Bem vindos à minha fábrica de sonhos!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Prólogo

- O cérebro artificial está respondendo aos estímulos, Senhora – disse, ainda distante e ressonante em sua mente jovem, aquela voz calma e ao mesmo tempo fria, sem emoção, eletrônica, robótica.

- Isto é ótimo, Cvalda, isso quer dizer que seu irmãozinho acaba de nascer!



- Os neuro-betas estão respondendo à exposição às imagens com total fidelidade. A atividade dos neurônios artificiais está estabilizando.

- Sim, estou vendo! As áreas que mapeamos estão acendendo conforme a alternância das ilustrações, isso é ótimo! Quer dizer que em breve poderemos apresentar Meroke ao mundo!

Seus olhos se abriram pela primeira vez. As duas placas côncavas de metal que lhe serviam de pálpebras subiram e desceram em sincronia uma única vez, para abrirem permanentemente depois. Não havia foco, não havia forma, apenas luz, cor e movimento. Seu protótipo de globo ocular ainda não era capaz de captar o espectro luminoso com perfeição. Ali diante dele estava sua mentora, sua planejadora, sua mãe, sua Criadora. Ou pelo menos o borrão do que ela seria de verdade. Seu vulto estava envolto em uma aura cintilante de vermelho, verde e azul, sua forma completamente borrada, e suas cores, hora realçadas, hora desbotadas. Um fantasma sorridente refletido na lente de uma câmera quebrada.

- Meu menino – sua mão tocou de leve a face nua da caveira de metal conectada aos computadores por inúmeros cabos de alimentação. Braços biônicos com agulhas faiscantes trabalhavam em seu cérebro falso exposto para fora do crânio cromado. E então seus olhos fecharam outra vez. Ele ainda não enxergava muito bem, mas percebeu o leve pulsar rubro de um par de rubis na escuridão logo atrás da Criadora, o borrão de um rosto moldou-se ali, à luz dos lasers azuis que estimulavam sua atividade cerebral. – pode desligá-lo por enquanto Cvalda, já obtivemos o sucesso do dia! Mais uma semana de testes com este cérebro eletrônico e poderemos conectá-lo ao corpo em que meu amor está trabalhando...

- Sim senhora – o borrão de olhos vermelhos fez um leve gesto com a cabeça, e em seguida o mundo banhou-se em trevas.




não aguentei de ansiedade, tive de postar xD

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