Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

sábado, 2 de outubro de 2010

Transtorno de Personalidade Limítrofe (Borderline)


O Transtorno de Personalidade Limítrofe (TPL), também muito conhecido como Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ou Transtorno estado-limite da personalidade é definido como um grave transtorno de personalidade caracterizado por desregulação emocional, raciocínio “8 ou 80” (“branco e preto”, totalmente bom ou totalmente mau) extremo e relações caóticas. Pessoas com personalidade limítrofe podem possuir uma série de sintomas de transtornos psiquiátricos diversos, tais como ataques súbitos de ansiedade, humor instável, tal como grande sentimento de entusiasmo para depois sentir um grande vazio ou dissociação mental, assim como despersonalização. Com tendência a um comportamento briguento, também é acompanhado por impulsividade muitas vezes autodestrutiva, manipulação e chantagem, conduta suicida, bem como sentimentos crônicos de vazio e tédio. A raiva é caracteristicamente a única emoção verdadeira ou a principal emoção central do borderline; muitas vezes, esses indivíduos são vistos como "rebeldes" e “problemáticos”. O limítrofe é frequentemente confundido com depressão ou transtorno afetivo bipolar. O transtorno de personalidade borderline e o transtorno de personalidade antissocial (psicopatia), juntos são considerados os dois mais graves distúrbios de personalidade.
O transtorno borderline é um grave distúrbio que afeta seriamente toda a vida da pessoa acometida causando prejuízos significativos tanto ao indivíduo limítrofe como às pessoas a sua volta. Frequentemente eles precisam estar medicados (antidepressivos, estabilizadores do humor, e outros.) para tentar reduzir as consequências incontroláveis que a doença traz. Além disso, acompanhamento psicológico é primordialmente muito importante.
Os sintomas aparecem durante a adolescência ou nos primeiros anos da fase adulta (em torno dos 20 anos) e persistem geralmente por toda a vida. Essa fase pode ser desafiadora para o paciente, seus familiares e seus terapeutas, mas na maioria das vezes a severidade do transtorno diminui com o tempo. Pelo fato dos sintomas eclodirem principalmente na adolescência, muitas vezes os pais ou familiares acham que é mera rebeldia própria da idade. Contudo, não fazem idéia que estão diante de um ente com um grave distúrbio.
As perturbações sofridas pelos portadores do TPL alcançam negativamente várias facetas psicossociais da vida, como as relações em ambientes escolares, no trabalho, na família. Envolvimento com drogas, tentativas de suicídio e suicídio consumado são possíveis resultados sem os devidos cuidados e terapia. A psicoterapia é indispensável e emergencial.
A maioria dos estudos indica uma infância traumática (diversas formas de abusos, sobretudo sexual e emocional; separação dos pais, ou a soma de ambos e outros fatores) como precursora do TPL, ainda que alguns pesquisadores apontem uma predisposição genética, além de disfunções no metabolismo cerebral.
Estima-se que 2% da população sofram deste transtorno, com mulheres sendo mais diagnosticadas do que homens.
O termo Borderline (Limítrofe) deriva da classificação de Adolph Stern que descreveu, na década de 1930, a condição como uma patologia que permanece no limite entre a neurose e a psicose. Pelo fato de o termo carecer de especificidade, existe um atual debate se esta doença deva ser renomeada.

A característica principal do Transtorno de Personalidade Borderline traduz-se num padrão de comportamento intenso mas extremamente confuso e desorganizado. Aqueles que sofrem do transtorno de Personalidade Borderline são indivíduos que afastam aqueles de quem mais precisam. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que precisam do afeto e da companhia dessas pessoas, são capazes de afastá-las de forma cruel e, muitas vezes, assustadora. São muito exigentes de atenção e são excessivamente manipuladoras, embora nunca o admitam. Borderlines têm profundos traços de masoquismo esadismo e, de forma geral, são como crianças em um corpo de adulto, não tolerando quaisquer limites.
Muito imaturos emocionalmente, são impacientes, não sabem esperar, suas recompensas devem ser sempre imediatas, não toleram frustrações e tendem a colocar a culpa sempre em outros por suas próprias falhas. Isto provavelmente acontece porque borderlines geralmente foram crianças privadas de uma necessidade básica, foram negligenciadas emocionalmente em alguma etapa de sua vida psíquica, o que, por sua vez, ocasionou a impressão de marcas profundas e indeléveis em sua personalidade. Tais marcas podem advir por conta de inúmeros eventos de caráter traumático, como, por exemplo, a separação dos pais, abusos sexuais na infância, violência física e até a perda precoce de um ente querido. Partindo desse pressuposto, podemos dizer que o desenvolvimento emocional do Borderline como que estacionou drasticamente, antes de alcançar a fase do pleno amadurecimento psicológico. Em suma, são pessoas que crescem e envelhecem fisicamente, mas emocionalmente continuam sendo crianças egoístas e, infelizmente, muito problemáticas.
A dor pela falta de amor é intensamente sentida em indivíduos borderlines, o que pode estimular o processo auto e hetero destrutivo. Por isso, muitas vezes o borderline torna-se um indivíduo aparentemente rebelde e com um instinto vingativo contra os maus tratos passados. O borderline também é, essencialmente, insaciável. Em termos de busca de atenção, eles sempre querem mais do que realmente têm. Por mais que as pessoas lhe dêem tal atenção, com frequência eles estão a exigir muito mais do que recebem. Talvez porque quando crianças não tiveram sua necessidade de atenção e afeto suficientemente preenchida. Para o borderline, toda a atenção do mundo não é suficiente. Inclusive, eles tendem a ser "paranóicos", exigentes e desconfiados sempre de que os outros não lhe dão importância, mesmo que isso não seja a realidade. Eles, sem querer, distorcem-na, e acabam por tendenciar tudo para um lado "ruim" e enxergar somente o lado negativo ou das pessoas ou das situações com que se defrontam, acreditando, por exemplo, que as outras pessoas não lhe dão atenção, ou que de repente mudaram de comportamento e por isso são más, merecendo assim, punições e vinganças.
Borderlines costumam ver e achar coisas inexistentes no comportamento de outras pessoas, o que causa sempre reações exageradas e tempestades emocionais. Uma "mudança" quase imperceptível no comportamento de uma pessoa aos olhos de outros, para o borderline é um enorme motivo para se desesperar e acreditar que a pessoa não gosta mais dele. Por isso, o borderline é excessivamente possessivo, acreditando que - após conquistar uma pessoa - a pessoa pertence apenas a ele e a mais ninguém. Ninguém mais merece atenção a não ser ele. Caso contrário, ele perceberá qualquer simples atitude de distração ou enfado do próximo como rejeição, o que o fará dar início a uma série de comportamentos extremos que causam medo e espanto às outras pessoas, que muitas vezes se traduzem em atitudes perigosas tanto para si quanto para os que estão ao seu redor.
Por isso tudo, são frequentemente pessoas facilmente rancorosas, que, em momentos de ira intensa, podem oscilar entre um comportamento explosivo ou friamente vingativo, passando bruscamente do papel de vítimas injustiçadas para o de verdadeiros vilões sanguinários e cruéis que não medem esforços para cometer ações maldosas em busca de vingança. Interiormente, eles acreditam estar corretos em suas atitudes e não entendem por que as outras pessoas os olham com espanto e indignação após tais comportamentos. No fundo, são muito imaturos emocionalmente e – embora não demonstrem – facilmente frágeis.
(...)

O borderline, tipicamente, é intolerante às rejeições sentimentais. Isto quer dizer que qualquer movimento diferente da outra pessoa, percebido pelo borderline, significa que o outro não gosta mais dele, que não lhe quer mais, ou que irá abandoná-lo. Uma simples contrariedade partindo da pessoa por qual o borderline mantém um vínculo afetivo importante, é visto como um sinal de "não", frustração e abandono, mesmo que isto não seja verdade. Inclusive, o borderline costuma "ver coisas" onde, na realidade, não existem.

(...)

Essas pessoas têm dificuldade em avaliar as consequências de seus atos e de aprender com a experiência e, então, por isso erram e repetem o erro, nunca aprendendo. São indivíduos tão exigentes e imprevisíveis que assim tendem a afastar todos aqueles que o cercam. Além disso, são pessoas que não têm necessidade, eles têm urgência. Não sabem adiar e não aguentam esperar.

(...)

Contudo, é sábio que o transtorno tende a ser atenuado conforme a idade, sobretudo próximo dos 40 anos de idade. Talvez pelo fato de que ao passar do tempo, as pessoas ficam menos enérgicas e mais “maduras emocionalmente” que aos 20 anos de idade. Assim como todos os transtornos de personalidade, quase nunca borderlines acreditam sofrer de uma patologia ou que sua conduta e comportamentos são muito problemáticos. Eles tendem a culpar os outros, como causadores de discórdias e outras atitudes típicas de fronteiriços, em geral com argumentos implausíveis, e acreditam que "são normais": o que causam-lhes sofrimento são as outras pessoas.

No Transtorno de Personalidade Borderline, cisão é um erro cognitivo característico. Esse erro é uma defesa primitiva e representa a tendência em completamente idealizar ou completamente desvalorizar outras pessoas, lugares, idéias, ou objetos; o que significa, vê-los como totalmente bons ou totalmente maus.
Segundo alguns teóricos como Otto Kernberg, é um comportamento no ser humano, enquanto criança pequena, dividir o mundo entre "bom" e "mau". A criança não está emocionalmente madura o bastante para saber lidar com as diferenças e imperfeições das outras pessoas/coisas. Em alguma fase do desenvolvimento infantil, o indivíduo aprende a enxergar o meio-termo e a neutralidade existentes nos outros e o comportamento de separação primitivo é superado.
No TPL, por diversas razões, o mecanismo de separação se mantém na idade adulta e cria uma instabilidade emocional que afeta severa e negativamente a vida dos pacientes borderlines. Essa cisão pode resultar problemas como o estupro e envolvimento com drogas pelo mau julgamento ao escolher parceiros e estilos de vida.


[COMENTÁRIOS DO PESQUISADOR: ou seja, uma pessoa que o Borderline mantém em alta estima pode se tornar o vilão da história no momento em que esta pessoa lhe der as costas ou errar para com ela. O mesmo acontece com o inverso. Uma pessoa que o Borderline julgava muito má porque em sua concepção fez algo de errado pode imediatamente se tornar uma melhor amiga em dois tempos se lhe sorrir ou lhe fizer uma boa ação, COMO LHE ACOLHER APÓS UMA DECEPÇÃO AMOROSA.]

Estatísticas sugerem que, com o devido tratamento, portadores de Transtorno de Personalidade Limítrofe tendem a sofrer recessão dos sintomas em algum momento da fase adulta posterior. Dos que procuram ajuda profissional de uma maneira geral, 75% sofrem remissão da maior parte dos sintomas entre os 35 e 40 anos de idade, 15% entre os 40 e 50 anos de idade e os 10% restantes podem não apresentar resultados satisfatórios ou podem cometer suicídio.



(...)



Para ler o artigo completo, acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_personalidade_lim%C3%ADtrofe



-------------------------------------------------------------------------------------------

ALGUÉM ENTENDE O QUE EU ESTOU QUERENDO DIZER?????????????

2 comentários:

  1. caramba, que explicação extraordinária !

    muitoo bom mesmo, sanou todas as minhas dúvidas sobre o que era Trasntorno de Personalidade Limítrofe!

    ResponderExcluir
  2. Olá! Esse foi um dos melhores sites que entrei que me explicaram o TPB! Muito obrigada, eu sofro com esse transtorno a um tempo já, estou a mais de um ano e meio em tratamento, com estabilizadores de humor e antipsicóticos, além de terapia cognitiva comportamental duas vezes por semana. As coisas são bastantes difíceis para mim, sinto que cresci muito desde que comecei o tratamento, mas muitas coisas ainda fogem do meu controle, é difícil eu conseguir passar mais de 6 meses sem uma nova crise. Luto com a automutilação o tempo inteiro e ainda não consegui parar com isso, meus braços estão cheios de cicatrizes, já fui parar duas vezes no hospital precisando levar pontos. E nunca aprendo, não importa o quanto minha psicóloga, meu psiquiatra e as pessoas a minha volta tentam me ajudar, seu sempre acabo piorando de novo. Eu me esforço o quanto eu posso, todos os dias... Mas parece que cada passo exige um esforço sobre humano e quando eu consigo dar esse passo, algo muito forte me puxa para trás de novo, ou melhor, para baixo, para o inferno.

    Mas o jeito é continuar tentando... Já ameaçaram me internar três vezes, imagino que enquanto eu conseguir "viver em sociedade" lutar ainda vale a pena.

    Obrigada pelo post,
    Sah.

    ResponderExcluir

E então? O que achou?