ele compro exatamente o mesmo microfone que gravou o álbum de Monica Zetterlund e Bill Evans. Então ficamos muito animados e decidimos gravar a canção".
Em entrevista à Billboard Robyn falou sobre as colaborações sobre Body Talk, Pt. 2.Falando da música "U Should Know Better", com o rapper americano Snoop Dogg, ela disse: "É uma grande canção ... que eu trabalhei por um par de anos, foi muito legal poder estar no estúdio com ele, primeiro porque eu sempre fui uma fã, mas também porque ele era muito criativo, tínhamos muita experiência para trocar ali, ambos como vocalistas. Eu tinha uma idéia e ele realmente conseguiu e entrou. O que era impressionante, acredito eu, era que coloca Snoop onde ele deve estar, que é um lugar de gangsta". Robyn trabalhou com o sueco Skulls do duo eletrônico Savage na canção “Love Kills”. Esses caras realmente jovens fazem parte de uma cena que eu provavelmente já teria chegado se eu não tivesse me dispersado quando era mais jovem. Há um clube de dança, tipo de cena hardcore-dance em Estocolmo, que é realmente interessante para mim e eles são uma parte dela.
A faixa de abertura do álbum, "In My Eyes", utiliza sintetizadores formigueiro. Tom Ewing, do The Guardian a chamou de "música mais acolhedora" de Robyn. "Include Me Out" foi referido como "digitalizado start-stop funk", e começa com a frase “É realmente muito simples, apenas um pulso único repetida em intervalos regulares", que segundo um crítico descreveu, é “o truque sônic principal empregado em muitas de suas canções dance". O primeiro single, "Hang With Me" foi comparado a "Dancing on My Own" e "Cry When You Get Older" – que já teve sua letra e sua tradução publicadas aqui em The Fatcat House – do Body Talk Pt. 1. Genevieve Koski do AV Club, disse que "reprisa o hino de beats emocionais" de "Cry When You Get Older", e o The Guardian comparou seu estilo musical ao de Pet Shop Boys, outro duo eletrônico que eu adoro.
“Love Kills” foi chamada de “música disco-afiada", com referências e semelhanças aos Pet Shop Boys outra vez. "We Dance to the Beat" foi citada como um "grande techno beat apocalíptico" – coisa da qual nós bem entendemos aqui nesse blog, né gente? – e seu hype de palavras foi comparado ao "Don’t Fucking Tell Me What to Do". “Criminal Intent" apresenta Robyn como rapper, que foi comparado com o estilo de Peaches. A canção é sobre Robyn ser presa por dança louca na sua própria música. Também foi comparada a “Fembot”, e "Piece of Me" de Britney Spears, no qual a própria Robyn trabalhou nos backing vocals. A acústica de “Indestructible” reflete “a desvantagem de precisar de alguém”.
Naquela que foi chamada a “versão definitiva” de Body Talk, ou “Body Talk, Pt. 3”, lançado como um EP simples das cinco músicas inéditas, Robyn colaborou com o produtor sueco Max Martin na música "Time Machine". Vale ressaltar que Martin foi responsável pela produção de sucessos de Robyn e avanço nos EUA com "Do You Know (What It Takes)" e "Show Me Love". Ela disse que a colaboração “foi nostálgico voltarmos juntos para o estúdio. Para mim, é um timing perfeito - eu tenho um ciclo completo, é uma maneira de me mostrar que eu não estou tentando me distanciar de onde eu vim. Ainda é tudo sobre as músicas"
Em 20 de outubro de 2010 Robyn anunciou os detalhes da conversa do corpo em seu site oficial, juntamente com a lista de músicas e obras de arte conceitual do encarte do álbum. Ela descreveu o álbum como "a versão turbo do álbum Body Talk", já que inclui cinco canções de cada anterior e cinco novas.
Robyn anunciou o lançamento do single, "Indestructible", em 13 de outubro de 2010. Uma versão acústica apareceu em seu álbum anterior. Lançada em novembro, tem como co-escritor Klas Åhlund, sendo descrita como uma versão "pulsante cheia de potência que toma todas as formas e nuances, te envolvendo e levando a outro nível disco-pop, digno de qualquer pista de dança ou paixão eletrizante". “The Big Machine 3 – Apocalipse” também contara com “Indestructible” em sua trilha sonora!
Após o lançamento, Body Talk recebeu críticas extremamente favoráveis da maioria dos críticos de música, com a maioria deles concorda que Robyn tinha deixado no chinelo toda a sua concorrência americana em 2010. No Metacritic, que atribui um rating normalizado entre 100, e pela crítica mainstream, o álbum recebeu uma pontuação média de 86, com base em 19 comentários, o que indica "aclamação universal"!
Espero que tenham curtido esse Apocalipse surpresa,
ele é a representação viva de que eu estou desesperado porque escrevi demais.
De qualquer modo, preparem-se, a história só está começando
- Eles estão acordando, Max! Estão acordando! – sussurrou uma voz ao pé do ouvido de Chris, ele retorceu-se de dor, estava cheio de hematomas pelo corpo. Não tinha certeza exatamente de onde estava naquele momento, mas sabia que era úmido e gelado o bastante para lhe causar arrepios. Seus dedos das mãos e dos pés estavam gelados.
- Cuide para que eles não se movam, Gabrielle! Se houver algum osso quebrado, a situação pode agravar! – exclamou uma voz, mais ao longe, ecoando pelas paredes do que parecia ser uma caverna. Pelo movimento que os sons faziam, o teto tinha de ser côncavo e ter certa altura.
- Não se preocupe, só me dê mais um pouco de Gelol, acho que seu avô está sentindo dores... – fez Gabrielle. Agora Chris tomou alguma noção do que se tratava aquele lugar. Deveria ser algum abrigo anti-bomba secreto ou um esconderijo para refugiados da guerra. Espera um instante... Guerra? Na pacata Macapá onde nada acontece a não ser governadores corruptos esvaziarem os cofres públicos debaixo das fuças da população?! Não, só podia ser alguma piada! Ele tinha de estar sonhando! Tentou rir, mas sentiu fortes dores nas costas e gemeu baixinho. Guerra em Macapá era uma piada muito boa. – fique quietinho, tio Chris, o senhor vai ficar bem já, já! Esta fórmula do Gelol veio do futuro, é instantânea! Gruda até o osso mais esfacelado que tiver aí dentro! – algo gelado tocou a pele do jovem, sobre os hematomas nos braços e nas pernas. Era gostoso e as dores estavam passando muito rápido, de modo que aquilo o entreteve de tal forma que ele não pensou muito em se perguntar o porquê de aquela estranha o chamar de “tio Chris”. Ele não conhecia nenhuma Gabrielle. Não que se lembrasse. E nem tão adulta assim... Porque ela o chama de tio então?!
- Espera um instante! – ele sentou-se de sobressalto, constatando o lugar em que estava. Parecia algum tipo de cave. Musgo e algumas gramíneas cresciam das frestas nas paredes. – Onde nós estamos?! Quem são vocês?! – Ray Ann estava acordada, encostada num canto, entretida numa conversa com dois homens estranhos. Um deles era mais encorpado, tinha certa massa muscular e usava barba, lembrava muito o próprio namorado da Ray, a diferença era a altura, com certeza. O outro era mais baixo, seu rosto era mais fino e delicado como o de Ray, quem olhasse com mais atenção juraria que os três eram irmãos. Os outros integrantes do Apocalipse Club, vitimados pela explosão da quadra continuavam desacordados, enfaixados e sendo tratados por uma mulher rechonchuda de cabelos azuis vestida de enfermeira. Aquilo era estranho demais.
- Vovô! Por favor! Não faça movimentos bruscos! Alguma coisa pode estar quebrada aí por dentro e Gabrielle está tentando curar! – uma misteriosa mulher ruiva trajando um tipo de macacão espacial colado ao corpo surgiu das sombras, iluminada por alguns raios de sol derradeiros que entravam pelas frestas na grade da única entrada de ar daquela cave, com exceção da pesada porta de ferro do outro lado, fechada.
- Vovô?! Você está louca?! – exclamou Chris, atônito – eu lá tenho cara de velho?! – levantou-se sobressaltado e espiou pela grande no alto. Para sua surpresa, aquela passagem era rente ao chão, de modo que eles estavam escondidos abaixo do nível do solo. Onde estariam?
- Estamos escondidos embaixo da Fortaleza de São José de Macapá, vovô – fez uma Maxine cansada tomando o rapaz pelo braço, para longe das grades. Aparentemente tudo lá fora, no verdejante e extenso Parque do Forte, permanecia calmo e sereno até o momento em que um tanque de guerra cruzou a frente do Banco do Brasil, passando sobre o asfalto de uma rua antes frequentemente movimentada pela frota interminável de veículos, agora deserta. Tudo estava deserto. Não havia pessoas nas ruas e nem casais caminhando nas calçadas do parque, e o horário era o costumeiro em que estas cenas se repetiam, por volta das cinco da tarde. – agora saia da entrada de ar, precisamos respirar.
- Mas quem são vocês?! O que está acontecendo?! – ele atravessou a cave aos gritos, acordando Pietro e Augusta. Forçou a porta de ferro à toa e voltou-se para aquela ruiva estranha que insistia em chamá-lo de avô. – me explique alguma coisa! Não fique calada me olhando com essa cara!
Os dois Apocalípticos que haviam acabado de despertar, ainda grogues, repetiam as mesmas perguntas do nervoso Christopher Umbrella. Maxine pôs as duas mãos sobre os ombros tensos daquele que um dia será seu avô e o encarou fundo nos olhos. A semelhança entre os dois era grande. Até a altura era a mesma! Uma mulher daquele tamanho assusta e tanto nos tempos de hoje, ainda mais vestida como a vocalista do Scissor Sisters.
- Tudo bem, foi você quem pediu! – ela fechou os olhos e bufou.
- Não Max, não faça isso! – exclamou Gabrielle ao longe, passando o gel de cura instantânea no ombro de Pietro, aquele que virá em breve a ser seu avô.
- Vovô... Ou Christopher, tanto faz... – começou, abrindo os olhos. – me chamo Maxine Fernandes, sou sua neta, e estes... – ela indicou o grupo que cuidava dos feridos no escuro da cave – e estes são Gabrielle... – a mulher negra que se maquiava feito a própria Lady Púrpura levantou a mão. – Tifa... – a gordinha enfermeira gritou um “sou eu! Sou eu!”, e por um instante Chris achou que fosse Fábia quem estivesse falando, mas esta estava dormindo. A voz angelical e sincera era mesma – Fernando e Miguel! – os dois homens que ladeavam Ray Ann levantaram o polegar para Chris, que ainda tentava assimilar tudo o que estava acontecendo ao seu redor com seu cérebro confuso. – nós somos o Apocalipse Club de 2067, somos seus netos e viemos do futuro para salvá-los do exército da S.U.J.A. e seus generais cruéis Alberta, Velma e Úrsula, a tríplice mortífera!
Fez-se silêncio na cave e tudo tremeu de repente. Alguma bomba havia sido estourada na superfície, no centro da cidade, logo ali próximo.
- O QUE?! – gritou Chris fazendo uma careta hilária. A confusão só estava começando.
Fim do Apocalipse Seis!