Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Enfim, Chuva!

Parece que São Pedro não esqueceu de Macapá afinal de contas! Talvez vocês não consigam sequer imaginar a emoção de quem fazia a prova de reavaliação de matemática à tardinha quando o professor abriu a porta da sala de aula e o barulho forte e viril da chuva massacrando a cidade milimetricamente invadiu nossos ouvidos! Nos entreolhamos abismados, espantados, surpresos, não sabíamos nem como expressar o que estávamos sentindo naquele momento! Praticamente quatro meses inteiros sem uma chuva que se preze (garoa com mormaço não conta), foram quebrados por um temporal repentino que fechou o sol ardente sobre os prédios e nos abençoou com o vento frio e a água gelada, lavando ruas, calçadas, matagais, avenidas, carros, árvores, cercas, muros, semáforos, casas e prédios. Foi emoção sem tamanho! Fabíola até se arriscou a pegar um pouco de chuva; quando Rayanne e eu descemos ela estava lá em baixo, toda molhada, com seus seios enormes, pulando pra lá e pra cá.

Fabíola é uma menina que não cresceu, e que ainda não tem noção do tamanho da mulher que é, levando sempre na brincadeira quando dizemos que tudo nela é "ão"... Sem comentários não é mesmo? Só conhecendo de perto pra saber quem a Fabíola é. Um amor de pessoa, um tanto explosiva, criativa, imprevisível, mas amável, revoltada e ao mesmo tempo tão calma, rechonchuda e sorridente. Esta é Fabíola.

Pensei então "o clima está perfeito para uma crônica no blog!", mas foram tantas as coisas que invadiram minha mente naqueles 30 minutos em que saí da escola até chegar em casa, que foi difícil organizar as ideias de forma coerente para criar algo assim, espetacular para um dia ameno e delicado como este, que quebrou toda a brutalidade e ferocidade desta cidade. É por isso que eu gosto da chuva, ela acalma as pessoas, deixas o ânimos mais leves, mais passíveis, ela traz consigo milhares de coisas, desde memórias até sorrisos, e sustos também: um rato enorme cruzou o nosso caminho quando chegávamos à esquina da Funasa. Fomos para a Parada de Ônibus de mãos dadas, Fabíola e eu. Como um casal de irmãos. Somos parecidos fisicamente, realmente, a diferença é que ela é menorzinha (claro, quem não é menorzinho perto de mim?).

Temos em comum a parte do "ão", tudo em nós dois é "ão". Pena que a Fabíola não pegou a parte do "tamanhão", em altura quero dizer, mas quanto ao resto, somos iguais. Exceto pelos seios! Não tenho seios fartos não! AOISHDAIOHSDIOHASD. Não resisti em usar a risadinha do msn...


A chuva me trouxe muitas lembranças, e também caiu feito um manto sobre a minha realidade: faltam duas semanas para o Apocalipse Final. Duas semanas que vão definir o meu futuro. Minhas últimas provas, minhas últimas aulas, meus momentos finais com os melhores amigos que já fiz em toda a minha vida. E então meu coração apertou e tudo veio a tona assim, num piscar de olhos marejados: VESTIBULAR, essa palavra que nunca foi capaz de me assustar, até porque sempre fui maior do que ela tanto em tamanho quanto em personalidade e confiança, passou a me assustar no momento em que o ônibus dobrou a esquina da Starbyte. A estrelinha do Outdoor continuava rindo, mas eu estava assustado, assustadíssimo. Repentinamente, tudo jorrou sobre mim. Assim como a chuva que caiu sobre a cidade naquela tarde e deixou tudo tão ameno e frio.

Meu Deus, tarde demais pra pensar agora. Meu mundo está prestes a acabar...

Algumas gotas de chuva entraram pela janela do ônibus sobre a minha cabeça e caíram no meu casaco lilás, deixando alguns pontos arroxeados como ilhas disformes num mar estranho sobre a minha mochila. O vento úmido açoitou meu cabelo. Pessoas estranhas subiram. E eu ainda perdido dentro de mim. Perdido em rios poderosos que corriam por entre mim...

Tarde demais para acordar Antonio Fernandes, Louie já havia deixado ir longe demais. Longe demais. Estou realmente preparado para o que está vindo? Estou realmente pronto para o que vai me acontecer? Pronto para esse futuro incerto?

E sabe do que mais? No momento em que outro ônibus, que não o Buritizal - São Camilo, deixou seu terminal no sul do estado do Amapá e cruzou noite afora estrada adentro, iluminado pela luz do luar e comtemplado pelas árvores disformes da floresta, no exato momento em que aquele estranho rapaz olhou para o céu e depois para o chão, e percebeu que parte do cerrado estava em chamas, num belo e trágico Apocalipse frequente na região, ele percebeu. Percebeu que estava voltando para o seu lar apenas por um motivo: para enfrentar sua última batalha como adolescente, seu mundo estava acabando, e aquele fogo no solo ressecado era o último dos sinais: a etapa final começara...

Antonio Fernandes morrerá para que Louie Mimieux assuma definitivamente?

I was so close to the edge I was falling down
You come and turn it around
And let me see again, let me see you again
Caught in the eye of the storm I was sure I'd drown
But you made me reach deep down
Assured of the strength I'd found, the strength I'd found yeah

Mighty rivers run right through me
I fall in if I dive in too deep
In the shadows swim with daydreams
As far away as they can take me, oh

There was the time I would go with the rolling tide
I wanted an easy ride
I thought it was all a game
The thunder struck and it changed
And then I was scared, I was scared I was terrified
But you made me reach inside
As certain that I'd survive, I'd survive

But all night i'm lying awake
It feels like my body's afraid to say
Too much to put into words
A dam about to burst, ohh-oh

Mighty rivers run right through me
I fall in if I dive in too deep
In the shadows swim with daydreams
As far away as they can take me, oh

Only you understand me
Want the truth not the fantasy
I'm as true as I can be
Hear me now

Mighty rivers run right through me
I fall in if I dive in too deep
In the shadows swim with daydreams
As far away as they can take me, oh
As far away as they can take me, oh

Mighty rivers run right through me
I fall in if I dive in too deep
In the shadows swim with daydreams
As far away as they can take me, oh

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