Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

The Big Machine 3 - Penúltimo Apocalipse


A porta triangular foi arrebentada por uma explosão que lançou lascas do material sintético do qual ela era feita em todas as direções. Os Apocalípticos que estavam escondidos embaixo da mesa redonda e atrás das grossas colunas gregas que sustentavam o teto côncavo onde o símbolo do Apocalipse Club – agora estourado pelas balas – antes iluminava tiveram de se abaixar para se proteger. Um grupo de pessoas estranhas uniformizadas entrou aos berros.
- Parados! Os dois! – ordenou uma voz grossa muito conhecida.
- PAPAI! – exclamou Chris, saindo de seu esconderijo para dar de encontro com todos os casais, pais dos Apocalípticos, vestidos no uniforme branco colado, portando armas imponentes e poderosas que nem mesmo eles próprios sabiam operar. Era uma cena hilária, mas eles estavam salvando a pátria afinal! Bill Ray e Anne Rose, pais de Ray Ann, Fábio e Fabiana, pais de Fábia Paola. Pietro e Veronica, pais de Pietro, Augusto e Esther, pais de Augusta, e por fim Christopher e Kate Fernandes. Os pais de Chris. Todos os cinco casais armados e poderosos, um tanto confusos e completamente perdidos, mas prontos para atirar a qualquer movimento suspeito dos Roberts na mira.
- Desistam, palhaços, vocês estão cercados! – Saturno saiu de trás de uma das colunas com seu laser em punho, os outros apocalípticos escondidos também fizeram o mesmo, saltando imediatamente de debaixo da mesa e de trás das outras colunas gregas. Eram 25 armas nas mãos de 25 atiradores, uma maior que a outra, apontadas diretamente para a cabeça dos dois espertinhos que ousaram adentrar no covil o Apocalipse Club em plena reunião!
- Esses dois filhos da mãe nos enganaram! – exclamou a estressada e esquizofrênica mãe de Augusta.
- Se passaram por prisioneiros para entrar na nave! – continuou a mãe de Chris. – e nos prenderam no salão das refeições!
- Como vocês conseguiram sair de lá?! – exclamou Chris.
- Usamos uma das mesas para arrebentar a porta. – abraçou o filho com força. – você está bem?
Os outros pais fizeram o mesmo, procuraram seus filhos e os abraçaram, questionando, se envolvendo na história, ouvindo os relatos da história sem pé nem cabeça sendo esclarecida a eles. Viagens no tempo, robôs de outra dimensão, vaqueiras malvadas e bonecas vivas, cérebros artificiais e realidades alternativas. O Apocalipse Club havia ganhado mais dez membros honorários, era tanta gente que mal cabia naquela sala! E isso porque da outra dimensão somente vieram a Fábia de Chanel roxo, a Ray ciborgue e o Christopher magro e velho! Se todos os apocalípticos estivessem ali reunidos seria completamente insuportável ficar naquela sala!
- Então era isso o que vocês estiveram escondendo de nós esse tempo todo, enquanto estivemos na Fortaleza! – exclamou o pai de Chris.
- Sim, não queríamos envolver vocês nessa história, mas parece que encontraram a sala das armas! – riu Pietro, olhando para o pai portando uma estranha bazuca de cano longo cheia de botões azuis. Fora com isso que ele explodira a porta da sala de controle. As mulheres do grupo estavam todas ao redor dos dois Roberts, amarrando-os e os esbofeteando vez ou outra por colocarem a vida de seus filhos em risco.
- Esses cinco, papai – fez Fábia, segurando a mão de seu genitor e apontando para o grupo de Maxine e Fernando, que sorriram e estenderam a mão para o homem, um a um, cumprimentando-o cordialmente, ele que era meio turrão e todo conservador. – eles vieram do futuro! Aquela ali é minha neta! Olha que linda papai!
Tifa deu uma risadinha tímida e escondeu o rosto atrás das suas mãos gorduchas. Todos os trejeitos da avó.
- Ah, vovó, deixa de ser boba! – riu de novo.
- Não seja boba você! – as duas se abraçaram.
- Mas ela não é velha demais pra ser sua neta? – perguntou o pai. Os três riram juntos.
Enquanto isso, Pietro apresentava Gabrielle para sua mãe, que já fez cara feia.
- Porque esse cabelo esticado, menina?! – exclamou a mulher. – cadê o amor à raça? Tem isso no futuro não?!
Gabrielle riu sem graça. As apresentações continuaram por um bom tempo, Haruno estava meio perdida no meio daquilo tudo, foi procurar sua família no refeitório para ficar perto dela, sua mãe não havia tomado partido na invasão à sala de controle, talvez por medo ou por ainda fazer pouca ideia do que estava acontecendo ali naquele mundo. Ela passava grande parte do tempo, desde o período em que eles eram refugiados na Fortaleza, olhando para o vazio e proferindo passagens da Bíblia, não conversava mais como antes, não era a mesma desde que vira tudo em chamas.
Lá fora o caos se instaurava de uma maneira nunca antes vista. No centro da cidade não havia um único prédio sequer de pé, tudo era poeira, metal, pedras e fogo. Grandes bolas flamejantes caíam do céu feito chuva, salpicando a paisagem como tempero diabólico incrementando aquela massa de desgraça que ia de norte a sul como uma praga, varrendo a cidade do mapa numa velocidade incrível, feito um vulcão violento em erupção. Grandes estruturas metálicas móveis cruzavam a paisagem aqui e ali, soltando rojões enormes, raios vermelhos e azuis, tiros violetas e flashes brancos de luz que iluminavam o horizonte como relâmpago. A Avenida FAB era o ponto onde a batalha estava mais crítica, a linha divisória dos campos inimigos. Onde antes, há décadas atrás, os aviões da força aérea brasileira pousavam, agora quem descia eram os robôs dourados da frota de Carmen Parafuso, vinda direta de outra dimensão para enfrentar os subordinados de Alberta Veronese, armados até os dentes.
Eles vinham em multidões, marchando por entre os macacos de metal que surgiam dos cantos remotos do estado, vindos de todas as direções, estes que já eram poucos graças ao poder de fogo das naves e dos robôs da outra dimensão. Não obstante deixavam de ser poderosos, eram máquinas de matar, enquanto dois ou três modelos bípedes do AR53-N4L, ou “Arsenal” como foi apelidado, destruíam um único DK com seus mísseis e seus lasers, um único DK com seus braços de ferro estraçalhava quatro de uma só vez e ainda os incinerava numa pilha de destroços. O modelo 02 do Arsenal, ou “tanque de guerra” com as brocas no lugar das mãos, se movia sobre esteiras e era muito mais resistente. Sofria pouco com os murros dos punhos de titânio dos macacos gigantes, e perfurava o grosso casco prateado dos DK’s com muita facilidade com a ajuda das brocas de diamante. Muitos DK’s haviam caído por terra e jaziam espalhados pelos escombros do que antes fora o centro da cidade, mas muitos Arsenais também se faziam presentes em meio à camada de sucata pisoteada por aqueles que vinham em socorro à frota Apocalíptica, todos controlados por computador, para poupar vidas humanas. Viam-se poucos oficiais nas armaduras de resgate por ali.
Aqueles humanos hipnotizados que tinham a sorte de ter sua situação revertida eram rapidamente socorridos por naves insetos que os abduziam. Elas sobrevoavam o local aos montes, era notável que faziam parte da frota de Saturno Revenge por sua cor prateada. Os robôs besouros que estalavam de Carmen Parafuso tinham a cor dourada e uma enorme verruga verde-esmeralda nas costas, sua única função era esmagar e esmagar. Porém eram frágeis e se desmantelavam muito fácil. Pobres daqueles humanos hipnotizados que não olhavam na direção dos flashes brancos que revertem o encanto de Alberta, padeciam na guerra e seus corpos logo eram consumidos por chamas e destruição.
Esta era apenas uma parte do cenário em que a cidade se encontrava naquele momento. Mais caos se instaurava na zona norte por causa dos DK’s que vinham do interior pelas estradas. Com certeza mais deles haviam sido construídos durante esses três meses de ditadura, porque de longe eram os oitocentos iniciais que foram previstos. Ao fundo, no horizonte negro do anoitecer, com as estrelas ao fundo amaldiçoando, vinha ele, o grande Mapinguari. Monstro de metal, pesadelo das florestas, 15 andares de altura, poder de fogo e resistência infinitos, controlado pelas três generais malignas sedentas de poder e vingança contra aqueles que se denominaram os Apocalípticos, logo atrás do seu exército poderoso de gorilas gigantes metálicos.
- A última frota vem aí, Senhor... – revelou Ray Ann, com o olhar preocupado, admirando a imagem caótica que se formava no novo holograma surgido em frente ao grupo. – e elas estão vindo também...
Saturno subiu na mesa.
- Senhores! É chegada a hora da nossa batalha final! – disse, levantando os braços diante da figura imponente do Mapinguari, que ia clareando aos poucos conforme se aproximava. – Apocalípticos! UNI-VOS!
Todos juntos, pais, filhos e netos ergueram os punhos ao ar e bradaram um urro de leão em uníssono.
- Espera, espera um pouco aí! – Christopher subiu na mesa também, para encarar sua versão mais velha e mais abatida cara a cara. – como vamos derrotar isso?!
Apontou para a tela. Saturno gargalhou.
- Essa coisa é uma máquina mortífera! Um exterminador da vida! Foi criado para destruir, esmagar e queimar com a potência de mil vulcões e furacões! Equivale a vários desastres naturais juntos, e você ri na minha cara?!
Saturno gargalhou de novo.
- Christopher. – fez Saturno, abaixando o queixo para encarar sua versão mais nova nos olhos. E como era estranho proferir seu próprio nome, era como referir-se a si mesmo diante de um espelho que mostrava o passado. – conheça a nossa maior arma! – apontou para a tela, que mudou de panorama repentinamente. O que era quadrado tornou-se triângulo, e de suas três faces brotaram traços, linhas, era o símbolo arcaico dos Apocalípticos, o triângulo de três pernas. Aquele que havia surgido nos sonhos da pequena Kátia antes de tudo aquilo começar! Aquele que estampava os uniformes dos Apocalípticos em homenagem ao sonho da pequena garota, e que por coincidência também era o símbolo dos Apocalípticos da outra dimensão, com quem eles sequer tiveram um único contato antes de tudo aquilo acontecer. Subconsciente coletivo? Universo holográfico? Christopher não sabia, mas aquilo lhe causava arrepios e o preenchia como fogo alçando-o e o elevando, aumentando sua coragem e sua determinação em nível de herói grego. O mesmo sentimento preencheu todos os que ali presenciavam o surgimento dele sobre as suas cabeças.
Em seu centro a imagem escura surgiu, uma sombra. Um vulto negro de chifres.
- Conheça o AR53-N4L/666, o ARSENAL DIABOLO MODE!



Conseguirão os Apocalípticos derrotar o esmagador Mapinguari e dar um fim ao reinado de terror da megera Alberta Veronese?

Confira no Sábado, dia 5 de Março, o desfecho da emocionante trilogia The Big Machine com...

O Último Apocalipse

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