Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

sábado, 31 de outubro de 2009

The Fatcat House Halloween's Special

Ai, gente, é Halloween e eu não vou deixar vocês na mão, sem um especial muito especialíssimo de Dia das Bruxas. E nada mais óbvio do que comemorar este dia com bruxas, minhas bruxas favoritas! Com vocês, o primeiro capítulo do primeiro volume de As Dellabóboras!

Capítulo 1.
“Bem-vinda à Mansão Dellabóbora”.


Foi quando Afonsa, de onze anos de idade acompanhada de sua hamster de estimação, que está ao seu lado desde que era bem bebê, se viu parada na frente daquele lugar aterrorizante - o qual só via em filmes de terror – foi que ela se tocou: uma nova vida começava agora, sem os pais, Afonsa agora é uma menina sozinha. Alguém sabe-se lá de onde, telefonou para o vizinho, pedindo para que enviasse a menina Afonsa para a Vila de Mônica com urgência. Hoje está fazendo três anos que seus pais morreram e que ela mora de favor na casa do vizinho. A Vila de Mônica fica à beira do mar, mas os limites da cidade parecem de um agreste – como se lá fosse sempre outono, num agreste gelado – a garota nunca mais tinha ouvido falar da família desde que se mudou para Johnson’s Village. Ela se lembra bem pouquinho de algumas pessoas com as quais conviveu aos quatro anos de idade, mas memória não é o seu forte. Os portões do grande terreno se abrem, no alto do morro há uma grande casa, uma casa tão alta que some nas nuvens,
Afonsa sobe o morro lentamente, observando os corvos e o campo de abóboras que sumia de vista, chegando aos degraus de entrada, ela os sobe e toca a campainha, logo alguém vem atendê-la, uma garota alta, de longos cabelos negros e lisos cintilantes.
- Prima! Há quanto tempo não nos vemos?! – a garota parece muito alegre.
- Mas, Eu, não... – antes que Afonsa pudesse terminar a frase outra garota surge, de marias-chiquinhas e de macacão segurando um coelho que tinha as pernas e os braços feitos de mola.
- Quem é essa, Cordélia? – disse outra garota de cabelos curtos que surgiu das sombras como um fantasma.
- Meu nome é Afonsa Dellabóbora, o vizinho me trouxe até aqui por causa de um telefonema que requisitava minha presença nesta mansão, só vim para saber o porquê, o vizinho está me esperando lá embaixo do morro.
- Então pra que essa mala? – perguntou Cordélia.
- Cala a boca Cordélia! A menina quer ir embora! – disse a garota das sombras
- Kerbina! Não seja grosseira com a sua prima! Vocês eram muito, muito amigas quando eram mais novas!
A garota que havia permanecido calada durante todo esse tempo chegou perto e perguntou:
- Você é a prima Afonsa?
- Sim, eu acredito... – afirmou Afonsa.
A menina estendeu a foto para Afonsa, era uma foto de quatro meninas bem pequenininhas, uma delas era Afonsa aos quatro anos.
- Onde você conseguiu essa foto? – perguntou Afonsa assustada.
- Bom, antes de tudo eu me chamo Karina, e essa foto, eu tenho desde que me entendo por gente, sabe...
- Ora! Então faz pouco tempo! – disse a garota sombria largando-se em uma poltrona.
- Kerbina, por favor! A garota acaba de chegar e você já vai implicar com a pobre!? – disse Cordélia muito irritada – Bom, Afonsa, eu me chamo Cordélia, sou sua prima mais velha, essa de macacão com o laço vermelho se chama Karina, mas gosta de ser chamada de Karin, essa tenebrosa antipática que parece a Mortícia da Família Adams é a Kerbina...
- Mortícia é a sua mãe!
- Eu não irei responder pra você Kerbina, eu sou a tutora de vocês e não posso dar maus exemplos, são apenas crianças!
Karina deu um pulo:
- Eu já tenho 12! Eu já tenho 12!
- Ei! Eu vou morar aqui? Ninguém me falou nada!
- Bom, vamos esclarecer algumas coisas pequena Afonsa – disse Cordélia – hoje faz três anos que seus pais morreram correto?
- Sim.
- A família só ficou sabendo da morte da sua mãe e do seu pai ontem, e madame Giselda exigiu que eu telefonasse para o lugar em que você estivesse e pedisse que mandassem você para a Vila de Mônica.
- Mas é exatamente isso que eu não entendo! Porque me chamaram? Porque eu tenho que morar aqui?
- Querida, você é descendente de uma linhagem gigantesca de bruxas que cultivavam e cultuavam a abóbora, nunca suspeitou desse nome?
- Bom, talvez... Esse negócio de bruxa explica a casa – disse Afonsa fazendo pouco, não estava acreditando em nada que ela dizia.
- Pois é. Esta é a casa da família, que foi construída por Briselda, a matriarca que morreu misteriosamente. A mansão estava abandonada há muito tempo, e a nossa família havia caído na rotina dos mortais, então, para perpetuar a tradição mais uma vez, nos mandaram pra cá há oito anos, e crescemos aqui, só nós três.
- Não se esqueça da Srta. Patapaposa – disse Karin – ela está de viagem faz uns três anos, e deixou todos os planos de aula e o trabalho de tutora nas mãos de Cordélia.
- Quer dizer que eu vou ter que morar nesta casa com vocês? Até eu fazer 18 anos? – Afonsa ainda não entendia direito essa história.
- Não sei – afirmou Cordélia – você pode ficar aqui o tempo que quiser, afinal, a casa pertence à família, é um pouco sua também – ela deu um sorrisinho besta.
- Mas, essa parte de bruxa, é verdade mesmo? – perguntou Afonsa incrédula.
- Meninas, vamos mostrar para a Afonsa!
Karina puxou a varinha, Kerbina fez uma cara de limão azedo e puxou a dela também, logo todas tinham suas varinhas em mãos, Cordélia deus as ordens:
- Vamos meninas, como no ensaio! – Cordélia sacudiu sua varinha e jatos espirais cintilantes saíram da ponta, ela levantou o sofá em que Afonsa estava sentada, apenas sacudindo sua varinha como se comandasse uma orquestra. Os móveis da casa que pareciam ter saído de um filme de terror de época, enfeitados com morcegos e estofados de veludo vermelho começaram a erguer-se no ar também. O grande globo terrestre que estava no centro da sala começou a girar sozinho cada vez mais rápido, uma ventania tomou conta do grande salão de entrada. O planetário que fica pendurado no teto majestosamente, como se fosse real, começou a se mexer sozinho também como se estivesse orbitando em torno do lustre em forma de sol, de pouco em pouco cada um dos enfeites e dos adornos da sala estavam flutuando em sincronia.
Cordélia tinha o mesmo sorriso besta na cara balançando a varinha pra lá e pra cá, as janelas abriam e fechavam, Afonsa estava maravilhada com tudo aquilo, seus olhos brilhavam enquanto Jojo, corria pra lá e pra cá em cima do sofá, Kerbina parecia entediada, enquanto Karina flutuava no ar dentro de um guarda-chuva, vários ratos tentavam fugir lá embaixo, mas acabavam carregados. Sapos coaxavam em cima de livros, que passavam voando, era como uma grande orquestra mágica. Estaria Afonsa sonhando? Cordélia olhou feio para Kerbina, e apontou a varinha na direção dela, a poltrona em que ela estava sentada saiu voando como um passarinho, literalmente, deixando-a muito irritada. Então Cordélia estalou os dedos e cada uma das coisas voltou para o seu devido lugar bem rápido. Os ratos caíram no chão e ficaram correndo em círculos, como criancinhas procurando um lugar pra se esconder, todos entraram numa toca próxima até que um gordinho ficou entalado e uma catita deu um chutão no traseiro dele, fazendo-o entrar com tudo, logo ela correu pra dentro da toca.[...]

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