Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

The Big Machine 3 - Apocalipse 18


- Não percam tempo! Atirem! Atirem logo de uma vez!
Desta vez os Apocalípticos não esperaram que o inimigo desse um próximo passo. Aparentemente desacompanhado e desarmado, Edvaldo era um alvo fácil para a saraivada de tiros que veio logo em seguida.
- Parem! Parem! – gritou Maxine em meio ao som cortante das balas e dos lasers. – ele sumiu!
O grupo juntou-se num círculo, de costas um pro outro em posição de defesa. Testas franzidas coroando olhos espertos e nervosos vasculhavam o ambiente molhado ao redor. Aos poucos a chuva parava, mas o sol da manhã não dava sinal de vida ainda. O céu era cinzento e pesado, carregado de nuvens grossas e gordas cada vez mais próximas do chão, pareciam disputar espaço, mal educadas, esfregando-se umas nas outras com grosseria. Ou talvez esta fosse uma má interpretação da aparência mal-humorada que aquele céu tremeluzente passava aos espectadores, talvez as nuvens estivessem unidas com o único propósito de se opor ao sol e não permitir que um raio sequer passe por entre elas, exatamente como os Apocalípticos se encontravam naquele momento, unidos, praticamente colados uns nos outros, esfregando-se a cada passada e a cada movimento de braços e pernas, formando um único ser repleto de cabeças pensantes em alerta com o objetivo de não permitir a entrada de nenhum organismo estranho. Nenhum organismo maligno. Como uma célula, um anticorpo preparado para agressões externas.
- Achavam que ia ser fácil, é? – disse a voz de Edvaldo, debochada, vindo de algum lugar ali próximo. – os dias do Apocalipse Club ridículo de vocês estão contados, idiotas. Alberta já está a caminho a essa altura e sabe que vocês estão vivos graças aos seus amiguinhos que vieram do futuro.
O vulto rodeava o grupo numa velocidade absurda, mantendo-os cada vez mais colados uns aos outros, os coagindo como um lobo coage a um rebanho de vacas prontas para o abate. Um descuido, uma piscadela de olho, e repentinamente Maxine viu-se parada do outro lado da praça de armas, nos braços de Evaldo, colada ao corpo dele com força, sendo mantida cativa por uma chave de pescoço enquanto a arma estava apontada para a sua cabeça. Gritou.
- MAX! – rugiu Fernando.
- Não tentem nenhuma gracinha, ou o miolo dela vai pelos ares! – riu Edvaldo em alto e bom som, sua voz ecoando pelas paredes chamuscadas da Fortaleza pilhada. Aproximou sua boca do ouvido da mulher e com sussurrou baixinho para que somente ela o ouvisse. – larga a arma, gatinha. – Max abriu as mãos e levantou-as, rendida. – isso, boa menina. Agora, nada de gracinhas, ou então você tá morta, tá me ouvindo? – o hálito quente do rapaz lhe arrepiou toda, dos pés à cabeça. Ela assentiu, nervosa. – sim, sim, isso mesmo, boa garota.
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM ELA?! – Fernando entregou Gabrielle com cuidado para os braços de Miguel e fez menção de ir até o outro lado do campo. Haruno e Ray Ann o detiveram. – SOLTA ELA!
- Fica aqui, Fernando! Fica aqui! Ele não tá brincando! Ele tá hipnotizado! – sibilou Ray para o neto, suas unhas compridas beliscando a pele do homem por baixo do uniforme branco borrachudo. – ele não vai hesitar em matar ela!
- Isso mesmo, cara! Pode ficar aí paradinho! – gritou Edvaldo, debochado, para o outro lado do campo. Estava em vantagem, pelo menos por enquanto.
As mãos grossas do rapaz desceram pela barriga da mulher com suavidade e firmeza, rumando cada vez mais para baixo, atingindo níveis cada vez mais inferiores, o uniforme escuro roçando no uniforme negro com leveza e suavidade, até atingir os limites de onde um homem desconhecido pode tocar uma mulher.
- ORA, SEU... – com um movimento rápido e repentino, Maxine pegou Edvaldo de surpresa, saindo do seu estado de redenção total à ele virando-se para atingi-lo em cheio com uma joelhada certeira na virilha, uma cotovelada na nuca e envolve-lo com uma chave de pescoço. O feitiço virou contra o seu feiticeiro. A galera do outro lado da praça de armas vibrou e aplaudiu o feito com entusiasmo – e agora, hein?! “machão”?! Quem é a gatinha aqui?!
- Eu não sei você, mas eu é que não sou! – riu o rapaz, engasgado pelo braço forte de Maxine que apertava seu pescoço com firmeza, deixando-o parcialmente sem ar. Estava a ponto de perder a consciência e desmaiar quando seu braço conseguiu alcançar o botão do cinto que fez cada músculo do seu corpo dobrar de tamanho até que Maxine não pudesse mais contê-lo naquela simples chave de pescoço. Logo seus braços eram muito pequenos e finos demais para estreitar o jovem esguio que dobrara de tamanho e instantaneamente havia se tornado um verdadeiro mastodonte feito de pura massa muscular.
- Gostaram do meu uniforme, moçada?! – debochou Edvaldo, alisando seu tórax repentinamente definido com toda a sensualidade, passando seus dedos grossos pelos bíceps e tríceps artificiais que o envolviam como uma carapaça muscular. Ele agora era um monstro de três metros de altura. – foi especialmente desenvolvido para mim! Olha só que legal! Ele tem a força de cinquenta homens concentrada, um impacto de um soco dessa belezura aqui é o suficiente para deixar uma pedra em pedaços! – enquanto fazia seu discurso, distraía-se com seus recém-adquiridos músculos, alisando-os com orgulho e certo desejo até, esquecendo-se de que estava sendo observado, olhou pelo canto dos olhos para o grupo de Apocalípticos em alerta, com as armas em punho. Voltou-se para eles confiante e postou-se em posição de ataque, um pé na frente e ou outro atrás, com os punhos fechados próximos do rosto. Seus músculos dobraram de tamanho mais uma vez, o uniforme estava sendo estimulado à potência máxima, prestes a estourar. As veias artificiais onde corria o material geneticamente modificado capaz de aumentar a força do usuário do uniforme em até 50 vezes saltavam para fora da pele de borracha, latejando à olho nu, subindo e descendo como vermes rastejando por baixo da borracha.
- CORRAM! CORRAM! – gritou Max antes de ser atirada longe por um singelo pontapé do monstro de borracha. Cada passada de Edvaldo abria um sulco na praça de armas, cada soco dado no chão onde antes alguém perseguido estivera abria valas e rachaduras, forçando a estrutura da fortaleza. Balas não surtiam efeito, lasers não adiantavam nada. Ele era indestrutível e rápido, o que era pior. Haruno quase virou pasta humana por causa de um vacilo: O lugar onde antes ela estivera agora abrigava uma cratera.
- Como vamos derrotá-lo?! – gemeu Fábia, em dupla com Ray, escondida atrás de uma das construções enquanto o monstro musculoso destruía tudo com seus punhos de ferro.
- Temos que acertar o cinturão que ele está usando! – exclamou Ray, achando o X da questão. – é claro! É isso que controla a potência dos músculos falsos! Com o cinturão destruído, os músculos vão murchar! Lembra que ele apertou um botão lá em baixo antes de dobrar de tamanho?!
- Lembro sim! Nossa! Isso é muito lógico! – Fábia levantou-se. – eu vou lá avisar o pessoal!
- Vá com cuidado! Eu vou distraí-lo! – as duas se abraçaram e se dividiram, uma para a esquerda e a outra para a direita.
- EI! EI! OLHA PRA MIM, SEU MONTE DE ESTRUME SEM CÉREBRO! - Ray cruzou o campo totalmente desprotegida, balançando os braços para o alto às gargalhadas. Edvaldo grunhiu feito um neandertal e correu em seu encalço. Enquanto isso, Fábia cruzava o fundo da cena sorrateira.
- O que essas malucas estão fazendo?! Elas vão morrer! – gemeu Max. Havia fraturado a clavícula e uma costela. Seu marido a consolava enquanto os dois se escondiam atrás de um canhão de guerra de séculos atrás.
Desobedecendo ao combinado, Fábia correu até o meio de campo, iria acertar o cinto de Edvaldo ela mesma.
- NÃO! NÃO! VOLTA FÁBIA, VOLTA! – Ray parou no meio do caminho, preocupada com a amiga. Edvaldo freou à força e voltou-se para trás, para encarar Fábia dentro dos olhos e chutá-la como se fosse uma bola para cima de um dos telhados. Ray urrou feito uma leoa e lançou-se sobre o pescoço da personificação maligna do Hulk, procurando sufoca-lo à pulso. Por sorte, os braços de Edvaldo estavam muito grossos para que ele pudesse alcançar sua nuca, de modo que Ray Ann ficou fora de perigo enquanto a criatura ultra-musculosa se debatia embaixo dela. Haruno surgiu de trás de uma das construções correndo em direção à cena de vida ou morte, com a arma em punho.
- ACERTA! ACERTA O CINTO! O CINTO! – gritava Ray, do alto de seu monstro de estimação, como uma vaqueira tentando domar um touro bravo, ela segurava firme e resistia aos repuxões e solavancos da fera musculosa abaixo de seu corpo. Parecia uma macaquinha tentando abater um leão no braço.
O tiro laser foi certeiro, o cinto arrebentou e de imediato, os músculos secaram como um balão furado pelo alfinete de uma costureira.
- Você está bem, menina?! – Alexis escalou a construção para encontrar uma Fábia sentadinha, ofegante.
- Estou sim, obrigada!
- Mas você voou! Foi atirada a metros de distância!
Fábia gargalhou aquela sua velha e costumeira gargalhada gostosa e rasgada, em alto e bom som, levando as mãos aos seios e erguendo-os com orgulho.
- Meus amiguinhos amorteceram a queda, Alexis! – gargalhou outra vez. – relaxa, menina! Enquanto eu tiver B1 e B2 do meu lado, não vou morrer tão cedo!
Alexis riu aliviada e deu de ombros enquanto Fábia imitava Christina Aguilera em Candyman, mostrando o bícep. Amortecedores embutidos não eram pra qualquer um! Essa é a Fábia Seios Fartos que nós conhecemos!
A esta altura, Edvaldo já estava nu e amarrado a uma cadeira, foi deixado para trás no meio da praça de armas enquanto os Apocalípticos partiam para executar o seu plano que salvaria (ou não) a pátria. Era hora de agir.





Fim do Apocalipse Dezoito!

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