Como prometido, fiz um esforcinho básico e resolvi postar alguma coisinha por aqui em homenagem ao Dia das Bruxas... (dia do Segundo Turno Eleitoral também, a bruxa está solta, literalmente). Mas dessa vez, infelizmente, não vou contar nenhuma lenda aterrorizante e nem postar um capítulo do meu livro (como fiz no ano passado), dessa vez vou falar sobre cinco bruxas em especial, as avós intelectuais de Afonsa e suas primas, as primeiras bruxas que eu criei, muito antes de As Dellabóboras...
Nossa história começa oficialmente no meu terceiro período, quando criei uma personagem para um dos "trabalhinhos" de arte: A Menina Cor de Vento. É claro que vento não tem cor, LOGICAMENTE, mas no momento eu era apenas uma criança de seis anos com muita imaginação e que precisava fazer alguma coisa com todas aquelas histórias que surgiam na sua cabeça antes que explodisse. A solução foi o de sempre: as últimas páginas do caderno de Matemática (desde esse tempo...).
Não me lembro muito bem contra o que aquela heroína lutava nem dos seus poderes, lembro malmente do seu uniforme que era um misto da roupa da Angewomon de Digimon Adventure com as roupas da Sakura Card Captors. Lembro-me também de ela possuir um amigo que o ajudava nas horas vagas, como um companheiro de batalha. Infelizmente meus cadernos desses tempos remotos se perderam - 12 anos não é brincadeira! - e o que eu tenho na memória é muito pouco para contar, então pulemos a primeira e a segunda série para chegar exatamente na terceira, quando conheci minhas quatro melhores amigas:
Beatriz, Naiara, Carolina e Bianca.
Juntos colecionávamos a revista "Wítch" que fazia o maior sucesso naquela época, então pensamos um bocado, porque éramos cinco e as protagonistas das histórias em quadrinhos também eram cinco, cada um de nós possuía o signo do zodíaco de um elemento distinto, exatamente como as guardiãs da HQ, e então chegamos a uma conclusão: NÓS ÉRAMOS OS GUARDIÕES DO NOSSO MUNDO.
Começava aí então uma saga que transcorreria e sobreviveria a anos, escolas, separações, brigas e todo o tipo de adversidades que vocês podem imaginar! Sempre relatando o ocorrido do dia nas últimas folhas do meu caderno, composto de desenhos e algumas narrativas curtas, minha imaginação nos fazia voar. Transformavamos professores e inspetores escolares durões e até coleguinhas de classe intragáveis em criaturas do outro mundo, fenômenos meteorológicos e catástrofes mundiais em apocalipses causados por eles, vultos, sombras noturnas e acontecimentos inexplicáveis presenciados por nós em seres malignos tentando invadir o nosso mundo e muitas outras viagens loucas da nossa imaginação (da minha em particular. tudo o que eu falava deixava as outras crianças assustadas e elas acreditavam piamente que o que eu falava era verdade, tanto que até uma mãe evangélica uma vez me chamou atenção, foi hilário).
Juntos, nos éramos As Wítcharmeds (mistura das palavras "bruxa" e "encantamento" em inglês, Charmed também era um seriado que eu via toda quinta-feira na Sony, nos tempos em que eu ainda possuía TV à cabo em casa, contava a história das três irmãs Halliwell e seus dilemas como feiticeiras, mais uma inspiração), protegendo o nosso universo! Nosso colégio, a Escola Visconde de Mauá (ou o SESI) era sempre o centro das confusões, onde todas as histórias começavam e terminavam, porque fora construída exatamente sobre um portal fechado por nossas mães (as ex-Wítcharmeds) há 25 anos atrás quando elas eram apenas adolescentes. É claro, haviam outros portais espalhados pela nossa cidade, porém a escola era um portal GIGANTESCO, ela toda era como se fosse a porta principal para o "outro mundo". Os outros portais davam passagem para apenas um indíviduo atravessar, de lá pra cá, ou daqui para lá, fechando logo em seguida e nunca mais tornando a abrir, mas a escola não, o portal ali oculto daria passe livre para qualquer coisa entrar e sair na hora em que bem entedesse! Se fosse aberto novamente, o mundo cairia em desgraça eterna, e como nós éramos estudantes ali (e feiticeiros em treinamento), nosso dever era impedir que a Porta Principal fosse aberta de novo.
Sabendo disso, criaturas do outro mundo presas no nosso frequentemente se candidatavam para o cargo de professores, funcionários ou zeladores, e se admitidos, faziam de tudo para abrir a Porta Principal e liberar seu senhor, o Mestre das Sombras e o exército de Shadows, ou Espectros
Mas do que se tratava esse outro mundo?
Uma explicação primordial essa: nosso mundo faz parte de uma tríplice de três esferas astrais que estão em conexão, possuem pontes entre si, formando um triângulo enorme no espaço. É claro, simbolicamente, porque os outros dois mundos estão em universos diferentes. Porém, posicionados da maneira certa, eles formavam uma estrela que os Celtas chamavam de "Triskle", o que dava passe livre para que o encantamento certo fosse usado e as portas dos três mundos fossem abertas, "desbloqueando" as pontes astrais e permitindo a passagem livre de qualquer um que quisesse ir e vir entre eles. Isso acontecia a cada 25 anos, porém a passagem entre eles poderia ser forçada por magia graças a um experimento de Merlin que criou portais espalhados pelo nosso mundo, que só poderiam ser usados uma única vez. Estes portais também poderiam ser acessados pelo lado de lá.
Os outros dois mundos são:
O Vácuo.
Um espaço negro e obscuro onde antes havia um mundo que foi destruído pela guerra entre as raças que ali viviam. Agora é apenas um lugar de desordem e caos, onde todas as feras e os seres sem forma habitam. Os seres sem forma, conhecidos como "Shadows" ou "Espectros" podem atravessar do Vácuo para cá pelos portais menores criados por Merlin, mas JAMAIS podem voltar. Porém, esta passagem está sujeita a causar grande desordem e desgraça aqui na nossa dimensão, como grandes tempestades elétricas, ventanias poderosas e tonalização vermelha no céu. Isto também causa interferência nas linhas de rádio, de telefonia celular, na transmissão televisiva, na energia elétrica e na distribuição de água. Em resumo, quando um Espectro vem para o nosso mundo, a cidade literalmente para. Isto acontece porque algo que não devia estar aqui veio para esse mundo, onde não há lugar para ele, onde ele não existe. O Mestre das Sombras costumava mandar os Espectros através dos portais usando de magia negra para fazer a passagem, mas só depois que todos os seus servos residentes aqui foram derrotados. (coitadinhos dos nossos professores malvados!)
Os Espectros:
Os Espectros não tinha forma, eram apenas falhas espirituais que ao absorver a energia vital de um animal, de um vegetal ou até mesmo de um humano poderia tornar-se aquilo ou sofrer uma metamorfose para subir ao nível de Besta, ou monstro gigante. Tudo isso retirado da minha imaginação, aos nove anos, quando ficava assustado com tempestades e trovoadas!
A Luz (O Mundo das Bruxas ou o Lar das Feiticeiras).
Ali vivem todos os seres mágicos que antes viviam no nosso mundo, fugiram para lá depois da revolução industrial que destruiu seu habitat natural. Aquele mundo repleto de florestas, ilhas flutuantes, motanhas voadoras e criaturas colossais, porém dóceis (querem uma comparação? o planeta Pandora do filme Avatar lembra muito o meu Mundo das Bruxas criado em 2002). Aquele mundo de paz e tranquilidade é governado por uma dinastia de Reis-Magos que levam nomes de notas musicais e timbres de voz. Nossa principal aliada daquele lado era a Princesa Do-ré-mi, filha da Rainha Sol, que frequentemente nos enviava ajuda e nos dava as informações necessárias que precisávamos para derrotar os inimigos através dos sonhos, ou "viagem astral", a única maneira pela qual poderíamos acessar a Luz.
Éramos seres mágicos por excelência: havíamos nascido com poderes especiais que poderiam ser ativados por uma ametista encantada chamada "O Coração da Amizade", que nos mantinha unidos e nos dava os "uniformes de batalha", inspirados, é claro, no mesmo uniforme das bruxinhas Wítch da HQ, especialmente feitos para nós, para nos dar confiança para lutar contra o Mestre das Sombras e seus aliados: ele podia mandar apenas seus aliados pelos portais menores, mas ele em si não poderia passar do Vácuo para cá, pois sua maldade era tão grande que causava alterações no tempo e no espaço, grande demais para se espremer pelos portais pequenos, por isso ele necessitava da abertura do portal principal na piscina do colégio (nos últimos episódios foi descoberta a localização específica da Porta Principal). Após a última batalha que aconteceu no Obelisco do Marco-Zero, o último portal descoberto e a última chance de atravessar o Mestre das Sombras para cá, a verdade sobre a Princesa Do-ré-mi foi descoberta: ela própria era o inimigo, conseguiu atravessar para cá, mas foi derrotada, e sua derrota custou a memória de Bianca, Carolina, Naiara, Beatriz e Antonio, os guardiões da Água, do Fogo, da Terra, do Ar e de Akasha (a energia maciça em si, ou a eletromagia de As Dellabóboras, ou o Pó de Philip Pullman).
A vida parecia ter voltado ao normal quando em 2003 um troll veio pedir ajuda, vindo diretamente do Mundo das Bruxas, afirmando que Princesa Do-ré-mi fora destruída, mas seu principal general, Mr. Saurus (que já havia sido derrotado e mandado de volta para o Vácuo no ano anterior), havia instaurado estado de sítio em todo o Mundo das Bruxas, estabelecendo uma ditadura violenta e autoritária governada por monstros meio humanos, meio lagartos, governando do pólo norte ao pólo sul sem um pingo de compaixão ou piedade, escravizando as criaturas mágicas de todos os continentes da Luz. Segundo o troll, aquele mundo sempre fora assim, desde que a mimada Princesa Do-ré-mi subiu ao trono após aprisionar sua mãe Sol na Torre do Crepúsculo, e que após sua derrota foi imaginado que as coisas voltariam ao normal, mas não voltaram: Mr. Saurus saiu do Vácuo e assumiu a coroa da noite para o dia!
Foi um pouco difícil acreditar naquela história, é claro, mas quando a ametista encantada voltou a brilhar, toda a memória das crianças foi recuperada, e elas tinham de encontrar uma maneira de ir para o Mundo das Bruxas fisicamente, e não só espiritualmente, como era de costume. Com a ajuda da Grande Anciã, recentemente descoberta como sendo a bisavó de Antonio, um novo encantamento foi descoberto e agora as crianças poderiam acessar o Mundo das Bruxas através de uma poça d'água no quintal da casa do garoto. Porém, esse portal levava direto para o subterrâneo do outro mundo, onde um Tiranossauro muito malvado governava. Foi descoberto após a batalha que aquele era o submundo de uma ilha minúscula chamada Margalo, onde Mr. Seagull (um homem com cabeça de gaivota) governava. Após a derrocada do senhor dos pássaros, as crianças Witcharmeds seguiram viagem Mundo das Bruxas afora, desbravando ilhas, continentes, geleiras e terras distantes, derrotando os generais de Mr. Saurus e vivendo grandes aventuras.
Após praticamente um ano e meio neste mundo estranho, as crianças voltam para casa, descobrindo que não se passara sequer um dia inteiro! Mas uma tragédia havia acontecido: a bisavó de Antonio havia morrido, e as crianças Wítcharmeds ficam sob a ameaça de uma separação, até que são transportadas em sonho para uma congregação onde todos os Grandes Anciãos contam-lhes a história do Coração da Amizade: a bisavó de Antonio fazia parte agora da corte dos Anciãos, e ele poderia seguir tranquilo sabendo que ela estava bem.
Sempre zeladas pelos espíritos dos seus antepassados, as crianças lutam agora no nosso mundo, e derrotam o malvado Mr. Saurus libertando a Rainha Sol, porém o final do ano chegara, e o Ensino Fundamental I também, era hora de seguir sua vida e esquecer para sempre das aventuras das Wítcharmeds... Ou não!
Em 2004 nos reencontramos no Centro de Ensino Atual e... OPS, as Wítcharmeds se reencontram no Centro de Ensino Atual! Por ironia ou graça do destino, quatro das crianças estão juntas outra vez: Antonio, Beatriz, Naiara e Bianca... Era hora de escolher uma nova guardiã do fogo!
Continua...
Parabéns pelo Blog!!!Acabei encontrando ao acaso e gostei muito de tudo o que vi!
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