Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Boicote

Todos nós crescemos ouvindo a mesma ladainha: "seja quem você é, não importa o que os outros pensem, seja você mesmo". Comigo não foi diferente. Isso foi o que eu mais ouvi dos meus pais durante toda a minha vida, eles que sempre entenderam o que estava se passando comigo desde os primeiros sinais. Mas e quando chega o momento em que eles te orientam a fazer o contrário daquilo que eles incentivaram?

Pois bem, cá estamos nós, às vesperas do lançamento do meu primeiro livro, escrito por um Antonio de apenas 14 anos, que não queria muita coisa da vida se não perder-se em meio à fantasia para fugir da realidade... Hoje à tarde tivemos uma conversa a respeito disso, a respeito do meu comportamento para com isso, a respeito de mim, sendo mais direto. Papai está preocupado em como a sociedade irá me enxergar depois dessa grande Première, e por isso me orientou a ser o mais sóbrio e discreto possível nas minhas roupas, na minha vestimenta e no meu comportamento, para que as pessoas me levem a sério. Sendo assim, nada de extravagância como coroas ou luvas de couro cheias de tachões e strass. Nada de ser eu mesmo. Nada de ser quem eu sou. Eu tenho que parecer sério.

"O que tu achas que vão pensar de ti ao te verem chegando na festa usando uma coroa?"

Na minha cabeça: "que eu sou uma pessoa divertida? engraçada?"

"Que o filho do Pantoja tá querendo chamar atenção, oras! Não vão te levar à sério desse jeito!" ele disse. E mamãe assinou embaixo.

Então é assim, é ir pelo que os outros podem pensar, pelo que eles vão achar. Pela minha aparência... É aquilo que eu mesmo disse ao Paulo Ronaldo na entrevista via e-mail: "as pessoas, elas estão mais preocupadas com o que eu estou vestindo do que com o meu talento, elas me julgam mais pela aparência do que pela minha capacidade".

Bom, que assim seja! Irei me descaracterizar totalmente para posar de escritor, já que é isso que a sociedade exige de mim, já que é isso que os meus pais querem.

Espero que esse controle sobre o meu agir e o meu pensar não dure muito tempo, espero mesmo. Espero que meu livro faça muito sucesso, e que eu arranje contrato para o restante da saga inteira, para que eu possa publicar no mínimo um livro por ano, para que eu possa andar com as minhas próprias pernas e faça aquilo que tenho vontade de fazer. Agradeço aos meus pais pela preocupação que eles tem comigo, sério mesmo, há muitos pais por aí que nem se importam, pra falar a verdade, mas meu pai, bom, ele se preocupa com o que podem dizer, com o que as pessoas podem fazer, como elas são capazes de me magoar.

Isso me lembra o episódio "Prom Queen" de Glee, onde o Kurt Hummel encasqueta com a ideia de ir ao baile usando uma coisa meio-saia-meio-calça, e todos são contra ele usar isto por causa do que os outros podem fazer, dizer ou pensar, e o pai dele explica que não pretende proibi-lo de ser ele mesmo, mas sim protegê-lo (bom, por um lado todos estavam um pouco certos, porque aquilo que ele estava usando era de um mal gosto do caramba)... Mas o Kurt, bem, ele foi assim mesmo ao baile, e fez o maior sucesso! Ganhou até o título de Rainha do Baile, ora vejam só... É a vida imitando a arte (ou a arte imitando a vida). Enfim, fui BOICOTADO, agora deem uma olhadinha nos modelitos cotados para esta grande noite:



(modelito inspirado em Alison Goldfrapp na era Seventh Tree. Abaixo, o original)







É, vai ver meu destino é
aquele que eu mais temia:


ser apenas mais um, moldado
pela sociedade

Louie
Mimieux

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