O vento era carregado do cheiro do ferro, o calor era insuportável, o suor já umedecia as testas dentro do forno que era aquele moinho de vento voador. Os ratos chiavam nervosos entre a sucata de aparelhos antigos eletrodomésticos e carcaças de computadores deixados para trás. Havia alguns móveis por ali, e também roupas dentro de um velho armário sem uma das portas. A palha voava, e a madeira do primeiro piso estava queimada no exato lugar em que eles surgiram vindos do passado. Christopher tinha uma sensação estranha, um embrulho horrendo no estômago, como se tivesse arregaçado a ordem das coisas na terra, como se tivesse transcendido seus limites seriamente e desobedecido perigosamente a ordem fatal das leis da natureza.
Era uma estranha sensação de não fazer parte, uma sensação molecular de se sentir deslocado, uma sensação pesada e pegajosa de estar fora do padrão natural das coisas. Não era como estar num ambiente chique estando malvestido, era como estar respirando embaixo d’água ou sobrevivendo ao fogo. No começo há certo desespero, mas depois aquilo passa, somente com o tempo.
- O Cisto do Mundo... O Vírus Maldito... A Imperatriz Escura... A Opressão Sinistra...
Pietro e Chris voltaram-se para o homem. Ele olhava fixo para o horizonte, sério e deprimido, com um olhar cansado e sofrido.
- Este são apenas alguns nomes para The Big Machine...
Christopher voltou a observar a torre sombria, que se erguia contra o céu ameaçadora, quase como se quisesse atacá-lo e perfurá-lo, era algo violento, algo anti-natural, realmente, a sensação que se tinha ao olhar para ela era a mesma sensação que Christopher tinha ao olhar para si mesmo naquele estranho lugar, que de certo modo lhe lembrava muito o vídeo do Gorillaz, Feel Good Inc. Sensação de deslocamento, como se a torre estivesse agredindo o planeta, a ordem natural.
- Quem a construiu? – questionou Pietro um pouco perturbado e enjoado – porque a Carmen que não foi. Ela não sabia nem calçar o sapato direito!
Pietro do Futuro fechou os olhos e riu, uma risada profunda e triste.
- Você é exatamente como eu me lembrava... Bons tempos... Tempos de paz...
- Ei, espera aí... Se o presente e o futuro foram alterados... – Chris agachou-se e pôs-se a analisar os restos de um aparelho celular que na época era considerado de última geração. Já nem tinha mais utilidade nenhuma – as pessoas, tanto do Presente (que no caso é Passado pra vocês) quanto no Futuro não deviam se lembrar do que aconteceu, ou conhecer outra realidade além dessa – ele esticou o aparelho para Pietro, que o pegou.
- Ele tem razão... – disse Pietro colocando a bateria de volta no Blackberry. Ele ligou.
- Acontece que, por algum motivo, fomos protegidos – começou Pietro do Futuro abrindo os olhos e colocando os estranhos óculos que lembravam muito os óculos do X-men Ciclope – eu, vocês, e o Christopher desta realidade também...
- Isso ta dando um nó na minha cabeça, eu não to mais entendendo é nada nessa porcaria! – Pietro se jogou num monte de feno. Aquilo mais parecia um celeiro!
- Tudo bem, vamos começar do início! – Christopher afastou-se da janela, puxou uma cadeira para o Pietro do Futuro e sentou-se no caixote de um ventilador industrial – você, amigo viajante do tempo, vai nos dizer exatamente o que está acontecendo, desde o princípio!
O viajante do tempo hesitou um pouco antes de se sentar, mas acabou dando de ombros e aceitando a oferta. Ali naquele campo flutuante de refugiados eles estavam seguros, pelo menos por enquanto.
- O que aconteceu foi o seguinte... – começou – esta manhã, quando eu acordei, eu já não era o mesmo... Eu estava em casa, continuava sendo um arquiteto urbanista trabalhando pra prefeitura, casado com a Augusta e pai de dois filhos...
Pietro e Christopher entreolharam-se e arregalaram os olhos! Aquilo era hilário! Pietro? Casado com Augusta? E mais, com dois, DOIS filhos! Isso que era realidade alternativa! Augusta nunca demonstrou nenhum interesse por Pietro e sempre desviou das investidas dele desde que Christopher se lembra! Os dois começaram a gargalhar no mesmo instante. O viajante até riu por alguns instantes, mas depois pediu silêncio.
- Estava tudo normal, a cidade parecia normal... Pelo menos eu achei que parecia normal – ele agora parecia confuso, como se revisse um grande choque – mas aí eles começaram a aparecer...
Fez-se silêncio. Um forte estrondo lá fora. Outra casa velha havia caído.
- Os robôs, os andróides... os cabos gigantescos de aço atravessando os prédios por dentro, os metrôs voadores, as motos planadoras... o bairro central da cidade lembra agora exatamente a estrutura de uma placa-mãe de computador, de um HD, só que todo em bronze e esmeralda puros! Por lá só vagam andróides e pessoas de classe muito alta. Os outros como eu ficam nos bairros periféricos atravessados pelas grandes tubulações de ferro e a fiação gigantesca entrelaçadas entre as construções como serpentes malignas, sanguessugas roubando energia...
“Eu freei o carro com muita força e quase atingi a Carminha... Mas não era ela... Ela estava fardada de bronze... E tinha uma expressão severa... Fui para a penitenciária... Era um andróide com o rosto dela, uma máquina perfeita em aparência, mas com a atitude completamente diferente, era algo violento e opressivo. Todos pararam na rua para olhar ela amassando o capô do meu carro, arrancando meu motor e me algemando logo em seguida... Este foi o meu primeiro encontro com uma das Células da Companhia Guardiã da Máquina... Assim eles chamam os guardas mecânicos, que são a polícia e o exército e o poder executivo e o legislativo...”.
- Espera aí... Tem gente lá fora convivendo com tudo isso?! – Christopher estava chocado, e estava se envolvendo seriamente com a história.
- Sim, algumas pessoas decidiram aderir ao sistema dela, na verdade, metade do planeta decidiu aderir ao sistema dela! Ela é uma imperatriz internacional!
A coisa era pior do que Christopher imaginara. Não só Macapá estava sob a desgraça de ser submissa ao controle de Carmen Parafuso, mas o resto do mundo inteiro! Pietro estava começando a ficar com medo, porque já tremia outra vez.
- Existem poucos que ousam contestá-la, contestar as ordens que vem de dentro da máquina e que nos são repassadas pelas Células oficiais, que são as nossas atuais governantes, robôs, andróides, pessoas artificiais com o rosto dela!
- Mas isto é TERRÍVEL!
- E como é! Fui salvo da penitenciária pelo grupo principal da Liga do Apocalipse pela tarde, mais cedo. – disse o Pietro do futuro, com mais alívio em sua expressão – Maurice, Suzannah, Ray Ann e Augusta... Sim, minha esposa também! Ela, assim como eu, fazia parte desta liga. Nós somos os únicos que não fomos afetados pelo pulso eletromagnético que atingiu o planeta nesta madrugada, e nos lembramos de tudo. Ray Ann e Maurice, que estavam acordados às cinco da manhã, viram as transformações das paisagens e das construções... O restante que dormia em casa teve de ser alertado pela manhã, e por muito azar eu não fui, pois já tinha saído de casa...
- E PORQUÊ? Nós não fomos afetados? Porque vocês não foram afetados? É isso que queremos saber! – questionava Pietro com muita dor na cabeça.
- Maurice fez muitos cursos em universidades de mecatrônica, bioengenharia e todas essas “paradas” tecnológicas que ele sempre dizia que ia fazer. Antes disso ele vinha tentando há anos criar uma máquina que protegesse a raça humana de uma extinção no caso da explosão de uma estrela próxima, ou Supernova. Esta máquina funciona com a ajuda de satélites, que emitem ondas contrárias às fatais que serão lançadas pela tempestade de energia. Atraídas por um chip que as captam, elas protegem uma residência ou até uma pessoa como uma espécie de escudo com íons negativos... – ele respirou fundo, nunca havia falado tão rápido em toda a sua vida, e estava admirado de ter decorado tanta coisa em pouco tempo – e foi assim que mantivemos a nossa memória...
Os dois garotos do passado permaneceram em silêncio, com os olhos esbugalhados feito dois peixes. Pietro foi quem primeiro falou.
- MAS HEIN?
- AH! Eu desisto! – ele lançou os braços para o ar e levantou-se da cadeira – eu não devia tê-los trazido do passado nunca! O meu dever era pedir a ajuda de vocês, para que vocês dessem um jeito de torná-la uma impopular recatada, de modo que ela não viesse a extravasar essa popularidade se tornando imperatriz mundial! – ele gritava consigo mesmo. – agora eu trouxe vocês e sabe-se lá Deus o que vai acontecer!
- Não pode simplesmente nos mandar de volta? – perguntou Pietro, tímido – porque eu não estou nem um pouco afim de enfrentar um exército de robôs com a cara de Carminha Parafuso! Já pensou, que pesadelo?!
- Mas eu ainda não entendi PORQUE eu e Pietro fomos protegidos dessa “onda” aí – Christopher estava inconsolável – não temos nada a ver com o futuro! Ainda nem chegamos a vivê-lo!
- Isso eu não sei, talvez fosse sorte... – o Outro Pietro já se acalmava mais, tornava a se sentar em sua cadeirinha de madeira.
- E mais! QUEM foi até o passado e alterou TODA a linha do TEMPO? – gritou Christopher. O Outro Pietro estancou seu ataque de nervos e engoliu em seco, agora parecia sério e arrependido. Ele escondeu o rosto com as mãos e as deslizou até o pescoço em sinal de desespero, sua boca era um fosso negro de preocupação, e seus olhos uma cascata de tristeza e arrependimento.
- Espera aí um minutinho só! – começou Christopher, levantando-se e caminhando até ele – você está sabendo de alguma coisa que ainda não nos contou!
Ele se levantou, bravo, caminhou até a janela e se debruçou no parapeito. O vento parou, e até o moinho parou de girar.
- O que você está escondendo? – perguntou Pietro, se levantando e caminhando até a janela também.
Uma explosão catastrófica surpreendeu os três, o moinho de vento foi acertado em cheio pelos fundos, o motor imediatamente entrou em combustão. Christopher foi lançado para fora, agarrando-se por reflexo numa das palhetas do moinho, que estava se desfazendo em pedaços e caindo em alta velocidade. Por detrás da chama e da fumaça surgia uma garra de metal enorme, metal velho, ferro velho corroído que rangia, era maior do que um caminhão, era um baita de um robô. Um robô de bronze velho cheio de engrenagens e placas de metal, com esmeraldas polidas no lugar dos olhos. Seu rosto de caveira imitava a face lisa e magra de Carmen, até seus dentões e seu cabelo! Uma versão gigantesca de Carminha Parafuso estava atirando contra eles, e pela boca! Através de um mini-canhão!
Fim da Parte Quatro!
Era uma estranha sensação de não fazer parte, uma sensação molecular de se sentir deslocado, uma sensação pesada e pegajosa de estar fora do padrão natural das coisas. Não era como estar num ambiente chique estando malvestido, era como estar respirando embaixo d’água ou sobrevivendo ao fogo. No começo há certo desespero, mas depois aquilo passa, somente com o tempo.
- O Cisto do Mundo... O Vírus Maldito... A Imperatriz Escura... A Opressão Sinistra...
Pietro e Chris voltaram-se para o homem. Ele olhava fixo para o horizonte, sério e deprimido, com um olhar cansado e sofrido.
- Este são apenas alguns nomes para The Big Machine...
Christopher voltou a observar a torre sombria, que se erguia contra o céu ameaçadora, quase como se quisesse atacá-lo e perfurá-lo, era algo violento, algo anti-natural, realmente, a sensação que se tinha ao olhar para ela era a mesma sensação que Christopher tinha ao olhar para si mesmo naquele estranho lugar, que de certo modo lhe lembrava muito o vídeo do Gorillaz, Feel Good Inc. Sensação de deslocamento, como se a torre estivesse agredindo o planeta, a ordem natural.
- Quem a construiu? – questionou Pietro um pouco perturbado e enjoado – porque a Carmen que não foi. Ela não sabia nem calçar o sapato direito!
Pietro do Futuro fechou os olhos e riu, uma risada profunda e triste.
- Você é exatamente como eu me lembrava... Bons tempos... Tempos de paz...
- Ei, espera aí... Se o presente e o futuro foram alterados... – Chris agachou-se e pôs-se a analisar os restos de um aparelho celular que na época era considerado de última geração. Já nem tinha mais utilidade nenhuma – as pessoas, tanto do Presente (que no caso é Passado pra vocês) quanto no Futuro não deviam se lembrar do que aconteceu, ou conhecer outra realidade além dessa – ele esticou o aparelho para Pietro, que o pegou.
- Ele tem razão... – disse Pietro colocando a bateria de volta no Blackberry. Ele ligou.
- Acontece que, por algum motivo, fomos protegidos – começou Pietro do Futuro abrindo os olhos e colocando os estranhos óculos que lembravam muito os óculos do X-men Ciclope – eu, vocês, e o Christopher desta realidade também...
- Isso ta dando um nó na minha cabeça, eu não to mais entendendo é nada nessa porcaria! – Pietro se jogou num monte de feno. Aquilo mais parecia um celeiro!
- Tudo bem, vamos começar do início! – Christopher afastou-se da janela, puxou uma cadeira para o Pietro do Futuro e sentou-se no caixote de um ventilador industrial – você, amigo viajante do tempo, vai nos dizer exatamente o que está acontecendo, desde o princípio!
O viajante do tempo hesitou um pouco antes de se sentar, mas acabou dando de ombros e aceitando a oferta. Ali naquele campo flutuante de refugiados eles estavam seguros, pelo menos por enquanto.
- O que aconteceu foi o seguinte... – começou – esta manhã, quando eu acordei, eu já não era o mesmo... Eu estava em casa, continuava sendo um arquiteto urbanista trabalhando pra prefeitura, casado com a Augusta e pai de dois filhos...
Pietro e Christopher entreolharam-se e arregalaram os olhos! Aquilo era hilário! Pietro? Casado com Augusta? E mais, com dois, DOIS filhos! Isso que era realidade alternativa! Augusta nunca demonstrou nenhum interesse por Pietro e sempre desviou das investidas dele desde que Christopher se lembra! Os dois começaram a gargalhar no mesmo instante. O viajante até riu por alguns instantes, mas depois pediu silêncio.
- Estava tudo normal, a cidade parecia normal... Pelo menos eu achei que parecia normal – ele agora parecia confuso, como se revisse um grande choque – mas aí eles começaram a aparecer...
Fez-se silêncio. Um forte estrondo lá fora. Outra casa velha havia caído.
- Os robôs, os andróides... os cabos gigantescos de aço atravessando os prédios por dentro, os metrôs voadores, as motos planadoras... o bairro central da cidade lembra agora exatamente a estrutura de uma placa-mãe de computador, de um HD, só que todo em bronze e esmeralda puros! Por lá só vagam andróides e pessoas de classe muito alta. Os outros como eu ficam nos bairros periféricos atravessados pelas grandes tubulações de ferro e a fiação gigantesca entrelaçadas entre as construções como serpentes malignas, sanguessugas roubando energia...
“Eu freei o carro com muita força e quase atingi a Carminha... Mas não era ela... Ela estava fardada de bronze... E tinha uma expressão severa... Fui para a penitenciária... Era um andróide com o rosto dela, uma máquina perfeita em aparência, mas com a atitude completamente diferente, era algo violento e opressivo. Todos pararam na rua para olhar ela amassando o capô do meu carro, arrancando meu motor e me algemando logo em seguida... Este foi o meu primeiro encontro com uma das Células da Companhia Guardiã da Máquina... Assim eles chamam os guardas mecânicos, que são a polícia e o exército e o poder executivo e o legislativo...”.
- Espera aí... Tem gente lá fora convivendo com tudo isso?! – Christopher estava chocado, e estava se envolvendo seriamente com a história.
- Sim, algumas pessoas decidiram aderir ao sistema dela, na verdade, metade do planeta decidiu aderir ao sistema dela! Ela é uma imperatriz internacional!
A coisa era pior do que Christopher imaginara. Não só Macapá estava sob a desgraça de ser submissa ao controle de Carmen Parafuso, mas o resto do mundo inteiro! Pietro estava começando a ficar com medo, porque já tremia outra vez.
- Existem poucos que ousam contestá-la, contestar as ordens que vem de dentro da máquina e que nos são repassadas pelas Células oficiais, que são as nossas atuais governantes, robôs, andróides, pessoas artificiais com o rosto dela!
- Mas isto é TERRÍVEL!
- E como é! Fui salvo da penitenciária pelo grupo principal da Liga do Apocalipse pela tarde, mais cedo. – disse o Pietro do futuro, com mais alívio em sua expressão – Maurice, Suzannah, Ray Ann e Augusta... Sim, minha esposa também! Ela, assim como eu, fazia parte desta liga. Nós somos os únicos que não fomos afetados pelo pulso eletromagnético que atingiu o planeta nesta madrugada, e nos lembramos de tudo. Ray Ann e Maurice, que estavam acordados às cinco da manhã, viram as transformações das paisagens e das construções... O restante que dormia em casa teve de ser alertado pela manhã, e por muito azar eu não fui, pois já tinha saído de casa...
- E PORQUÊ? Nós não fomos afetados? Porque vocês não foram afetados? É isso que queremos saber! – questionava Pietro com muita dor na cabeça.
- Maurice fez muitos cursos em universidades de mecatrônica, bioengenharia e todas essas “paradas” tecnológicas que ele sempre dizia que ia fazer. Antes disso ele vinha tentando há anos criar uma máquina que protegesse a raça humana de uma extinção no caso da explosão de uma estrela próxima, ou Supernova. Esta máquina funciona com a ajuda de satélites, que emitem ondas contrárias às fatais que serão lançadas pela tempestade de energia. Atraídas por um chip que as captam, elas protegem uma residência ou até uma pessoa como uma espécie de escudo com íons negativos... – ele respirou fundo, nunca havia falado tão rápido em toda a sua vida, e estava admirado de ter decorado tanta coisa em pouco tempo – e foi assim que mantivemos a nossa memória...
Os dois garotos do passado permaneceram em silêncio, com os olhos esbugalhados feito dois peixes. Pietro foi quem primeiro falou.
- MAS HEIN?
- AH! Eu desisto! – ele lançou os braços para o ar e levantou-se da cadeira – eu não devia tê-los trazido do passado nunca! O meu dever era pedir a ajuda de vocês, para que vocês dessem um jeito de torná-la uma impopular recatada, de modo que ela não viesse a extravasar essa popularidade se tornando imperatriz mundial! – ele gritava consigo mesmo. – agora eu trouxe vocês e sabe-se lá Deus o que vai acontecer!
- Não pode simplesmente nos mandar de volta? – perguntou Pietro, tímido – porque eu não estou nem um pouco afim de enfrentar um exército de robôs com a cara de Carminha Parafuso! Já pensou, que pesadelo?!
- Mas eu ainda não entendi PORQUE eu e Pietro fomos protegidos dessa “onda” aí – Christopher estava inconsolável – não temos nada a ver com o futuro! Ainda nem chegamos a vivê-lo!
- Isso eu não sei, talvez fosse sorte... – o Outro Pietro já se acalmava mais, tornava a se sentar em sua cadeirinha de madeira.
- E mais! QUEM foi até o passado e alterou TODA a linha do TEMPO? – gritou Christopher. O Outro Pietro estancou seu ataque de nervos e engoliu em seco, agora parecia sério e arrependido. Ele escondeu o rosto com as mãos e as deslizou até o pescoço em sinal de desespero, sua boca era um fosso negro de preocupação, e seus olhos uma cascata de tristeza e arrependimento.
- Espera aí um minutinho só! – começou Christopher, levantando-se e caminhando até ele – você está sabendo de alguma coisa que ainda não nos contou!
Ele se levantou, bravo, caminhou até a janela e se debruçou no parapeito. O vento parou, e até o moinho parou de girar.
- O que você está escondendo? – perguntou Pietro, se levantando e caminhando até a janela também.
Uma explosão catastrófica surpreendeu os três, o moinho de vento foi acertado em cheio pelos fundos, o motor imediatamente entrou em combustão. Christopher foi lançado para fora, agarrando-se por reflexo numa das palhetas do moinho, que estava se desfazendo em pedaços e caindo em alta velocidade. Por detrás da chama e da fumaça surgia uma garra de metal enorme, metal velho, ferro velho corroído que rangia, era maior do que um caminhão, era um baita de um robô. Um robô de bronze velho cheio de engrenagens e placas de metal, com esmeraldas polidas no lugar dos olhos. Seu rosto de caveira imitava a face lisa e magra de Carmen, até seus dentões e seu cabelo! Uma versão gigantesca de Carminha Parafuso estava atirando contra eles, e pela boca! Através de um mini-canhão!
Fim da Parte Quatro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E então? O que achou?