Quando eu ouço a palavra Carnaval, o que me vem à mente não são exatamente os desfiles de escolas de samba lá do sudeste, cheio de luxo e glamour, não. O que me vem à cabeça é gente bêbada, caindo pelos cantos, sujos de terra e suor, exalando o odor fétido da cerveja que mais cedo foi atirada pra todos os lados no rebuliço infernal de uma micareta ou um bloco de rua. Sujeira por toda a parte, latas e mais latas, restos de fantasias misturadas à lama, à urina e às fezes do chão, formando um tapete de lodo por onde a "festa" passa. Tem gente mijando na esquina, e tem gente fazendo sexo atrás de um poste. Mais adiante, uma mulher vomita em plena multidão, e mais adiante alguém levou uma facada, assalto. O som é alto demais para os meus ouvidos, e o pior de tudo é que não há somente um carro com som alto, há trios elétricos por toda a parte, num misto horrendo do som furioso do axé, do pagode, do samba. Poucos tocam marchinhas de carnaval. E como é costume na nossa região, o brega está estourando no talo mais ao longe. É impossível até de conversar. Respirar então, nem se fala, com aquele fedor vindo de todas as direções, fedor de tudo o que não presta. Vômito, urina, cerveja, suor, tudo isso e muito mais. Um nojo.
É por estes e outros motivos que eu me recuso a sair de casa, e procuro hibernar nesta época do ano. Nós criaturas do submundo entramos em estado de animação suspensa quando chega a era do caos reverso, e acordamos na noite da quarta feira de cinzas para tomar sorverte, rs. Bom, pelo menos eu faço isso tá? Eu saio pra comemorar que o carnaval acabou U_U
Mas que bom que eu peguei uma gripe que me deu faringite e agora não tem desculpa pra ficarem me arrastando pra cima e pra baixo no meio da fuzaka, assim eu evito transtornos, evito gente bêbada que eu não conheço me abraçando, evito sujar meu sapato lindo no meio da sujeira e evito pegar chuva desnecessariamente. O que, é claro, não serve para mamãe e Iêda que não pararam em casa um segundo desde que o carnaval começou, tenho certeza que elas sairam em quase todos os blocos que desfilaram na Evaldo Veras esse final de semana, sem contar a escola de samba em que a mamãe saiu vestida de sol, detalhe. Elas saem cedo, por volta das seis da tarde, e voltam só de madrugada, comentando o que viram e rindo loucamente. Eu acabo rindo das doidices que aconteceram também, e é cada coisa que nem te conto, cada bafão... Mas bem, eu não sou a Gossip Girl e esse blog não é de fofocas, então, virando a página, da única vez em que a mamãe resolveu deixar a Iêda aqui em casa para ir se divertir sozinha, o que foi exatamente da vez em que ela saiu na escola de samba, pense numa menina que chorou de ódio, ela gritava, xingava, urrava de lá de dentro do quarto, e eu aqui na sala, no computador, com os olhos DESSE tamanho de medo.
E o discurso da mamãe de que Iêda ainda era uma criança e não podia levar o carnaval tão a sério assim não adiantou, a garota estava possessa, chorando assustadoramente, se remoendo de ódio de mim que recusei ir com elas para tomar conta dela no caso. Minha irmã é um monstrinho peruético de unhas pintadas que adora rosa, eu tenho medo dela, sério, ela é muito explosiva, qualquer coisa que a deixe irritada, estressada ou mesmo perturbada transfigura completamente o semblante dela, tornando-a uma espécie de fera metamórfica presa no corpo de uma garota de doze anos, é quase como se ela tivesse ALGO dentro dela. Tenho muito medo. Sério. Papai e mamãe não acreditam quando eu digo, mas essa garota tem problemas emocionais e precisa urgentemente de uma sessão em algum psicólogo ou mesmo terapeuta.
Enfim, os uivos macabros duraram mais ou menos meia hora lá pra dentro do quarto depois que mamãe saiu, e então tudo se acalmou. Eu fiquei até com medo de olhar na cara dela quando ela resolveu dar as caras para vir no banheiro. A situação foi mesmo tensa, falo sério. Enfim tá aí o exemplo do que o carnaval faz com as pessoas, deixa elas completamente loucas, mas faço minhas as palavras de Bic Muller, blogueira do Morri de Sunga Branca, segue aí o link:
É por estes e outros motivos que eu me recuso a sair de casa, e procuro hibernar nesta época do ano. Nós criaturas do submundo entramos em estado de animação suspensa quando chega a era do caos reverso, e acordamos na noite da quarta feira de cinzas para tomar sorverte, rs. Bom, pelo menos eu faço isso tá? Eu saio pra comemorar que o carnaval acabou U_U
Mas que bom que eu peguei uma gripe que me deu faringite e agora não tem desculpa pra ficarem me arrastando pra cima e pra baixo no meio da fuzaka, assim eu evito transtornos, evito gente bêbada que eu não conheço me abraçando, evito sujar meu sapato lindo no meio da sujeira e evito pegar chuva desnecessariamente. O que, é claro, não serve para mamãe e Iêda que não pararam em casa um segundo desde que o carnaval começou, tenho certeza que elas sairam em quase todos os blocos que desfilaram na Evaldo Veras esse final de semana, sem contar a escola de samba em que a mamãe saiu vestida de sol, detalhe. Elas saem cedo, por volta das seis da tarde, e voltam só de madrugada, comentando o que viram e rindo loucamente. Eu acabo rindo das doidices que aconteceram também, e é cada coisa que nem te conto, cada bafão... Mas bem, eu não sou a Gossip Girl e esse blog não é de fofocas, então, virando a página, da única vez em que a mamãe resolveu deixar a Iêda aqui em casa para ir se divertir sozinha, o que foi exatamente da vez em que ela saiu na escola de samba, pense numa menina que chorou de ódio, ela gritava, xingava, urrava de lá de dentro do quarto, e eu aqui na sala, no computador, com os olhos DESSE tamanho de medo.
E o discurso da mamãe de que Iêda ainda era uma criança e não podia levar o carnaval tão a sério assim não adiantou, a garota estava possessa, chorando assustadoramente, se remoendo de ódio de mim que recusei ir com elas para tomar conta dela no caso. Minha irmã é um monstrinho peruético de unhas pintadas que adora rosa, eu tenho medo dela, sério, ela é muito explosiva, qualquer coisa que a deixe irritada, estressada ou mesmo perturbada transfigura completamente o semblante dela, tornando-a uma espécie de fera metamórfica presa no corpo de uma garota de doze anos, é quase como se ela tivesse ALGO dentro dela. Tenho muito medo. Sério. Papai e mamãe não acreditam quando eu digo, mas essa garota tem problemas emocionais e precisa urgentemente de uma sessão em algum psicólogo ou mesmo terapeuta.
Enfim, os uivos macabros duraram mais ou menos meia hora lá pra dentro do quarto depois que mamãe saiu, e então tudo se acalmou. Eu fiquei até com medo de olhar na cara dela quando ela resolveu dar as caras para vir no banheiro. A situação foi mesmo tensa, falo sério. Enfim tá aí o exemplo do que o carnaval faz com as pessoas, deixa elas completamente loucas, mas faço minhas as palavras de Bic Muller, blogueira do Morri de Sunga Branca, segue aí o link:
Pra arrematar, como não achei a foto da Paris Hilton mais pra lá do que pra cá no carnaval de São Paulo, vou colocar um foto completamente nada a ver e desconexa com relação ao tema daquela garota pobre ridícula que canta a música do Crossfox:
E beijos pra vocês tá legal? Usem camisinha, rs.
;*
Antonio Fernandes
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