Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Eu Danço


Eu danço
Como o bebum bebe
Eu danço

Como o padre ora
Eu danço sozinho
Como o xamã invoca
o Espírito da Floresta
Dentro da sua oca

Eu danço para espantar os demônios
Eu danço para ficar legal
Eu danço quando estou triste
Isso não me deixa feliz

Eu risco a pista de dança
Como o quadro é arranhado pelo giz
Eu vou até o chão
Ao som da dirty beat
Eu soco o ar
Eu chuto o vento
Não preciso de carinho
Nem de alento

Só preciso ficar sozinho
Pra dançar e rasgar o linho
Não vou aos clubes
Não vou as boates
Não sou de balada
Nem da noitada
Mas mesmo assim eu danço
No meu quarto escuro
Pelos desamores
E pelas minhas dores
Sou egoísta
Não tenho um fim
Quero a pista de dança só pra mim
Quando estou sozinho
Consigo me soltar
Vem de dentro pra fora
Eu jogo tudo fora

Na pista de dança imaginária
Eu faço a minha área
Na sala, no banheiro
Posso pular o dia inteiro
Tudo depende
Do quão triste eu estiver

Porque eu te amo
E não quero admitir
Ainda te amo
E continuo a pensar em ti
E por isso eu danço
Eu danço só pra mim

domingo, 30 de janeiro de 2011

Letra & Música ₰

De melodia doce e engraçada, cheia de tiques, borbulhos, estalos viciantes e choques elétricos, ela conquista logo de primeira pela sua introdução fofa e sua letra divertida. Mais uma da Robyn, para vocês!


Fembot
I've got some news for you
Fembots have feelings too
You split my heart in two
Now what you gonna do?

(Once you gone tech you ain't never going back)
I'm hi-tech baby

Fresh out the box the latest model
Generator running on full throttle
Can I get a fuel up? Hit the bottle
(Reboot)
I got a lotta automatic booty applications
Got a C.P.U maxed out sensation
Looking for a joy to man my station
(Reboot)
Rock-rock the nation
(Rock it, baby)

I've got some news for you
Fembots have feelings too
You split my heart in two
Now what ya gonna do?
(Jag älskar dig)

My system's in mint condition
The power's up on my transistors
Working fine, no bitches
Plug me in and flip some switches
Pull up in dragging position
Pop the hatch and hit ignition
Bbb-burn out, baby
Ready for demolition

(Once you gone tech, you ain't never going back)

My superbrain is a binary
Circuitry and mainframe tens-filled here
I'm sipping propane topped with a cherry
(Reboot)
In fact I'm a very scientifically advanced hot mama
Artificially discreet no drama
Digitally chic titanium mama
(Reboot)
Ring the alarm

I've got some news for you (Uh uh)
Fembots have feelings too (You know)
You split my heart in two
Now what you gonna do?
(Here we go)

My system's in mint condition
The power's up on my transistors
Working fine, no glitches
Plug me in and flip some switches
Pull up in dragging position
Pop the hatch and hit ignition
Bbb-burn out, baby
Ready for demolition

(Once you gone tech, you ain't never going back) x4

Once you gone tech, you never ever going back
You gotta enter access code up on the back of my neck.
Initiating slut mode all space cadets on deck
There's a calculator in my pocket got you all in check

My system's in mint condition
The power's up on my transistors
Working fine, no bitches
Plug me in and flip some switches
Pull up in dragging position
Pop the hatch and hit ignition
Bbb-burn out, baby
Ready for demolition

Garota Robô

Eu tenho uma novidade pra você
Garotas robôs também tem sentimentos
Você dividiu meu coração em dois
Agora o que você vai fazer?

(Uma vez que você é tecnologico, você nunca volta)
Eu sou hi-tech baby

Esvaziem a caixa padrão mais recente
Gerador está trabalhando com toda a força
Posso ter um estímulo? Beba toda a garrafa
(Reinicie)
Eu tenho um monte de aplicativos escrotos automaticos
Tenho uma CPU que é a sensação máxima
Procurando por diversão para lidar com minha estação
(Reinicie)
Agite a nação
(Agite baby)

Eu tenho uma novidade pra você
Garotas robôs também tem sentimentos
Você dividiu meu coração em dois
Agora o que você vai fazer?
(Eu te amo)

Meu sistema está em estado de novo
O poder está sobre meus transitores
Trabalhando normalmente, sem problemas
Me plugue e gire alguns interruptores
Erga bem lentamente
Abra a comporta e faça combustão
Queime, baby
Pronto para demolição

(Uma vez que você é tecnologico, você nunca volta)

Meu supercérebro é um binário
Circuítico e organizado, completo ao dez
Estou tomando propano com cobertura de cereja
(Reinicie)
Na verdade eu sou uma gata muito cientificamente avançada
Aritificialmente discreta, sem drama
Digitalmente chic, de titânio
(Reinicie)
Acione o alarme

Eu tenho uma novidade pra você
Garotas robôs também tem sentimentos
Você dividiu meu coração em dois
Agora o que você vai fazer?
(Aqui vamos nós)

Meu sistema está em estado de novo
O poder está sobre meus transitores
Trabalhando normalmente, sem problemas
Me plugue e gire alguns interruptores
Erga bem lentamente
Abra a comporta e faça combustão
Queime, baby
Pronto para demolição

(Uma vez que você é tecnologico, você nunca volta)

Uma vez que você é tecnologico, você nunca consegue voltar
Você tem que entrar o código de acesso em cima da parte de trás do meu pescoço
Iniciando o modo vadia, todos os cadetes do espaço no convés
Há uma calculadora no bolso, tenho todos vocês sob controle

Meu sistema está em estado de novo
O poder está sobre meus transitores
Trabalhando normalmente, sem problemas
Me plugue e gire alguns interruptores
Erga bem lentamente
Abra a comporta e faça combustão
Queime, baby
Pronto para demolição

The Big Machine 3 - Apocalipse 10


- Por um momento pensei que...
- É claro que não, Chris! – ela deu sua costumeira risada de sinos tilintando, jogou o cabelo escuro perolado para trás e ajeitou a franja. Continuava mantendo a mesma beleza jovial de sempre mesmo usando farrapos e tendo o rosto branco e macio, todo pintado de sardas, agora sujo de fuligem. Era uma deusa em forma de mulher, a beleza dela conseguia sobressair-se em meio à calamidade e à loucura que a rodeava. Haruno tinha os olhos um tanto puxados e o rosto muito bem desenhado, seus seios eram fartos e seu corpo era perfeito, uma escultura de Michelangelo, uma espécie de Afrodite perdida nestas terras distantes antes tão prósperas, agora dominadas ironicamente pela tecnologia, que sempre fora tão ausente nesses recantos do país. – eu sei me virar muito bem! Eu posso parecer boba, mas não sou! A primeira coisa que fiz quando tudo isso começou foi me juntar aos mais fortes e procurar um lugar seguro para ficar, estamos num grupo enormes de refugiados escondidos na periferia, na Zona Norte...
- E como você chegou até nós?! – Augusta não conseguia parar de abraçar a amiga de infância. Encontrar algum conhecido vivo era como receber uma luz divina direto do paraíso, a esperança de que havia um modo, uma salvação, um futuro para aquele povo exilado do resto do mundo. Todos os Apocalípticos e seus netos vindos do futuro estavam reunidos no interior da Casa do Comandante. Haviam montado uma espécie de escritório improvisado onde se ministrava aquele grupo de refugiados que ali estava escondido, dentro de uma das construções seculares erguidas em tempos imemoráveis ao redor do terrapleno no interior da imponente edificação.
- Não foi muito difícil... – Haruno estava distraída, observando as crianças brincarem no escuro da madrugada, correndo ao redor da praça de armas como pequenos cachorrinhos da meia noite, correndo risco de caírem no poço de escoamento onde as águas fluviais antes escoavam. Era muito raro ver tanto riso e tanta alegria em tempos difíceis como aqueles, as crianças não brincavam mais, elas andavam em bandos enormes de órfãos pela cidade, saqueando e assaltando quem vissem pela frente. Os macapaenses estavam vivendo uma vida de vampiro, à noite a cidade acordava, como morcegos e corujas, as pessoas saíam das suas tocas em busca de comida, de água, de roupas, de informação. Não havia riso, não havia alegria. Era um tanto estranho ouvir as crianças e sua algazarra em meio ao silêncio da noite. Faltavam poucas horas para o amanhecer, era tempo de se esconder nas casamatas, procurar abrigo no interior da fortaleza.
- Na verdade, nem um pouco difícil – ela voltou-se para o grupo de pessoas que a observava atentamente à luz das velas – fico me perguntando como vocês fazem para manter os Donkey-Kongs longe daqui...
Christopher deu uma risada nervosa.
- Você os chama de Donkey-Kongs? – após este primeiro momento, todos estavam descontraídos o bastante para soltarem risinhos e comentários tímidos a respeito.
- Não sou só eu! A cidade inteira os chama assim! – deu alguns passos em direção à janela para observar as crianças de perto. Os pais os observavam em algum lugar nas sombras, já chamavam os pequenos pelos nomes, era hora de se esconder, de procurar abrigo, de dormir.
- Nós o mantemos distantes com a ajuda de um campo magnético apolar, criado por Miguel... – Christopher apontou para um homem que estava distraído, folheando uma revista em quadrinhos ao lado do namorado de Ray Ann. Os três comentavam alguma coisa sobre quadrinhos e vídeo game, os assuntos em pauta eram os clássicos, que para Miguel eram exatamente os que estavam em alta nos dias de hoje. Era meio difícil de manter o assunto com pessoas vindas do futuro sem deixá-lo sem pé nem cabeça. – ele deixa os gorilas totalmente desnorteados, é como se a cidade acabasse antes de chegar à Fortaleza... Mas também não podemos bobear, de dia procuramos sair o mínimo possível... Colocamos um vigia em cada baluarte em turnos distintos... Estamos muito bem protegidos, qualquer ataque surpresa, estaremos preparados...
- Não podiam ter achado esconderijo melhor... – comentou Haruno, olhando para o vazio da noite lá fora. O que se viam eram apenas vultos de tudo, vulto das construções ao redor da praça interna, vulto das pessoas que tomavam o ar noturno, tudo iluminado por um céu estrelado como nenhum outro. As constelações dançavam no mar escuro da noite brilhando como nunca haviam brilhado antes, a natureza estava respirando após anos de agitação e urbanização. A escuridão lá fora era total. – esse lugar é perfeito, a arquitetura dele é perfeita, ele é dinâmico, qualquer atividade suspeita do lado de fora e vocês ficarão sabendo imediatamente... Pegaram a sorte grande... É muito escroto ficar pulando de prédio em prédio, só essa semana já derrubaram duas edificações com gente ainda dentro!
O coração doía ao ouvir relatos como aqueles. Fábia levou a mão ao peito, uma lágrima escorreu pelo canto do seu olhinho puxado. Só de imaginar todas as vidas que foram perdidas em meio àquela guerra e quantas outras foram alienadas pelos Estádios da Morte... Os meses não passavam, se arrastavam, era uma tortura que não terminava, e que só ficava pior com o rastejar dos dias. Com a proximidade do Natal, as famílias se desesperavam, derramavam rios de lágrimas que poderiam inundar facilmente aquele último refúgio, choros dolorosos por aqueles que se foram e aqueles que desapareceram.
- Mas então, é verdade o que você disse? – Pietro quebrou o silêncio. – você sabe mesmo onde fica o quartel general da S.U.J.A.?
Haruno fez uma careta.
- S.U.J.A.? O que isso quer dizer?
- Sapatões Unidas Jamais Arregarão – fez Maxine, com descaso. Gabrielle e Tifa seguraram o riso. Elas simplesmente não conseguiam se acostumar àquela sigla e ao seu significado hilário, escolhido pelos Apocalípticos muito antes da guerra começar. Elas tinham de segurar o riso. Porém, Haruno não agüentou, soltou a gargalhada mais alta e mais longa que poderia ter soltado. Augusta e Christopher foram pegos de sobressalto, ninguém ria tão alto assim ali, era perigoso demais! Voaram para cima da amiga tapando a boca da garota, desesperados, enquanto o restante do grupo estremecia e chiava por entre dentes, pedindo silêncio.
- Desculpe! Desculpe! Sério! Mas eu não pude segurar! – afastou os dois pares de mãos do seu rosto, porém continuou rindo, agora para dentro. – vocês conseguem inventar apelido pra tudo, não é mesmo?!
- Ideia do Chris, como sempre! – Ray Ann deu de ombros.
- Tinha que ser... – Haruno suspirou após a crise de riso. – só ele consegue me fazer rir em situações como essas... – segurou forte na mão do amigo, os dois se abraçaram.
- Onde fica, Haruno? Onde fica a central da S.U.J.A.? – pediu, ao pé do ouvido da moça, ela o afastou delicadamente.
- Se eu lhes disser, vocês não vão acreditar...


Fim do Apocalipse Dez!

sábado, 29 de janeiro de 2011

The Big Machine 3 - Apocalipse 9 - O Começo do Fim



"Nos primeiros dias de sítio, o batalhão do exército residente foi completamente liquidado pelo robô-macaco gigante e seu exército de gorilas de titânio controlados via Wi-Fi por Alberta Veronese.

Os dias seguintes foram torturantes, angustiantes e desesperadores, os gritos vinham de todas as partes. Pessoas de carne e osso como nós estavam sendo tratadas como animais. Eram forçadas a tirarem suas roupas e em seguida eram escoltadas pelos robôs-macacos em grandes rebanhos de gente para dentro dos Estádios do Zerão e Glicério Marques, feito um novo holocausto, os berros de agonia eram acentuados por aproximadamente 15 minutos atrás dos muros altos. Aos poucos eles se calavam, dando origem ao som do pisoteio dos “zumbis”, como os chamamos, em marcha para servir à Alberta.
Capturamos uma das vítimas dos Estádios da Morte, e Gabrielle constatou a lavagem cerebral sofrida pela cobaia. Isso mesmo, lavagem cerebral em massa estava sendo realizada nos principais estádios desportivos da cidade, dando origem ao exército de zumbis hipnotizados, sem sentimento algum, com apenas um único propósito: servir à S.U.J.A.
Pessoas de todo o estado eram trazidas em grandes gaiolas prateadas, como um tráfico de animais às avessas, era mórbido ver os comboios passarem pelas ruas assim que o dia raiava.
Em uma semana de sítio, o Estado estava completamente conquistado, sendo protegido em suas principais fronteiras por homens fortemente armados e robôs poderosíssimos. Pelo fato de o Estado ser isolado do resto do país, sem ligação alguma por terra, foi muito fácil conquistá-lo destruindo o aeroporto e as pistas de pouso território afora e impedindo a população acuada dos interiores de fugir por meios fluviais. Todas as embarcações existentes foram destruídas, até mesmo aquelas que já estavam a meio caminho do Pará ou das Guianas. As pessoas do outro lado das margens dos rios, em Monte Dourado, Caiena e São Jorge, observavam àquelas cenas com assombro e espanto. Os gorilas robóticos eram ágeis e muito fortes, armas convencionais como tanques de guerra ou bazucas não tinham efeito algum sobre eles.
Em duas semanas de sítio, o Exército Brasileiro, a Marinha e a Aeronáutica tentaram reconquistar o Estado, sem sucesso. Os robôs pareciam prever cada movimento das estratégias federais de invadir o território. Maxine suspeita de que Alberta já esteja infiltrada nos computadores das bases do exército nos estados mais próximos, ou talvez esteja monitorando o espaço aéreo e fluvial através dos radares potentes provenientes dos robôs-macacos.
Com um mês, a situação já estava mais tranquila, a cidade nunca estivera tão calada. Em meio às ruínas de Macapá, a paz reina suprema de uma forma nunca antes vista, porém o cheiro de cinzas, sangue e poeira ainda é forte. Passamos então a estratégia de Fernando: recolhemos alimentos e armamento deixados para trás pela guerrilha civil, invadimos as lojas do centro comercial e furtamos grande parte do estoque de roupas, tudo à noite, é claro.
Neste meio-tempo, já possuíamos um bom número de refugiados escondidos conosco no interior da Fortaleza de São José de Macapá, entre eles amigos, parentes, conhecidos. Nossas famílias estavam todas sãs e salvas, hospedadas nas casas-mata, antes destinadas ao alojamento dos soldados portugueses que protegiam a fronteira das invasões francesas e holandesas bravamente. Vivíamos em estado de alerta, sussurrando uns para os outros no escuro. A situação era angustiante, mas deparar-se no meio de uma guerra, sem regras ou limites, nos trazia uma estranha sensação de liberdade, era pura adrenalina. Casas e lojas livres para serem vasculhadas, prédios inteiros evacuados, hotéis com a comida requintada ainda quente e muito bem conservada, supermercados e comércios inteiros para serem explorados.
A água que saía das torneiras era imunda, mas era a única que tínhamos. A festa era grande quando conseguíamos galões de água mineral. Duravam poucas horas. Com dois meses de buscas organizadas e algumas baixas no nosso grupo de resistência à ditadura, ainda não havíamos encontrado sequer uma pista que levasse ao covil, ao cérebro comandante daquele pesadelo coletivo, à central da S.U.J.A.
Muito me preocupava a minha avó, que entrava em depressão aos poucos, e a minha mãe e a minha irmã, que choravam todas as noites. Papai estava desaparecido até então, mas eu sabia que ele estava vivo. No final daquele mês, grandes acontecimentos nos deixaram em estado de comoção geral: Papai fora encontrado, sem a memória, mas vivo, e minha amiga, irmã, amor, Haruno, foi encontrada também. Melhor dizendo, ela veio até nós através de boatos que corriam pelos grupos de nômades e refugiados sobre o grupo liderado por pessoas que vieram do futuro, que vivia no interior da Fortaleza.
Ela nos trouxe duas grandes notícias, uma boa e outra nem tanto:
A boa era que ela sabia onde ficava o covil de Alberta Veronese e seus pupilos. A outra era que o Presidente estava negociando com os EUA uma invasão ao território do Estado pelo poderoso exército americano, porém a troca era injusta e imperialista: eles limpariam o Estado do Amapá, porém se estabeleceriam na região por tempo indeterminado. Mais uma desculpa dos americanos para roubarem a Amazônia. Tinham em mente fazer o mesmo que fizeram com o Oriente Médio, com certeza. Chegar com a proposta de fazer a paz e se estabelecer para sugar todo o petróleo feito vampiro de combustível fóssil.
Restava então à Haruno nos guiar até a central da S.U.J.A. para que possamos encontrar a Máquina do Tempo, atravessar para a outra dimensão e pedir ajuda às nossas versões alternativas... Mas a questão era a seguinte: a Máquina do Tempo realmente existe? Saberemos..."


Christopher Umbrella
Dezembro de 2010

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Body Talking...

"[...] Nunca foi meu objetivo de quebrar uma espécie de recorde mundial em quantas músicas eu poderia liberar em um ano. Embora eu acho que seria contado como uma tentativa muito boa, foi sobre o processo para mim. Tem sido muito interessante para tentar descobrir uma maneira mais orgânica de fazer música. Um caminho que é imparcial e tem o seu ponto de partida no que parece-me lógico, mas também para os ouvintes.
Mesmo que ele nunca foi uma idéia conceitual, mas uma solução prática para o problema de ficar entediado com apenas fazendo uma coisa de cada vez, tem influenciado não só a música, mas todo o conteúdo visual para o álbum. E do jeito que eu me comuniquei com a imprensa e ouvintes. [...]


É com esta declaração que Robyn Miriam Carlsson, a mais nova sensação dos iTunes dá início ao trabalho intitulado “Body Talk”, um projeto que se dividiu em três partes ao longo de 2010 e conquistou uma legião de admiradores, como eu, revolucionando o mundo da música eletrônica e muito mais: provando para a indústria musical que é possível sim, fazer música sintética de forma orgânica! Como? Falando sobre o sentimento com relação à pista de dança e não sobre o ambiente dela!
Body Talk, Pt. 1 foi lançado em 14 de Junho de 2010 na Europa e em 15 de Junho nos Estados Unidos, precedido pelo single “Dancing On My Own”, lançado em 1 de Junho, alcançando a posição de número 8 nos UK Singles Charts e número 3 na Billboard Dance/Club Play Songs.
Robyn começou a trabalhar no álbum em julho de 2009 em Estocolmo, com o produtor sueco Klas Åhlund, que também atua como produtor executivo do álbum.
Em entrevista à Pitchfork, Robyn falou sobre o tema lírico do álbum: "O álbum todo é sobre ser realmente solitário, mas eu acho que é interessante colocar a idéia em um clube onde muitas pessoas estão amontoados em uma pequena sala" Ela particularmente escreveu a música "Dancing on My Own" com isso em mente, e continuou: "Eu tenho viajado muito nos últimos três anos e passei muito tempo nos clubes apenas observando as pessoas, e tornou-se impossível não usá-las na letra - "dançando sozinha." - porque é um retrato tão bonito".
Robyn disse à Billboard que a parte 1 de Body Talk é "um registro sobre a pista de dança", e explica: "É um lugar muito importante para a minha geração, é a nova igreja, é onde as pessoas vão experimentar algo maior que elas mesmas". Um certo número de canções do disco foram inspiradas por Robyn estado "juvenil" de mente e de sua perspectiva exterior. Ela disse: "Eu sempre vou estar escrevendo sobre essas questões, é pelo que sou fascinada, mas eu também acho que há algo sobre o estado de espírito em que você se encontra quando é jovem, e você só quer sair para algum lugar. Você só quer fazer alguma coisa. Sentir coisas!". Ela continuou que, apesar de sua idade: "Sempre vou sentir essa pessoa do lado de fora olhando para dentro". Outro tema predominante no álbum é "tecnologia versus a humanidade", como vemos em Fembot (particularmente uma das minhas favoritas!).

Robyn colaborou com o duo norueguês de música eletrônica Röyksopp em seu estúdio em Oslo, na canção "None Of Dem". O Produtor americano Diplo produziu a canção "Dancehall Queen" com Åhlund, os quais se reuniram durante uma discussão de Ace of Base: "Nós estávamos apenas nos divertindo com esse tipo de gênero musical. E a idéia de fazer essa música saiu dessa discussão. Foi muito divertido. Nós realmente estávamos conectados, onde a música se torna algo que você pode colocar em uma caixa e virar algo muito maior, dependendo de como você a ouve". Sobre a decisão de gravar uma música inspirada em dancehall, apesar da nacionalidade, Robyn, ela disse: "No meu mundo, há pessoas que já ultrapassaram os limites [de cruzar estilos] avancei o suficiente para me sentir à vontade fazendo uma música como "Dancehall Queen", por isso não é um grande negócio para mim".
A última canção do álbum "Jag vet en dejlig Rosa" é a gravação de uma canção folclórica sueca famosa registrada por Monica Zetterlund, cantora de jazz. Robyn disse: "Eu sempre escutei, e ela fez o álbum de jazz clássico dos anos 60 com Bill Evans, que era uma coisa muito espetacular na Suécia naquele momento."Jag Vet en Dejlig Rosa" foi um das músicas que fez, e quando Klas Åhlund e eu estávamos no estúdio, ele compro exatamente o mesmo microfone que gravou o álbum de Monica Zetterlund e Bill Evans. Então ficamos muito animados e decidimos gravar a canção".

Em entrevista à Billboard Robyn falou sobre as colaborações sobre Body Talk, Pt. 2.Falando da música "U Should Know Better", com o rapper americano Snoop Dogg, ela disse: "É uma grande canção ... que eu trabalhei por um par de anos, foi muito legal poder estar no estúdio com ele, primeiro porque eu sempre fui uma fã, mas também porque ele era muito criativo, tínhamos muita experiência para trocar ali, ambos como vocalistas. Eu tinha uma idéia e ele realmente conseguiu e entrou. O que era impressionante, acredito eu, era que coloca Snoop onde ele deve estar, que é um lugar de gangsta". Robyn trabalhou com o sueco Skulls do duo eletrônico Savage na canção “Love Kills”. Esses caras realmente jovens fazem parte de uma cena que eu provavelmente já teria chegado se eu não tivesse me dispersado quando era mais jovem. Há um clube de dança, tipo de cena hardcore-dance em Estocolmo, que é realmente interessante para mim e eles são uma parte dela.
A faixa de abertura do álbum, "In My Eyes", utiliza sintetizadores formigueiro. Tom Ewing, do The Guardian a chamou de "música mais acolhedora" de Robyn. "Include Me Out" foi referido como "digitalizado start-stop funk", e começa com a frase “É realmente muito simples, apenas um pulso único repetida em intervalos regulares", que segundo um crítico descreveu, é “o truque sônic principal empregado em muitas de suas canções dance". O primeiro single, "Hang With Me" foi comparado a "Dancing on My Own" e "Cry When You Get Older" – que já teve sua letra e sua tradução publicadas aqui em The Fatcat House – do Body Talk Pt. 1. Genevieve Koski do AV Club, disse que "reprisa o hino de beats emocionais" de "Cry When You Get Older", e o The Guardian comparou seu estilo musical ao de Pet Shop Boys, outro duo eletrônico que eu adoro.
“Love Kills” foi chamada de “música disco-afiada", com referências e semelhanças aos Pet Shop Boys outra vez. "We Dance to the Beat" foi citada como um "grande techno beat apocalíptico" – coisa da qual nós bem entendemos aqui nesse blog, né gente? – e seu hype de palavras foi comparado ao "Don’t Fucking Tell Me What to Do". “Criminal Intent" apresenta Robyn como rapper, que foi comparado com o estilo de Peaches. A canção é sobre Robyn ser presa por dança louca na sua própria música. Também foi comparada a “Fembot”, e "Piece of Me" de Britney Spears, no qual a própria Robyn trabalhou nos backing vocals. A acústica de “Indestructible” reflete “a desvantagem de precisar de alguém”.

Naquela que foi chamada a “versão definitiva” de Body Talk, ou “Body Talk, Pt. 3”, lançado como um EP simples das cinco músicas inéditas, Robyn colaborou com o produtor sueco Max Martin na música "Time Machine". Vale ressaltar que Martin foi responsável pela produção de sucessos de Robyn e avanço nos EUA com "Do You Know (What It Takes)" e "Show Me Love". Ela disse que a colaboração “foi nostálgico voltarmos juntos para o estúdio. Para mim, é um timing perfeito - eu tenho um ciclo completo, é uma maneira de me mostrar que eu não estou tentando me distanciar de onde eu vim. Ainda é tudo sobre as músicas"

Em 20 de outubro de 2010 Robyn anunciou os detalhes da conversa do corpo em seu site oficial, juntamente com a lista de músicas e obras de arte conceitual do encarte do álbum. Ela descreveu o álbum como "a versão turbo do álbum Body Talk", já que inclui cinco canções de cada anterior e cinco novas.

Robyn anunciou o lançamento do single, "Indestructible", em 13 de outubro de 2010. Uma versão acústica apareceu em seu álbum anterior. Lançada em novembro, tem como co-escritor Klas Åhlund, sendo descrita como uma versão "pulsante cheia de potência que toma todas as formas e nuances, te envolvendo e levando a outro nível disco-pop, digno de qualquer pista de dança ou paixão eletrizante". “The Big Machine 3 – Apocalipse” também contara com “Indestructible” em sua trilha sonora!
Após o lançamento, Body Talk recebeu críticas extremamente favoráveis da maioria dos críticos de música, com a maioria deles concorda que Robyn tinha deixado no chinelo toda a sua concorrência americana em 2010. No Metacritic, que atribui um rating normalizado entre 100, e pela crítica mainstream, o álbum recebeu uma pontuação média de 86, com base em 19 comentários, o que indica "aclamação universal"!



Body Talk foi escolhido o segundo melhor álbum lançado em 2010 pela Popjustice e Slant Magazine, o terceiro melhor álbum lançado em 2010 pela Entertainment Weekly. Da MTV e da Billboard, o melhor álbum entre de 2010 por ambos os AV Club, e também foi selecionado como o melhor álbum entre 14 de 2010, pela revista Rolling Stone.
A revista de crítica musical de Jonathan Keefe Slant premiou o álbum com quatro estrelas (de cinco). Ele disse que o álbum é "um testemunho sincero de Robyn com visão de futuro, é raro ter na música pop contemporânea a capacidade de infundir os frios sons futuristas com emoção genuína e alma”. Keefe disse também que Body Talk "impressiona por seu foco temático e edição de laser de precisão" e que o álbum é "um dos melhores do ano, os álbuns pop mais progressista".
Genevieve Koski da Av Clube também sentiu que o álbum é "de longe o melhor álbum de dance-pop do ano" Koski disse que o álbum "prova que ainda há espaço para a composição madura e inteligente de desempenho no sentido de alto brilho no mundo da club music". O revisor concluiu seu comentário dizendo que "Durante o curso de Body Talk, Robyn provou que há uma verdadeira emoção de ser encontrado entre os uns e zeros da música eletrônica, e a terceira parte é o culminar dessa perspectiva: Eufórico, pessoal, e inspirador para a última batida”.
A Entertainment Weekly de Leah Greenblatt deu ao álbum uma nota A. Disse: “espetacular importação sueca, Robyn continua a definhar no lixo restante do culto, mas essas 15 faixas excelentes merecem mudar isso". Pitchfork Media classificou o álbum com uma pontuação de 8.7/10, o carimbo com seu "Best New Music" marca. Christ Hoard da revista Rolling Stone deu ao álbum de quatro estrelas (de cinco). Ele disse que "Tudo isso contribui para o melhor álbum de dance-pop de 2010, 15 canções que são imaculadamente cativantes e cheias de manias".
Robyn está na trilha sonora da minha vida, não consigo passar um dia sem ouvir “Konichiwa Bitches”, “Cobrastyle”, “Indestructible” ou “Hang With Me”, sem contar aquela mixagem louca de “Call Your Girlfriend” que fez a voz da Robyn sair como um piano sendo dedilhado! Indico com todo o meu carinho para os leitores deste blog.

XXXO

Louie Mimieux






quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Aviso aos Navegantes...

Da nave The Big Machine!

Devido ao grande número de capítulos, "The Big Machine 3 - Apocalipse" será dividido em duas "fases". A primeira fase começou com o Prólogo dos Apocalipses e vai terminar com o Apocalipse 9, que vai ao ar neste blog no sábado. Este capítulo será uma página do diário de Christopher Umbrella, contando o que aconteceu após a subida ao poder das três generais malignas e seu mentor, como um Epílogo divisor de águas.

A partir do Apocalipse 10, a contagem regressiva para a batalha final contra a S.U.JA. começa. Acompanhe The Big Machine 3 - Apocalipse e aguarde pela futura minissérie secreta! Será que o mistério do olho no centro da mão será revelado?

Só aqui, na fábrica de sonhos mais freak da blogosfera!

The Fatcat House!

Surtando no Messenger...


Enquanto isso, no msn...



...Don diz:
*Rsrsrsrsr ´ta bom então(o.0)
*Olha lá u_u

' Louie diz:
*aspohdohpasdophasdas ok, estou olhando

...Don diz:
*Pra onde? '-'

' Louie diz:
*pra lá
*'-'
*você mandou olhar lá
*estou olhando
*troll/

...Don diz:
*E tem alguma coisa unusual "lá"? '-'

' Louie diz:
*bom, não tem nada demais lá pra falar a verdade
*na verdade, o "Lá" é muito relativo
*lá pode ser aqui dependendo de onde se olha
*o olhar do indivíduo muda muita coisa
*altera todos os tipos de perspectivas e sensações
*ele mexe com as pessoas
*acho que o "Lá"
*é algo a se pensar
*o lá pode ser o futuro
*uma meta a ser alcançada
*algo almejado
*mas também pode ser algo muito ruim
*como quando o herói do filme precisa atravessar um vale da morte
*e aponta pra "Lá"
*e aparece todas aquelas coisas
*árvores retorcidas, corvos e pedregulhos
*névoa e essas coisas...
*viajei?

...Don diz:
*Não '-'

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

The Big Machine 3 - Apocalipse 8


- Relaxem, meninas! A esta altura, a cidade está sendo tomada pelo exército de macacos-robôs, e em breve vocês três serão as grandes imperatrizes deste mundo! – Robert virou um copo inteiro de cerveja goela abaixo. Velma fez uma careta, aquele homem era nojento. Já Úrsula estava muito, muitíssimo entretida com os braços fortes de seu “homem do futuro”. Os dois não pararam de se esfregar um segundo desde que ele havia exposto a elas o plano, o motivo de toda aquela destruição. – demorei dez anos para construir um carro semelhante ao do filme “De Volta Para o Futuro”, mas consegui! Parecia impossível, mas com a ajuda da tempestade de raios do deserto, consegui voltar no tempo e chegar à velha Macapá em Janeiro desse ano, foi tempo o suficiente para montar meu laboratório nos altos deste prédio abandonado. Meu plano foi perfeito! Sem nenhuma falha! Consegui me disfarçar de vendedor numa das lojas da cidade e vender a boneca para a mãe da Velma. Rápido, prático, fácil...
- Mas se demorou tanto tempo, não foi tão rápido assim, gostosão... – gemeu Úrsula, com desejo na voz, apertando o braço musculoso de seu novo favorito. Era um homem e tanto, forte, alto, másculo e atraente, barba mal feita, estilo bad boy, do jeito que ela gostava. – o que importa agora é que em poucas horas estaremos no controle dessa cidade!
Uma risadinha eletrônica soou no quarto escuro, e das sombras a figura sombria da boneca perfeita, DeeDee, surgiu, carregando em seu interior a alma vingativa da Alberta Veronese do futuro.
- Você foi bom demais para mim, Robert, para todas nós, executou o plano com paciência e destreza! – ela aproximou-se de sua dona e esticou os bracinhos infantis. Velma a pegou no colo, ainda estava um pouco assustada com aquilo tudo, mas se sua amiga Betty achava aquilo bom, com toda a certeza era bom pra ela também. – fique tranquila, meu anjo, vai ficar tudo bem! Saiba desde já que todo esse sofrimento é necessário, os seus amigos também me fizeram muito mal um dia, mas agora que a escola desabou sobre eles, vamos todos ser muito felizes.
- É, isso mesmo! Vamos sim! – Velma abraçou sua boneca favorita. – vamos tocar o plano adiante, Betty, vai dar tudo certo... Embora essa história me pareça sem pé nem cabeça...
- Tudo vai fazer sentido em breve, Velma, você verá – gorgolejou Robert, virando outro copo de cerveja garganta abaixo.
- E eu espero mesmo que faça! – esbravejou uma revoltada Alberta adolescente, entrando pela porta do laboratório disfarçado de apartamento, batendo-a atrás de si. – isso é completamente sem noção! Tem um robô enorme lá fora destruindo tudo e macacos de metal virando carros do exército! Isso é loucura demais!
A boneca riu alto e desceu do colo da sua dona.
- Bem como eu me lembrava! Geniosa, calculista, realista, violenta! Essa é Alberta Veronese que eu conheço! – ela aproximou-se da jovem. – só lhe falta a ambição e a visão que os anos no deserto me deram... Você é perfeita! Com o Estado isolado do resto do país, sem linha telefônica ou internet e o aeroporto em ruínas, ninguém pode entrar nem sair dessa pocilga! Em breve, quando o nosso exército de gorilas de metal acabar com o trabalho sujo de limpar as ruas dessas tropas, poderemos recrutar os jovens que farão parte do exército da nossa nova República! E adivinha quem vai ser a presidente?!
Uma gargalhada cortou o ar do crepúsculo. A noite chegara rápido naquele dia de caos, o último esquadrão da infantaria do exército fora derrotado assim que o sol se pôs. A cidade estava então entregue às mãos de Alberta Veronese e seu plano maligno, enfim. Esta seria a realidade se não houvesse uma conspiração agindo bem embaixo de seus pés.
- Não temos mais como ir até o futuro, ele foi alterado, de modo que não podemos recuperar o nosso arsenal! – Gabrielle estava muito nervosa. A noite trouxera novos temores – nós estamos em número maior, mas em breve é de certeza que Alberta irá usar de poder bélico para coagir a população e fazê-la juntar-se ao seu exército, e aí seremos uma resistência de meia dúzia! Ineficiente!
- Nós podemos sair dessa sim, Gabi, só precisamos parar pra pensar um pouco! – resmungou Miguel. Tinha a avó, pequenina e jovial em seus braços, dormindo tranquila. Havia desmaiado de sono após todo aquele falatório. – Resolver as coisas na pressão não dá em nada...
- Eu tenho uma ideia, mas acho que é praticamente impossível... – Christopher levantou-se e caminhou em direção à entrada de ar da cave, colocou seus olhos por entre as frestas da grade e imaginou quantos escravos presos ali, nas mesmas condições que ele, no subsolo da Fortaleza de São José de Macapá, não fizeram o mesmo. Para espiar o clarão da lua, branca, ávida de calmaria e paz. Macapá estava sombria naquela noite. Quieta como há décadas não ficava.
- Qualquer ideia é bem-vinda agora, Chris, acho que depois do que vimos hoje em dia, nada é impossível – Augusta segurou firme a mão do amigo. Estivera sentadinha, calada no escuro este tempo todo. Estava muito atordoada para confraternizar com toda aquela gente. Ela passou praticamente o dia inteiro se perguntando por que seu neto não estava ali.
- A vovó tem razão, vovô. Nada é impossível para nós – fez Maxine, aproximando-se do rapaz e colocando sua mão sobre seu ombro tenso. Guta e Chris se entreolharam assustados e depois voltaram seus rostos pálidos pela luz do luar em direção à Maxine, olharam suas mãos dadas. Maxine começou a rir. – não! Seus bobos! Não sejam tolos! Meu pai, Dominick, é filho do vovô, e minha mãe, Stéphanie, é filha da vovó, entenderam?! Vocês não se casaram não, seus tontos!
Os três começaram a rir juntos, e em poucos minutos, a cave inteira foi tomada por uma risada contagiante. Era engraçado imaginar aqueles dois casados. Seria uma situação um tanto estranha, bem estranha para falar a verdade, sendo quem são e tendo suas preferências peculiares. Seria uma realidade alternativa a ser estudada com afinco, pensou Ray Ann.
- Nós poderíamos ir para essa vertente do tempo onde Maurice e Carminha comandam, eles são nossos amigos, vão nos ajudar! – sugeriu Chris, enfim.
- Não, tio Chris, o senhor não entendeu. – interrompeu Tifa, ainda abraçada com a sua avó. Era estranha a situação, a velha havia morrido há alguns meses lá no futuro, e ali estava ela agora, novinha em folha, mais nova do que o esperado para falar a verdade. – lá naquele mundo, eles são os vilões e vocês fazem parte de uma legião de resistentes à ditadura da Grande Máquina, estamos em lados diferentes. Se alguém pode ir lá pedir ajuda de Maurice e Carminha, esse alguém é Alberta!
- Mas aqui nesse mundo nós somos amigos! A Carminha também odeia a Gorda-mór, aquela tal de Úrsula, e não vai muito com a cara nem da Velma e nem da Alberta-homem, embora ela tenha sido amiga da última há algum tempo atrás... – disse Ray, introspectiva momentaneamente, vasculhando o passado. – e se não podemos pedir ajuda a eles, porque não pedir ajuda para nós mesmos?! Tenho certeza que a resistência à ditadura daquele mundo estaria do nosso lado! Nossas versões mais velhas vão nos ajudar!
Imediatamente, Pietro, Fábia e Augusta levantaram-se, esperançosos.
- A Ray tem razão! – exclamou Fábia, radiante. – como vamos para essa outra dimensão?!
- Esse é o grande problema... – resmungou Fernando, o mais calado de todos até agora. – não temos tecnologia o suficiente para fazer isso, íamos precisar da própria máquina do tempo e de muitos, muitos volts para sairmos dessa dimensão... Abrir um vortex não é brincadeira! Gasta muita energia.
- ESPERA UM MINUTO! ESPERA! – Gabrielle poderia ter gritado um “eureka” se a palavra não lhe tivesse fugido repentinamente. Ela tinha todos os trejeitos do avô, a semelhança entre eles era incrível. Ali, ela mais parecia a irmã mais velha de Pietro ou a própria mãe dele. – JÁ SEI! O Robert veio para essa dimensão de algum modo, não foi?! O que temos de fazer é descobrir!
- Mas não sabemos onde ele está escondido! – interrompeu Fernando – e aliás seria suicídio ir até lá... Não temos armas poderosas o suficiente para combater aqueles macacos robôs enormes que estão lá fora, e que com certeza estão protegendo o esconderijo dele! Se tivéssemos ficado um pouco mais de tempo no futuro e estudado a história do que aconteceu aqui realmente... Saberíamos onde ele estaria escondido!
- Há um modo de descobrir... – Maxine puxou a arma biônica da cintura e ativou-a, um brilho azul espectral dominou a cave.



Fim do Apocalipse Oito!











~








Espero que tenham curtido esse Apocalipse surpresa,
ele é a representação viva de que eu estou desesperado porque escrevi demais.
De qualquer modo, preparem-se, a história só está começando

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Em breve...


domingo, 23 de janeiro de 2011

Hey Pessoal!


Estou aqui primeiramente para agradecer aos quatro novos seguidores! Bem vindos à minha fábrica de sonhos! E por favor, divulguem, não sabem o quanto é importante pra mim, e quem sabe vocês até não ganhem um prêmio por isso!

Estou aqui também para pedir desculpas pelos dois capítulos atrasados, que estão logo aí abaixo. Obrigado por esperarem. Um deveria ter saído no sábado e outro no domingo, mas sábado foi um dia especial de comemoração porque este que vos fala foi o quinto colocado nas notas do ENEM para o ingresso no curso de ARTES VISUAIS da UNIFAP.

Sim senhor, sou calouro na FEDERAL! (chupa, barangada).

E pra completar, passei o domingo todo na estrada, voltando pra Macapá, e posso assegurar-lhes uma coisa! NEM DANTE seria capaz de descrever tal inferno que é a BR-156. Tá na hora desse povo criar vergonha na cara e asfaltar aquele círculo infernal dantesco antes que alguém importante morra (tipo eu, risos). Por mais de três vezes pensei que fosse morrer: primeiro por causa do calor, depois pelos buracos e depois pela tempestade. Quando finalmente desmaiei, acordei rodeado por camponeses fedendo a pescado, não sabia se ria ou se chorava!

Mas o que importa é que estou vivo para trazer mais felicidade a alegria pra vida de vocês, caros leitores! (-n)

Estou avisando também que toda quinta haverá capítulo especial de TBM3, vou ter de dar uma acelerada no processo porque acabei escrevendo muito e do jeito que a barca anda, vou terminar de publicar tudo só em Março e isso é inadimissível!

De qualquer forma, obrigado por prestigiarem o meu trabalho, pessoal e até a próxima!

xxxo

Louie Mimieux

The Big Machine 3 - Apocalipse 7


- Espera um instante... – Chris levou a mão à boca e franziu as sobrancelhas, olhou de um rosto para o outro e percebeu que ali, no canto mais distante da cave, estava Ezequiel, o irmão de Fábia, sentado e olhando para o vazio, parecia mais uma estátua. - Nós percebemos que havia alguma coisa errada quando as ruínas de Macapá sumiram, e consequentemente o Apocalipse Hall...
- A nossa mansão?! – gaguejou Pietro ainda tonto – ela existe mesmo? O Nosso projeto saiu do papel no futuro?
- Saiu sim, mas isso não vem ao acaso! – Maxine abanou a ramificação da conversa com um movimento rápido da mão, como se o assunto fosse algo material. – E então na manhã seguinte nos acordamos num mundo onde metade da população é escravizada por três generais ditadores que...
- Espera aí, deixa eu adivinhar! – Pietro levantou a mão para falar – esses três ditadores são Alberta, Velma e Úrsula, estou certo?
Maxine calou-se, tensa.
- Eu sabia! – riu ele. Pietro não sabia o porquê, mas aquela história de voltar no tempo e alterar o passado lhe era familiar. Todos ali estavam sofrendo um Dejà Vu estranho naquele momento, era como se eles já houvessem vivido aquilo, ou pelo menos escutado a mesma história em outros tempos, tempos estes imemoráveis, pois o esforço era grande para relembrar, mas nada vinha à cabeça. Talvez o nervosismo os impedisse raciocinar direito ou aquela loucura toda acontecendo na pacata Macapá estivesse mexendo com os pobres adolescentes.
- Eu sei por que isso parece familiar a vocês... – começou uma Maxine muito nervosa, outra vez. – já aconteceu antes... Eu sei que isso parece meio sem pé nem cabeça, mas é a verdade... O ano de 2009 sofreu uma alteração certa vez também, gerando uma realidade alternativa onde a amiga de vocês, a Carmen Parafuso, é a imperatriz mundial...
- O QUE? A CARMINHA?! – gritaram todos em coro. Pietro largou sua gargalhada magistral, sacudindo as paredes da cave. Os adultos permaneceram sérios e impassíveis.
- Sim, a Carminha... Este mundo onde a Carminha é a imperatriz trata-se de uma ramificação do mundo de vocês, assim como o futuro alternativo onde o “trio parada dura” é quem comanda! Vocês estão me entendendo?!
- Ai, minha cabeça – chiou Ray Ann. Aquilo era demais para ela. – isso só tá ficando cada vez mais complicado...
- Parece familiar a vocês, principalmente ao Pietro, a Chris e à Ray porque vocês foram levados para essa realidade alternativa e ajudaram a destronar a Carmen... – ela atravessou a cave, indo para a luz da entrada de ar. – Consequentemente descobriram que na verdade era o Doutor Maurice Lispector o verdadeiro ditador por trás da imagem dela. Mas a memória de vocês foi apagada, por isso que não lembram da situação em detalhes, mas seus cérebros registraram e sabem que algo igual foi vivido! – Maxine parecia até sorrir para tentar acalmar o grupo de jovens e ajudá-los a entender o que estava acontecendo, não estava funcionando muito. As reclamações vieram logo em uma avalanche de exclamações, gritos e questionamentos sobre aquilo. Sem outra saída, ela teve de fazer um desenho no chão, usando o lodo como quadro branco onde seu dedo era o pincel. O grupo inteiro se amontoou ao redor da mulher que rabiscava feroz na pedra, menos Fábia, que continuava dormindo feito uma pedra. Já era hora de verificar o pulso dessa criança...
- Tudo bem, pessoal, imaginem que essa linha é o tempo. – começou ela.
- Isso está torto. – retrucou Ezequiel, sério.
- Não precisa ser perfeito, tudo bem?! – bufou uma Maxine irritada. Aquele garoto não falava nada, e só abrira a boca até agora para criticar, só podia ser brincadeira mesmo. – nessa extremidade está o presente, o mundo de vocês, entendem?
- Esse ovo é o nosso mundo? – perguntou Ezequiel, ainda sério. Ele não parecia estar brincando, tanto que estranhou os olhares tortos de seus amigos e dos adultos do futuro.
- Sim, essa bola é o mundo de vocês... – Max já estava perdendo a paciência. – essa outra bola é o futuro, o nosso mundo! – num ponto próximo a extremidade que representava o futuro ela puxou dois traços, um para cima e outro para baixo, formando um tridente.
- Ei, olha! É o garfinho do diabo! – riu Ray Ann, apontando para o desenho.
- Tudo bem, vovó, tudo bem! – Miguel deu três tapinhas amigáveis nas costas da garota. Ela olhou para ele desconfiada.
- Coitada... Já era caduca desde essa idade... – riu Fernando, bagunçando os cabelos escuros da avó com sua mão enorme.
Ray deu um tapa na mão com sua mãozinha minúscula na mão de seu neto impossível, uns 20 anos mais velho que ela.
- Olha, não brinca comigo não moleque, se não você já nasce de castigo! – e fez um bico furioso que arrancou risadas altas dos seus futuros netos. – vou me certificar de que os dois já nasçam de castigo! Pode deixar!

- Escutem! Escutem! – a esta altura, Maxine já havia desenhado um quadrado e um triângulo nas extremidades dos traços recentemente criados no lodo da pedra. – este quadrado é a realidade alternativa onde a Carminha é imperatriz, ela não é mais possível neste mundo porque a versão mais velha do vô Chris destruiu a Máquina do Tempo do Doutor Lispector e mudou a história, mas ela ainda é possível em outro mundo, por isso ainda existe em algum lugar do universo... – ela apontou para o triângulo agora. – esta aqui é a realidade alternativa onde Alberta, Velma e Úrsula comandam, criada recentemente com a intervenção de Robert, o capataz de Alberta, na linha temporal. Temos de destruir essa possibilidade urgentemente antes que seja tarde demais e nós, seus netos, desapareçamos... – ela começou a tremer. Gabrielle esfregou as costas da amiga delicadamente. Aquilo ajudava muito. – só ficamos vivos porque viemos para o passado e salvamos vocês da destruição da quadra... – as lágrimas não foram mais poupadas. Kátia ficara sozinha naquele mundo cruel, nos cuidados de seu irmão mais velho, a preocupação de mãe era inevitável.
- Quer dizer que... – começou Pietro, sério.
- Era pra nós termos morrido na quadra? – a voz de Fábia ecoou repentinamente pela cave, pegando todos de sobressalto. Tifa abraçou sua avó com força, e ela retribuiu o abraço, mesmo sem saber o porquê. Era algo que ela tinha de fazer por instinto.
- Sim – soluçou Maxine, enxugando as lágrimas. – era questão de tempo até que nós desaparecêssemos, mas não entendo porque não desaparecemos de primeira, pela madrugada como milhares de pessoas! Não há registros do nosso nascimento no futuro, nem meu, nem dos meus amigos e nem dos meus irmãos, mas continuamos existindo! Por quê?!
- Essa é a pergunta de um milhão de dólares – refletiu Chris, observando o modo como os raios de sol se extinguiam aos poucos pelas frestas da grade. Estava anoitecendo. Era hora de fazer alguma coisa, urgentemente.


Fim do Apocalipse Sete!

The Big Machine 3 - Apocalipse 6


Base Tecnológica Secreta, alguns minutos antes da mobilização do exército na capital.

- Eles já estão a caminho do prédio, Senhor! – fez um dos soldados, batendo continência para seu Coronel.
- Ótimo. – fez o Coronel, sério. Estava muito preocupado com aquele desligamento do sistema. – quando os computadores reiniciam outra vez?
- Em uma hora, senhor. – respondeu a comandante.
- Ótimo. – repetiu. Aparentemente estava tudo ótimo naquela sala, com o desligamento do sistema, tudo estava seguro. Ou não.
- Mas o que... – a comandante foi pega de surpresa por um ligamento repentino de toda a central, o prédio inteiro estava funcionando novamente, e não haviam passado sequer dez minutos! – o que está acontecendo?! Alguém ligou a chave central no porão?!
- Não! É claro que não! Só eu tenho a chave do porão, e estou aquI! – urrou o Coronel, seus olhos nervosos iam de uma tela a outra dentro daquela sala. Todos os computadores estavam reiniciando automaticamente. – o que é isso?! O que está acontecendo?!
- ELES ASSUMIRAM O CONTROLE, SENHOR! – gritou um dos oficiais, numa máquina mais distante. – ELES LIGARAM O SISTEMA À DISTÂNCIA!
- MAS COMO ISSO É POSSÍVEL?! NÃO HÁ TECNOLOGIA O SUFICIENTE PARA FAZER ISSO E...
Repentinamente, o prédio vibrou de cima a baixo.
- Tarde demais Senhor, eles ativaram o Projeto Mapinguari! – gritou a comandante, tentando anular o comando invasor em vão. Todos os códigos que ela conhecia não foram suficientes, manualmente era impossível fazer algo. Os alarmes soavam alto, as sirenes urravam a canção do caos, toda a iluminação do prédio foi cortada, a única iluminação existente agora era a frenética e nervosa luz vermelha que girava sem parar, revelando rostos nervosos, suados, desesperados, em todos os cantos. Era impossível parar aquilo, o fim estava chegando.
Do lado de fora, a selva estava em alarde, os animais corriam em debandada, araras, papagaios, periquitos e garças em revoada, fugindo da área ao redor da pista de pouso. Os animais de chão, as pobres capivaras, as pacas e as cutias formavam grandes manadas em fuga, mata adentro. Árvores gigantes se inclinavam para os lados, formando corredores, vãos gigantescos para a passagem do gigante de metal e sua tropa, o misterioso Projeto Mapinguari que o governo escondia a sete chaves, em sua Caixa de Pandora particular, a floresta Amazônica, secreta e inexorável. Longe dos olhares curiosos das grandes populações e da grande imprensa. O chão abriu-se numa cratera gigantesca, engolindo toda a terra e a mata ao redor, abrindo caminho para a montanha artificial que se erguia, os metais mais poderosos do mundo reunidos numa única arma, poderosíssima e indestrutível. Quarenta anos de trabalho em tecnologias americanas e japonesas, rios de dinheiro transferidos dos cofres públicos para a ambição dos poderosos que ansiavam por algo de novo, de extraordinário, de inovador, listas inteiras de projetos de fachada para escondê-lo. E agora o mundo voltaria os olhos para o primeiro robô gigante do mundo: O Grande Mapinguari.
Uma homenagem à apavorante lenda do homem-macaco daquelas florestas, fruto do folclore indígena, agora realmente existia na pele da arma mais poderosa da face da terra, equipada com lasers, canhões, lança mísseis e lança-chamas, entre outros artifícios como gases tóxicos e canhões supersônicos. Aquela montanha móvel de morte e destruição estava a caminho da capital para iniciar a devastação de tudo o que ali vivia. Alberta Veronese estava prestes a conseguir o que queria. Com Macapá destruída e os futuros fundadores de Neon City mortos, o futuro jamais existiria e ela poderia iniciar o seu império de terror a partir do nada! Era absolutamente formidável!
O gigante acordou, e atrás dele, versões menores feitas a sua própria imagem na forma de gorilas de três metros de altura, uma frota inteira com oitocentos monstros de metal, prontos para destruir. O fim do mundo estava próximo.

- Eles estão acordando, Max! Estão acordando! – sussurrou uma voz ao pé do ouvido de Chris, ele retorceu-se de dor, estava cheio de hematomas pelo corpo. Não tinha certeza exatamente de onde estava naquele momento, mas sabia que era úmido e gelado o bastante para lhe causar arrepios. Seus dedos das mãos e dos pés estavam gelados.
- Cuide para que eles não se movam, Gabrielle! Se houver algum osso quebrado, a situação pode agravar! – exclamou uma voz, mais ao longe, ecoando pelas paredes do que parecia ser uma caverna. Pelo movimento que os sons faziam, o teto tinha de ser côncavo e ter certa altura.
- Não se preocupe, só me dê mais um pouco de Gelol, acho que seu avô está sentindo dores... – fez Gabrielle. Agora Chris tomou alguma noção do que se tratava aquele lugar. Deveria ser algum abrigo anti-bomba secreto ou um esconderijo para refugiados da guerra. Espera um instante... Guerra? Na pacata Macapá onde nada acontece a não ser governadores corruptos esvaziarem os cofres públicos debaixo das fuças da população?! Não, só podia ser alguma piada! Ele tinha de estar sonhando! Tentou rir, mas sentiu fortes dores nas costas e gemeu baixinho. Guerra em Macapá era uma piada muito boa. – fique quietinho, tio Chris, o senhor vai ficar bem já, já! Esta fórmula do Gelol veio do futuro, é instantânea! Gruda até o osso mais esfacelado que tiver aí dentro! – algo gelado tocou a pele do jovem, sobre os hematomas nos braços e nas pernas. Era gostoso e as dores estavam passando muito rápido, de modo que aquilo o entreteve de tal forma que ele não pensou muito em se perguntar o porquê de aquela estranha o chamar de “tio Chris”. Ele não conhecia nenhuma Gabrielle. Não que se lembrasse. E nem tão adulta assim... Porque ela o chama de tio então?!
- Espera um instante! – ele sentou-se de sobressalto, constatando o lugar em que estava. Parecia algum tipo de cave. Musgo e algumas gramíneas cresciam das frestas nas paredes. – Onde nós estamos?! Quem são vocês?! – Ray Ann estava acordada, encostada num canto, entretida numa conversa com dois homens estranhos. Um deles era mais encorpado, tinha certa massa muscular e usava barba, lembrava muito o próprio namorado da Ray, a diferença era a altura, com certeza. O outro era mais baixo, seu rosto era mais fino e delicado como o de Ray, quem olhasse com mais atenção juraria que os três eram irmãos. Os outros integrantes do Apocalipse Club, vitimados pela explosão da quadra continuavam desacordados, enfaixados e sendo tratados por uma mulher rechonchuda de cabelos azuis vestida de enfermeira. Aquilo era estranho demais.
- Vovô! Por favor! Não faça movimentos bruscos! Alguma coisa pode estar quebrada aí por dentro e Gabrielle está tentando curar! – uma misteriosa mulher ruiva trajando um tipo de macacão espacial colado ao corpo surgiu das sombras, iluminada por alguns raios de sol derradeiros que entravam pelas frestas na grade da única entrada de ar daquela cave, com exceção da pesada porta de ferro do outro lado, fechada.
- Vovô?! Você está louca?! – exclamou Chris, atônito – eu lá tenho cara de velho?! – levantou-se sobressaltado e espiou pela grande no alto. Para sua surpresa, aquela passagem era rente ao chão, de modo que eles estavam escondidos abaixo do nível do solo. Onde estariam?
- Estamos escondidos embaixo da Fortaleza de São José de Macapá, vovô – fez uma Maxine cansada tomando o rapaz pelo braço, para longe das grades. Aparentemente tudo lá fora, no verdejante e extenso Parque do Forte, permanecia calmo e sereno até o momento em que um tanque de guerra cruzou a frente do Banco do Brasil, passando sobre o asfalto de uma rua antes frequentemente movimentada pela frota interminável de veículos, agora deserta. Tudo estava deserto. Não havia pessoas nas ruas e nem casais caminhando nas calçadas do parque, e o horário era o costumeiro em que estas cenas se repetiam, por volta das cinco da tarde. – agora saia da entrada de ar, precisamos respirar.
- Mas quem são vocês?! O que está acontecendo?! – ele atravessou a cave aos gritos, acordando Pietro e Augusta. Forçou a porta de ferro à toa e voltou-se para aquela ruiva estranha que insistia em chamá-lo de avô. – me explique alguma coisa! Não fique calada me olhando com essa cara!
Os dois Apocalípticos que haviam acabado de despertar, ainda grogues, repetiam as mesmas perguntas do nervoso Christopher Umbrella. Maxine pôs as duas mãos sobre os ombros tensos daquele que um dia será seu avô e o encarou fundo nos olhos. A semelhança entre os dois era grande. Até a altura era a mesma! Uma mulher daquele tamanho assusta e tanto nos tempos de hoje, ainda mais vestida como a vocalista do Scissor Sisters.
- Tudo bem, foi você quem pediu! – ela fechou os olhos e bufou.
- Não Max, não faça isso! – exclamou Gabrielle ao longe, passando o gel de cura instantânea no ombro de Pietro, aquele que virá em breve a ser seu avô.
- Vovô... Ou Christopher, tanto faz... – começou, abrindo os olhos. – me chamo Maxine Fernandes, sou sua neta, e estes... – ela indicou o grupo que cuidava dos feridos no escuro da cave – e estes são Gabrielle... – a mulher negra que se maquiava feito a própria Lady Púrpura levantou a mão. – Tifa... – a gordinha enfermeira gritou um “sou eu! Sou eu!”, e por um instante Chris achou que fosse Fábia quem estivesse falando, mas esta estava dormindo. A voz angelical e sincera era mesma – Fernando e Miguel! – os dois homens que ladeavam Ray Ann levantaram o polegar para Chris, que ainda tentava assimilar tudo o que estava acontecendo ao seu redor com seu cérebro confuso. – nós somos o Apocalipse Club de 2067, somos seus netos e viemos do futuro para salvá-los do exército da S.U.J.A. e seus generais cruéis Alberta, Velma e Úrsula, a tríplice mortífera!
Fez-se silêncio na cave e tudo tremeu de repente. Alguma bomba havia sido estourada na superfície, no centro da cidade, logo ali próximo.
- O QUE?! – gritou Chris fazendo uma careta hilária. A confusão só estava começando.





Fim do Apocalipse Seis!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Em breve...


Letra & Música ₰


Aqui vai a letra de uma música que reflete muito bem o que eu ando sentindo nesses últimos dias. Robyn, pra quem não sabe, é uma cantora sueca de música eletrônica, todas as músicas dela são ótimas, e esta aqui, retirada do Body Talk Pt. 1 é a minha favorita


Robyn

Cry When You Get Older

Hey girl in the strobing light, what your mama never told ya
Is love hurts when you do it right, you can cry when you get older
Young boy by the traffic light, what your daddy never told ya
Is love hurts when you do it right, you can cry when you get older

Hold up a second now, i got something on my dirty mind
I start out with good intentions but messed it up like all the time
I try to keep up appearance but always end up way out of line
I need some kind of miracle 'cause i lost all my faith in science, so i put my faith in me

She said: "There just must be more to life than this"
He said: "Careful 'cause you might just get your wish"

Everybody in the back singing!
Hey girl in the strobing light, what your mama never told ya
Is love hurts when you do it right, you can cry when you get older

Everybody singing!
Young boy by the traffic light, what your daddy never told ya
Is love hurts when you do it right, you can cry when you get older

Back in suburbia kids get high and make out on the train
Then endless incomprehensible boredom takes a hold again
And in this other dream i'm on top of the world, ahead of the game
Think of reality and it hits me hardcore to the brain, we gotta get away

She said: "There just must be more to life than this"
He said: "Careful 'cause you might just get your wish"

Everybody in the back singing!
Hey girl in the strobing light, what your mama never told ya
Is love hurts when you do it right, you can cry when you get older

Everybody in the front!
Young boy by the traffic light, what your daddy never told ya
Is love hurts when you do it right, you can cry when you get older

Bet your mama never told you that

Chorar Quando Você Ficar Mais Velho

Hey garota na curtição, o que a sua mamãe nunca te disse
É que o amor machuca quando você faz tudo certo, você pode chorar quando você ficar mais velha
Ei, jovem perto do semáforo, o que o seu papai nunca te disse
É que o amor machuca quando você faz tudo certo, você pode chorar quando você ficar mais velho

Espera um segundo, eu tenho uma coisa na minha mente suja
Eu parti com boas intenções mas baguncei tudo como sempre
Eu tento manter o aspecto mas sempre acabo confusa
Eu preciso de algum tipo de milagre, porque eu perdi toda minha fé na ciencia, então eu coloquei essa fé em mim

Ela disse: "A vida deve ser mais do que isso"
Ele disse: "Cuidado porque você pode conseguir o que deseja"

Todo mundo no fundo cantando"
Hey garota na curtição, o que a sua mamãe nunca te disse
É que o amor machuca quando você faz tudo certo, você pode chorar quando você ficar mais velha

Todo mundo cantando!
Ei, jovem perto do semáforo, o que o seu papai nunca te disse
É que o amor machuca quando você faz tudo certo, você pode chorar quando você ficar mais velho

De volta aos suburbios, os jovens ficam bebados e flertam no trem
Depois aquele incompreensivel aborrecimento sem fim, toma conta de novo
E nesse outro sonho, eu estou no topo do mundo, na frente no jogo
Penso na realidade e ela me acerta em cheio no cerebro, nós precisamos fugir daqui

Ela disse: "A vida deve ser mais do que isso"
Ele disse: "Cuidado porque você pode conseguir o que deseja"

Todo mundo no fundo cantando"
Hey garota na curtição, o que a sua mamãe nunca te disse
É que o amor machuca quando você faz tudo certo, você pode chorar quando você ficar mais velha

Todo mundo cantando!
Ei, jovem perto do semáforo, o que o seu papai nunca te disse
É que o amor machuca quando você faz tudo certo, você pode chorar quando você ficar mais velho

Aposto que sua mamãe nunca te disse isso

Mamãe


Então, dia 18 de Janeiro completei 18 anos com um café da manhã delicioso levado na cama pelas meninas e um churrasco pela parte da tarde preparado com todo carinho pela tia Ana. Foi um dia bem comum aliás, e como não poderia fugir à regra de todos os anos, fui abençoado com a chuva da tarde que sempre cai no mesmo horário em que eu nasci, às 2:40! Contando assim ninguém acredita, mas todo ano chove no meu aniversário, repetindo o feito do dia 18 de Janeiro de 1993 (mamãe conta que caiu um aguaceiro danado naquele dia).

Agora, oficialmente, tenho 18 anos e sou legalmente responsável pelos meus atos, então ninguém mais pode me impedir de fazer a tatuagem e nem colocar o piercing. O lado ruim disso é que agora eu posso ser preso ou processado por qualquer coisa que eu faça, infelizmente. Mas é a vida né, fazer o quê!

Pra falar a verdade, ainda estou relutante em aceitar essa maioridade, sinceramente, ainda não estou preparado pra assumir tanta responsabilidade assim. Acho que tudo passou tão rápido pra mim, a sensação que eu tenho agora é de não ter aproveitado boa parte da minha infância e da adolescência, é aquele momento da vida em que nós paramos pra pensar e, poxa, eu era feliz e nem sabia! Conversei bastante com a mamãe na terça e contei pra ela tudo o que sentia a respeito de fazer 18 anos, e a conclusão a que eu cheguei é que, realmente, vai demorar um pouco pra eu me acostumar a essa ideia. Ela própria me disse que não acredita e também não aceita que tem um filho de 18 anos! Mãe é mãe né, eu vou ser sempre o bebê dela. Mas a verdade é que eu não sou mais um bebê, apesar de eu relutar com essa realidade com todas as minhas forças. Eu me sinto desprendido, solto, como uma folha seca ao vento agora. Até as saudades que eu sentia de casa, dos braços da minha mãe, quando eu viajava e passava tanto tempo fora, não é tão forte quanto a que eu sentia antes.

Uma vez perguntei à mamãe como ela conseguia suportar a ideia de que a vovó estava velha e que poderia morrer um dia, perguntei a ela como ela podia suportar a ideia de viver sem a mãe dela, suportar que um dia vovó teria de partir e ela ficaria ali, sozinha. Porque para mim isso é mais do que um martírio, eu simplesmente não consigo me imaginar sem a minha mãe por perto, segurando a minha mão o tempo todo, não consigo (por isso que eu digo e torno a dizer: não estou pronto pra crescer, não mesmo), pra mim seria a morte de um pedaço de mim, seria o fim, a pior coisa que poderia me acontecer.

Mamãe apenas suspirou e passou a mão nos meus cabelos.

Ela disse que um dia todos nós crescemos. Mas isso não quer dizer que deixemos de gostar das nossas mães ou que a esquecemos, não, muito pelo contrário, elas sempre estarão ali perto, no coração, na memória. A figura materna é muito forte e deixa a alma marcada pra eternidade, mas com o tempo você tem de lidar com os seus próprios problemas, e certas coisas você vai ter de resolver sozinho, e quando você perceber, não vai mais precisar da mão da sua mãe a todo momento, já vai estar acostumado a resolver tudo sozinho. É claro, vão haver situações em que só um abraço de mãe é a solução, como um coração partido por exemplo, mas na maioria das vezes você terá de fazer tudo sozinho. E quando perceber que for capaz de bater as suas próprias asas, vai se acostumar à ideia de tocar a sua própria vida. É a ordem natural das coisas.

E quando chegar a hora da mãe partir, a dor vai ser grande, mas não insuperável, porque agora você já tem uma vida, problemas pra resolver e coisas pra se preocupar como filhos ou negócios. Mas a figura materna, essa jamais será apagada, estará pra sempre na memória.

Pensar assim ainda é um pouco doloroso pra mim, mas com o passar do tempo vou acabar aceitando, como aceitei que nunca serei famoso nem em um milhão de anos. Mas vai acontecer, vai chegar o momento da aceitação.

Depois de tudo o que eu vivi, em síntese, cheguei à conclusão de que a vida é isso mesmo, aceitar, se conformar, porque tudo passa um dia. Pode parecer triste no momento, mas depois de um tempo a dor passa e tudo fica bem. Bom, pelo menos parcialmente bem.

Dia 19 de Janeiro, fui pego de surpresa por uma infecção intestinal fortíssima da qual ainda estou me recuperando, passei o dia inteiro de cama (por isso não postei nada ontem), me retorcendo de dor feito uma toalha viva, vomitei aos borbotões (eca, nojento, não precisava entrar em detalhes!) e passei parte da tarde jogado no chão do banheiro. Acredite se quiser, eu não vomitava desde que tinha oito anos de idade! Foi quando tive a última infecção intestinal forte...

Hoje já consegui comer alguma coisa, tomar um suco, uma sopa, comer umas uvas... Mas ontem, por um instante, pensei que fosse MORRER! Nunca senti tanta dor na minha vida. Fui na farmácia com a tia Ana e voltei com uma penca de remédio pra tomar, quase que me receitaram a farmácia inteira! As horas de dor e agonia que passei são indescrítiveis, acredito que isso pagou todos os meus pecados, viu...

Mas, agora só estou um pouco fraco, com um pouco de dor de cabeça e náuseas, mas o remédio controla um pouco os sintomas. Por ironia do destino, mamãe nem sabe de nada ainda! Olha só, será que eu estou me virando bem sem ela? Não, porque se dependesse de mim mesmo, morreria deitado naquela cama, não tinha forças nem pra respirar direito, se não fosse o pessoal trazer remédio, comida, água, eu já tinha falecido há umas sete horas atrás!

Tudo bem, chega de drama. Agora é respirar fundo e começar a ajeitar as coisas, domingo estou voltando para casa, resolver alguns problemas de documentação e essas coisas. Será que eu passei na UNIFAP? Dia 22 sai o resultado, e aí eu vou ter de escolher entre as acomodações do CEAP ou aquele campus mal-iluminado e abandonado da UNIFAP... É, mas em compensação eu não tenho de pagar nada lá! Mas enfim, isso é assunto pra outro tópico!


xxxo


Louie Mimieux