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quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Estrela


Era uma vez um canto escuro do universo, um canto tão escuro, tão escuro, e tão vazio, mas tão vazio que pouquíssima luz chegava lá. Ninguém ia lá, porque não tinha muita coisa pra ver, e todas as estrelas lá eram frias, afastadas, apagadas e conformadas, viviam sobre regras que elas nem sabiam porque existiam. Talvez viessem do tempo do Big Bang, ou alguém talvez as tenha inventado só pra não haver bagunça naquela área quieta do universo, quieta e escura.
Mas um dia, de algum modo, uma estrela nasceu bem ali, no meio do escuro, e começou a brilhar e brilhar tanto que o seu brilho começou a incomodar as outras estrelas, que começaram a se aproximar da irmã brilhante tentando ofuscar o seu brilho, mas a interferência delas acabava apenas reforçando o brilho dela.
Mas todo aquele brilho não adiantava, e a vida cotidiana daquele lado monótono do universo foi começando a apagar o brilho da estrela, deixando-a fraca, sem vida e conformada como todas as outras irmãs que a rodeavam.
Mas então ela teve uma epifanía, e se você não sabe o que é uma epifanía eu te digo que é uma grande iluminação espiritual, ou mesmo uma queda na razão, uma descoberta pessoal. E essa descoberta foi crucial para o futuro da estrela. Ela sabia que brilhando ali naquele canto distante do universo, os humanos que tanto olhavam para o espaço jamais chegariam a enxergá-la. Mas já que eles nunca colocariam seus olhos nela, ela brilharia simplesmente pelo prazer de brilhar, e brilharia como nunca nenhuma outra estrela brilhou...
E foi isso o que ela fez, cegou as suas irmãs com tanto brilho, e após isso explodiu numa super nova tão catastrófica e bela que foi vista daqui da terra mesmo! Cruzando com todo o seu poder milhares de anos-luz, iluminando e destruindo tudo em seu caminho. Sorte que a terra era tão distante que ficou fora de perigo, mas mesmo assim a super nova foi vista com assombro por todos os cientistas que possuíam telescópios potentes, e a pequena estrela esteve em todas as manchetes de todos os jornais durante uma semana inteira.
Ela conseguiu o que ela queria, atingira seu maior objetivo, seu maior sonho, brilhar tanto que os humanos pudessem enxergá-la. Ela morreu, desapareceu, se despedaçou em milhares de partículas de poeira cósmica, mas assim que soube da sua fama explosiva, cada pedacinho seu que estava espalhado pelo espaço vibrou de orgulho, e então ela pôde enfim descansar em paz na imensidão escura.

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