Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

sábado, 11 de abril de 2009

As Crônicas de Um Feriado - Três Fazendeiros e Um Garoto Com Sérios Problemas Cármicos

Boa noite, povinho desinformado! Como vai a páscoa de vocês? Pois a minha vai ótima, mesmo que vocês não tenham perguntado, vou contar pra vocês um pouco desse meu feriado. To passando a páscoa na casa da Jamile, a Mile (meu amor S2), em Monte Dourado. Ela, os pais dela (tia Adma e tio Gerson) e o irmãozinho (meu xará Antonio) dela são a minha segunda família, sem eles eu simplesmente não viveria. É só aparecer um feriado que eles mandam me chamar, eu adoro estar aqui com eles, e eles com certeza adoram a minha companhia. Não existe um ser humano no mundo igual a tia Adma, ela é um anjo mesmo. Sabe aquela pessoa que faz tudo por você, não importa o que e porque? Disposta a te ajudar sem perguntar duas vezes, que te trata como se você tivesse realmente saído de dentro dela? Tipo, ela é a minha segunda mãe, ela realmente não existe (vo criar uma comunidade pra ela no orkut! ahahah).
A Jamile já é minha noiva, nossa amizade já tem catorze anos, nos conhecemos aos três (ela tinha dois), e desde então somos inseparáveis, e olha que já nos separamos várias vezes. Mesmo assim, nunca deixamos de manter o contato, nem que seja preciso uma viagem de ônibus pra gente se ver. Somos mais do que irmãos, somos almas gêmeas, tá pra nascer amizade que nem a nossa. Nós só brigamos duas vezes durante todos esses anos de amizade, e quinze minutos depois agent já tava se abraçando pedindo desculpas. Parece surreal mas é verdade, pode perguntar pra qualquer um que nos conheça. Compartilhamos todos os nossos segredos, nunca escondemos nada um do outro, jamais. E mesmo que se escondermos, não dura mais de um dia.
Sim, sim, o feriado foi bem tranquilo, com pessoas assim, qualquer feriado é perfeito. Eu e Jamile rimos, contamos piadas sujas, assistimos Sex and The City e Gossip Girl até tarde da noite, dividimos o notebook com muita paciência na hora do msn, compartilhamos opiniões e contamos nossos segredos mais recentes. Nada do que um final de semana para colocar a conversa em dia.

Pensando agora, naquela viagem horrível naquela companhia de transporte vergonhosa e incompetente (é anti-ético dizer, mas é a VIAÇÃO SANTANENSE!!!! UÓ), valeu a pena, sério. Cara, só de imaginar aquele babaca daquele motorista parando na estrada por besteira de quinze em quinze minutos já me dá ataque de nervos! E aquele diabo daquele fazendeiro que sentou do meu lado então? Deus que me defenda, se eu encontrar com esse homem de novo, juro que mato. Tud começou quando eu subi no ônibus, e não havia mais vaga para a minha bagagem no bagageiro acima da poltrona, e eu tive de ir até o final do corredor para acomodar minha mala. Quando voltei, aquele homem de voz anasalada irritante e nariz grande estava rindo pra mim perguntando "tu tinha passado da tua poltrona era?" até aí tudo bem, eu ri e disse que não, e expliquei o que tinha acontecido.
Mas aí começou, ele perguntou que horas eram, respondi. 8 e quinze. Não quero dizer nada, mas aquele capeta se mexia direto naquele diabo daquela cadeira, parecia que tinham jogado formiga saúva ali, ou uma saca de tachina, nunca vi um homem tão agoniado numa cadeira na minha vida. E ele se mexia pra lá, e pra cá, e pra lá. Tudo bem, tudo bem. ônibus em movimento, graças à Deus. De repente ele vira e pergunta se eu tenho celular, eu digo que tenho, mas que está descarregado, menti. Vai que ele era assaltante! "Tu vai ter que me emprestar ele viu? Tenho que ligar pro meu amigo Firmino quando chegar lá no Jari, eu não moro em macapá, moro no Jari, tenho fazenda lá (ele disse o nome de uma localidade), tava passando uns três dias na casa da minha irmã, lá é cheio de moleque, e tarde da noite fica todo mundo na gritaria, nem descansei, to morrendo de sono... Ah, mas tem orelhão lá no jari, não precisa me emprestar não, eu tenho um cartão aqui e... (...)" depois de praticamente me OBRIGAR a emprestar o telefone celular pra ele, ele me conta metade da vida dele como se ele já me conhecesse há mil anos!

Eu estava prestes a me virar e perguntar "ô meu filho, eu te perguntei alguma coisa, caraio!?". Mas me controlei e apenas sorri de volta. Novamente ele começou a se mexer na cadeira como se tivesse pimenta no seu cóccix interiorano, e ele começou a puxar conversa com a mulher da frente, supostamente sua irmã.

Quando eu já ia cochilando (não tinha dormido à noite toda), o safado me cutuca e diz "ei, a estrada tá feia né?" eu só fiz sacudi a cabeça, nem abri o olho, vendo se deixava bem claro que não queria conversa, mas isso não intimidou o nosso amigo jeca, ele atacaria novamente, mais tarde. Aí eu lembrei de como ele havia enfatizado que tava morto de sono... Aquele filho da polícia nem pregou o olho durante a viagem toda! Se mexia na cadeira parecia que tinha um Quati no rabo!

Tudo bem eu relevei aquela perturbação e consegui por fim tirar um cochilo. Não deu dois minutos, ele me cutuca de novo: "ei, olha!" ele aponta "primeira parada" era o restaurante da Vila Maracá. Eu sacudi a cabeça e perguntei se ele queria levantar. Ele disse que sim e eu levantei pra ele sair. Tá legal, muito legal. O pior do abuso estava por vir.

Cochilei mais uma vez e quando acordei ele já tava me cutucando de novo. Segunda parada. Sem contar das vezes que ele perguntou mil coisas sem nexo pra mim enquanto eu dormia e eu só resmunguei em resposta. Na segunda parada, não esperei ele dizer nada, pulei pra fora da cadeira e deixei ele passar: "Ai, eu vou dar uma urinada lá fora, não vai descer nenhuma vez não? Não vai urinar?"

A vontade que eu tive foi de perguntar "pensei que tinha deixado bem claro que não queria conversa, ô meu filho!". Mas não, só sacudi a cabeça, bem sério. Pulando, pulando, pulando as partes em que o diabo do motorista parou mais que não sei o que, já pra banda do final da viagem, quando a mulher que estava do meu lado esquerdo já quase se levantava da cadeira pra matar aquele motorista fdp, um velho barrigudo subiu no ônibus, e para meu azar, o homem do meu lado grita:

"SEU DOMINGOS!!!!"
E o homem de mochila no ombro grita:
"SEU PEDRO!!!!"

Pronto. Começou. Começou. Os dois iniciaram uma conversa animada sobre raças de vacas, motores de catraias e voadeiras, bombas de irrigação, porcos de criação e javalis, palntação de cebola, alface e tomate silvestre e da região. Enfim, me senti num episódio de Second Life, só faltava a doida da Paris Hilton ali ¬¬', parecia a versão brasileira, isso sim, com a mulher do Roberto Justus naquelas botas de chuva. Enfim, foi cagada total. Eu queria matar aqueles dois. Pra completar a história, subiu outro fazendeiro no ônibus e pronto, foi convenção. Foram dar confiança pro diabo do jeca e ele contou toda a saga da vida dele ali do meu lado. Tava tão irritante que eu dormi de tão entediado, meio como se aquilo tivesse sido um verdadeiro soco! Um sossega leão.

Quando eu acordei, minutinhos depois, o tal de Seu Domingos estava praticamente sentado em cima de mim! Tão perto que eu podia sentir o cheiro do desodorante barato! Eu me ajeitei na cadeira e cruzei os braços, respirei bem fundo e fiz uma careta. Quase que eu pergunto: "Sim, ô meu filho, vai querer um chazinho, pão de queijo, bolo de fubá também?!", eu tava com a paciência no limite, e não me poupei de fazer cara feia, não tive vergonha de olhar bem feio pra'queles três. Eu lançava olhares frustrados para a mulher do meu lado esquerdo, e ela ria que só, caía na risada percebendo a minha situação. O pior foi quando uma mulher lá do fundo se levantou pra descer em uma localidade qualquer da estrada! Ela pediu licença pro tal de Domingos e o safado enfiou a bunda da minha cara! Protegi o rosto com o cotovelo, cutucando com força as nádegas interioranas dele! URGH! QUE ÓDIO! E ele nem se incomodou! Acho que já deu tanto que nem se sente mais, COITADO!!! Chegou a hora que a conversa parou, e eu sosseguei. E sem contar a parte em que em uma das paradas do ônibus, quando eu me levantei pra ele passar, ele riu e disse: "Pelo menos assim tu faz um exercício, não faz nada, tá muito gordo". Eu tava pra ter uma crise de histeria. Ia dar uma de Tarso, Caminho das Ìndias! Ia matar aquele safdo, mas como sou uma pessoa muito passiva e controlada, fiz uma careta bem feia pra ele e me sentei.

E quando ele percebeu que eu tava conversando com a mulher do meu lado? Começou a me perguntar se eu conhecia um tal de Fábio, José não sei do quê, Mariano que se candidatou à vereador parece, porque eles moravam em Macapá e tal. Eu olhei bem pra cara dele, fiz uma careta e sacudi a cabeça dizendo não. (momento Raven Baxter, pensei eu). Aí ele perguntou se eu conhecia um tal de Jacaré, "amigo nosso também...", eu tava pra explodir!!!

Sorte que a poha do ônibus chegou finalmente no Jari, e de brinde, vendo que eu não tinha gostado nem um pouco da companhia dele e de seus amigos Jeca-tatu e Zézinho Muriçoca, quando todos se levantaram, ele e aquele tal de Domingos ainda me deram uma patada!

SAFADOS!!

- Agora você vai ter que me deixar sair - disse ele, o corredor do onibus tava cheio, e eu sou grande demais pra me levantar sem derrubar alguém.
- Você vai ter que esperar agora, o corredor está muito cheio - eu respondi, direto.
- Sim, mas eles tem que ver que 'nóis estamo' sentados nas primeiras cadeiras e temos prioridade - ele respondeu de atravessado. Eu nem falei nada, fiz que *espera* com a mão.
- Não é nem o caso de você sair, é o caso de como você vai sair - disse o tal de Domingos, dando uma zoada legal com a minha cara, por causa do meu tamanho - cê' tá preso aí.
E os dois riram.
Eu pedi licença para a anciã que vinha e saí da cadeira, pulando pra poltrona da esquerda que tinha esvaziado. O diabo saiu de lá (finalmente) e desceu do ônibus. E quando finalmente o ônibus esvaziou por completo, eu pude ir até o final do corredor, puxar a minha bagagem, e descer.

Lá embaixo a tia Adma me esperava.
E a visão dela me confortou por completo.
Acabou!!!

UFA!!!



Espero que aquele miserável
daquele fazendeiro encontre
alguém pior que ele.

Um comentário:

  1. pois é, eu estou aqui comentado como smp, aii amor, sabe q eu te amo mtmtm né? e como smp eu movida a emoçoes, choro lendo as coisa q tu escreve, e como tu smp, tu arassa. ô Junhô tu sabe q eu te amo né? melhor amigo a 14 anos :o qisso, quem diria q em MBG, nasceria uma amizade tão fixa! e ta pra nascer outra mas bonita q nossa ç2* te amo irmão >3

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