Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Expectativas




Okay, o ano está acabando e está chegando a hora das considerações finais!


Caros leitores, não tenho palavras para expressar a ternura e a emoção que sinto quando recebo um comentário em qualquer uma das postagens (geralmente recebo uma a cada 2 ou 3 meses, risos), e esse ano foi muito importante para mim e para o blog: graças a publicação do livro, The Fatcat House recebeu muitas visitas e ganhou novos leitores, novos admiradores, novos amigos que estão sempre de olho esperando por novidades nestas páginas tão cheias de conteúdo mas tão solitárias. As visitas triplicaram e hoje estou perto de atingir as 30.000 ao longo desses quase três anos de blog. Eu sei que comparado a certos blogs de histórias e crônicas que estão por aí na rede isso é muito pouco, mas pra mim, nossa, significa bastante (embora eu saiba que mais de 70% dessas visitas advém de pessoas procurando coisas no Google Imagens), e já serve de gás pra inflar o meu ego de artista.


Sei que não sou o melhor escritor do mundo, e como desenhista então sou uma lástima, para os mais exigentes talvez meu trabalho seja rústico, rebuscado e infantil, algo que precise ser trabalhado ainda. Mas para mim está perfeito como está, e daqui há mais 10 ou 20 anos estará mais perfeito ainda, porque estou evoluindo no meu próprio ritmo a cada dia. Sim, isso é autoconfiança de autor mesmo, admito, mas se eu não achar meu trabalho bom, quem vai achar?! Meu público se limita a pouco menos de uma centena de pessoas que abriu seu coração sem compromisso algum para apenas curtir, viajar e se deliciar com as aventuras de Afonsa e suas primas no livro, do Apocalipse Club aqui no blog e de uma família inteira de personagens que povoa o meu imaginário e as páginas de The Fatcat House. Essas pessoas são muito especiais para mim, qualquer um que se disponha a ler um pouco das minhas histórias está se dispondo a ler um pouco de mim, a me conhecer melhor, pois cada uma dessas histórias tem um pouco de mim, um pouco da minha vida.


Não acredito realmente que meu público um dia vá crescer para se tornar algo a nível dos fãs de Rowling ou Meyer, admito que isso um dia já foi meu grande sonho: ser um escritor famoso, reconhecido mundialmente com uma horda de fãs loucos e fanáticos pelos personagens, pelas histórias, sonhava em ver spin-offs vazados e capítulos nunca antes lidos por ninguém caindo na net só pro deleite dos fãs mais assíduos... Mas hoje, hoje penso completamente diferente. Posso dizer com todas as letras e muito seguro de mim que cresci, e estou muito mais pé no chão do que comecei este ano de 2011, talvez todos os tijolos que deus jogou na minha cabeça serviram para controlar esse meu ímpeto louco de criar expectativas em cima das coisas o tempo inteiro, de ficar me iludindo achando que tudo vem de uma hora pra outra na vida da gente, como vemos nos filmes e na TV e nos livros.


Hoje já tenho uma boa noção de que sou mais um entre um milhão de escritores anônimos que estão espalhados por aí na internet, mais um entre vários autores que se auto-publicam e aos poucos vão ganhando um pequenino, apertado espaço em um mundo de poucos leitores e gigantes da literatura. Hoje, sinceramente, não acredito que meu público limitado vá crescer muito, passar de duas centenas ou três centenas, tenho noção de que posso passar a vida inteira no setor "underground" do mundo literário ao lado de outros milhares de companheiros, e não espero muito mais que isso, talvez espere até menos. Mas isso não me desanima, não me intimida, eu gosto de saber que meu público é seleto, é escolhido, é feito de pessoas especiais com algo especial que as fez abrir seu coração para o meu trabalho, para as minhas histórias, para deixar que eu e meus personagens queridos, meus filhos adorados, entremos em suas vidas. Não escrevo para me aparecer, e sim porque gosto, e é a única coisa que faço razoavelmente bem.


2011 foi um ano intenso e doloroso pra minha vida pessoal, financeira e profissional, passei e ainda estou passando por uma fase difícil (que está até amena pra falar a verdade), mas com a ajuda de família e amigos estou passando por isso muito bem. Tudo o que me aconteceu acabou me ensinando uma grande lição: não criar expectativas em cima de nada, absolutamente nada, não esperar nada da vida nem de ninguém, pelo simples fato de a vida não ter nada a oferecer se não experiência nela própria.


Não espere nada, não anseie por resultados positivos em provas, propostas de emprego, relacionamentos, projetos, investimentos, simplesmente não espere. Não anseie. Esperar, ansiar e acreditar cegamente em idealizações feitas por você são o caminho perfeito para a decepção total.


Afinal de contas, foi assim mesmo que me formei no Ensino Médio, sequer estudei pro vestibular e hoje estou na Federal. Parece um absurdo, mas é a mais pura verdade. Nunca mexi um dedo pra me esforçar na escola, sempre odiei cadernos e assuntos desinteressantes que nunca irei usar na vida. Nunca esperei passar em todas as matérias no final do ano, nunca ansiei por entrar na Federal quando prestei o ENEM em 2010, não esperava nada. Nem resultados positivos nem negativos, fazia por fazer, porque era uma convenção. E olhem para mim agora.


O segredo para viver bem e sem frustrações é exatamente esse.


Não espere.


Não anseie.


Não crie expectativas.


Apenas deixe acontecer.


E tenha uma boa passagem de ano (não vou desejar Feliz Ano Novo porque isso é uma bosta, é claro que você não vai ser feliz, pelo menos não a longo prazo!).


Que venha 2012, e que por favor, a porra do mundo acabe logo de uma vez.








Antonio Fernandes

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